Na tarde de 19 de Novembro, pelas 18h30 no Palacete Araújo Porto, com o auditório repleto de atentos interessados entre eles alguns alunos do antigo Instituto, Máxima Girão Ribeiro resgatou do silêncio a problemática dos Surdos, lançando um belíssimo livro de investigação, intitulado “Resgatados do Silêncio – Surdez e Pedagogia”, com a chancela da Almedina e da Santa Casa da Misericórdia do Porto, em que relata a historia do percurso do Instituto Araújo Porto que prestou inigualáveis serviços na ajuda aos denominados “surdos-mudos” e que nos contextualiza na época 1893- 1945.
Abriu a sessão o Provedor da SCMP, António Tavares, que lembrou o 2.º aniversário da abertura deste mesmo edifício, depois da transformação e requalificação, onde a Santa Casa da Misericórdia instalou os Serviços Partilhados e Cooperativos (SPeC) da Misericórdia do Porto, com o Lançamento deste livro que assegura que não se perderá a memória da Instituição Araújo Porto, obra pedagógica que por mais de um século viria a mudar a vida de muitos jovens e vulgarmente conhecida como o “colégio dos surdos – mudos”.
O Provedor da SCMP lembrou o Benfeitor José Rodrigues de Araújo Porto e outros Torna-Viagem do sec. XIX que igualmente fizeram da SCMP herdeira de parte dos seus bens. Fez menção que o edifício foi galardoado em 2017 com o Prémio Nacional de Reabilitação Urbana. Elogiou excelente trabalho de investigação que a autora Dra. Maximina Girão realizou, agradeceu o empenho do Professor Dr. Francisco Ribeiro da Silva e dos colaboradores da SCMP que tornaram possível este trabalho. Terminou dizendo “Vale a pena continuar a acreditar”.
A apresentação do livro foi feita pelo Mesário do Culto e da Cultura da SCMP, Francisco Ribeiro da Silva, que também prefaciou o livro. Antes lembrou o arquivo documental da SCMP que é inesgotável e dá uma visão da cidade mais antiga. Ao referir-se à autora, disse: – “que apesar de ser natural de Coimbra é uma cúmplice do Porto, aqui estudou e vive.”
Elogiou o belíssimo trabalho de investigação histórica apresentado, e mais lembrou que a autora além dos vários trabalhos publicados nas áreas da investigação histórica e no âmbito da pedagogia tem ainda três livros de poesia editados. Este Trabalho de Investigação Académico, vem ao encontro da propagação deste lastro de história, da qual somos guardadores.
A encerrar tomou a palavra a autora Maximina Girão Ribeiro que, muito emocionada com a presença de todos, agradeceu, e também aos que tiveram por perto da concretização de mais esta etapa da sua vida, a todos deixou o mais sentido e profundo sentimento de reconhecimento.
De salientar que toda a apresentação do livro contou com a colaboração de Amélia Amil, em linguagem gestual.
O livro descreve o pioneirismo deste instituto e a sua evolução, ao mesmo tempo aborda a problemática de outrora que viveram os surdos. Ainda no início do séc. XX, o jornal “O Primeiro de Janeiro “publicava um artigo que considerava o indivíduo surdo como «não dotado das faculdades d’alma para se poder igualar aos ouvintes falantes»
Todo o surdo é capaz de falar pela linguagem gestual apesar de não ter som, faz com que o conceito “mudo” não seja real. Pois tem o mesmo valor gestualmente e pode comunicar de uma forma tridimensional igualmente como na linguagem dita normal.
Cada país tem a sua linguagem gestual.
Surdez e Pedagogia enfrenta os desafios do século XXI, nomeadamente combater a exclusão social e promover a cidadania.
Este é um excelente documento que não se esgota aqui, é para ser lido e consultado por diversas gerações.
Texto: Carmen Navarro
Fotos: Santa Casa da Misericórdia do Porto
01dez18
Sou a autora do livro “RESGATADOS DO SILÊNCIO”. Se pretender o livro, posso vender, entre aqueles a que tive direito, como autora. Pode entrar em contacto comigo, através do meu mail.
preciso de livro Lançamento da obra resgatados do silêncio – surdez e pedagogia – O Instituto ” Araújo Porto “