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Matosinhos: O melhor da olaria em exposição no “Constantino Nery”

Diabos e matarrachos, bichos exóticos e animais do outro mundo. Os seres mais surreais do imaginário artesanal português aterraram no passado dia 26 de maio, no átrio de entrada do Teatro Municipal de Matosinhos-Constantino Nery para uma exposição que ficará patente até ao dia 23 de julho e que dará a conhecer apenas uma pequena parte da coleção de olaria reunida pelo fotógrafo Cristóvam Dias.

Nesta mostra de cerca de 25 peças estão representados alguns dos mais reputados artesãos portugueses, entre os quais Júlia Ramalho, Rosa Ramalho, Manuel Macedo, Júlia Côta, Sérgio Amaral e os Irmãos Mistério. A coleção de Cristóvam Dias, recorde-se, foi doada à Câmara Municipal de Matosinhos em 2015 pelos herdeiros do fotógrafo, incluindo aproximadamente três mil peças de louça utilitária e um significativo núcleo de figurado português.

Já em 2016, recorde-se, a Câmara Municipal de Matosinhos organizou uma primeira exposição destinada a dar a conhecer este valioso acervo, coincidindo essa exposição também com a romaria do Senhor de Matosinhos, marcada desde os tempos mais remotos pela realização da chamada Feira da Louça. Por decorrer desta vez num teatro, espaço privilegiado para os rostos exagerados da sátira, da farsa ou do drama, a mostra deste ano privilegia as peças que remetem para o mundo do imaginário, do surreal e do não convencional.

olaria - 01 - matosinhos

As peças selecionadas foram, assim, concebidas por artistas que aplicam na argila modelada uma visão humorística, mística e exagerada do mundo, destacando-se os “matarrachos” criados por Sérgio Amaral (Mangualde), com olhos muito abertos, bocas desmesuradas e seios a esconder o corpo, transmitindo uma certa ingenuidade e a necessidade de regressar ao primitivo, de tornar tudo simples e puro.

Cristóvam Dias, recorde-se, foi um fotógrafo prestigiado e homem apaixonado pela cultura e tradição. Viveu parte da sua vida em Matosinhos e manifestou o desejo de outorgar à comunidade esta coleção. “Não podíamos, por isso, deixar de acolher, tratar e divulgar um acervo tão notável quanto aquele que nos foi legado pelos herdeiros de Cristóvam Dias”, considera o presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Eduardo Pinheiro, no texto que escreveu para o catálogo da exposição.

NOVA COMPANHIA DE DANÇA DÁ OS PRIMEIROS PASSOS NO DIA MULDIAL DA CRIANÇA

danca matosinhos

Nada mais apropriado: a novíssima Companhia de Dança de Matosinhos vai nascer no Dia Mundial da Criança. Os primeiros passos da trupe criada por Diana Amaral e Sara Silva vão ser dados a 1 de junho, no Teatro Municipal de Matosinhos-Constantino Nery, com a estreia, em tripla apresentação (às 10, 11 e 15 horas), da coreografia “A Bailarina Espe(ta)cular”.

Em cena estarão Sara Silva e um objeto cénico criado pelo coletivo de arquitetos Moradavaga, dando corpo à coreografia que Manuel Tur criou a partir de um texto da poetisa Regina Guimarães (e a que Sara Pinto Pereira emprestará a voz).

“Especular”, dizem os dicionários, é um adjetivo “relativo a espelho” – o reverso permanente do trabalho das bailarinas, seu oponente e companheiro. Mas “especular”, o verbo, também significa “investigar”, experimentar” e “observar com atenção”. Da especulação especular da bailarina nascerá, pois, o espetáculo.

“Uma menina-mulher bailarina pouco certeira, inseparável da sua caixa, da qual vemos sair tudo o que não pudemos supor, nem soubemos imaginar. Uma menina-mulher bailarina que não apenas cabe dentro do espelho, mas que o usa como guia e bengala… Uma menina-mulher bailarina que tem algo para nos contar, algo para nos fazer ver: o que talvez era a sua força-fraca torna-se no que a faz única”, diz o texto de apresentação da coreografia.

Para além de “A Bailarina Espe(ta)cular”, o Dia Mundial da Criança será assinalado em Matosinhos com a apresentação, às 18 horas, no salão nobre dos paços do concelho, do livro “João Abraço”, lançado pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) e ilustrado por crianças do segundo ciclo de escolas do concelho. Na Biblioteca Municipal Florbela Espanca, a partir das 14h30, decorrerá uma oficina criativa onde as crianças vão construir uma flor, símbolo de liberdade e de paz.

Texto: Jorge Marmelo (CMM)

Fotos: CMM

01jun17

 

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