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Castro Reis: Uma Alma cheia de Porto!

Castro Reis (José de Castro Reis) nasceu na freguesia de Miragaia, cidade do Porto, em 28 de Março de 1918.

Foi poeta, escritor, jornalista, ensaísta, galardoado em vários certames literários nacionais e internacionais, entre outros com o Prémio de Poesia “Laurel de Ouro”, o Prémio de Poesia “Coroa de Ouro” e a Medalha de Prata e Diploma Honorífico de Homem de Valor e Mérito este último atribuído pela Academia Francesa de Artes, Ciências e Letras.

Foi membro da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto, da Associação de Escritores de Gaia, da Academia Internacional de Letras, Ciências e Artes de Nápoles (Itália) e a Academia Francesa de Artes, Ciências e Letras.

Foi diretor do Grupo de Estudos Brasileiros do Porto onde contribuiu para o relacionamento e intercâmbio da cultura Luso-Brasileira.

Nestes últimos anos dedicou-se, como escritor e animador cultural, à promoção e divulgação da cidade do Porto e ao culto da poesia junto das Escolas e associações recreativas e culturais.

Dentro das suas obras publicadas destaco: “Amor e Cruz” (poemas – 1960); “Cântico Liberto” (poemas – 1978); “O Grito das Fragas“(Poemas – 1983); “Esta Cidade que Eu Amo” (Poemas – 1985); “Bodas da Primavera par a Paz” (Poemas – 1989) e “Etéreas Sinfonias de Natal” (Poemas – 1997).

Castro Reis partiu no fim da tarde do dia 9 de Fevereiro, deixando um vazio no coração dos Amantes da Poesia.

A Castro Reis, do seu livro “Etéreas Sinfonias de Natal”, deixo – numa forma de homenagem – o soneto.

inverno da vida - 01nov13

O INVERNO DA VIDA

É por dentro de mim que peregrino,
Nesta hora de angústia e de amargor!…
Pois já venho sofrendo. De menino,
Maus Invernos, de morte e de rigor!

Deus quer que eu cumpra assim o meu destino
De Poeta e Mendigo do Amor!…
Quem nasceu para os rumos do Divino,
Terá que ser eterno sofredor!

Depois de tanto Inverno e tempestade,
Do que fui, vejo assim tombar a árvore,
Só me restando a compaixão de Deus!

Quando chegar a hora do meu fim,
Não importa se lembrem mais de mim,
– Mas não deixem morrer os versos meus!

Foto: António Amen
Foto: António Amen

FIM DE TARDE NO PORTO

Do rosto da cidade, foge o dia

Por entre sombras tristes de sol-pôr

Há nele mais tristeza que alegria

Que o fenecer de um dia, é também dor

 

E enquanto a tarde cai em agonia

Outro sol faz raiar seu esplendor

-Há poetas entregues à Poesia

Escrevendo poemas com amor

 

Por dentro de paredes de granito

Fechados, mas libertos no seu grito

Os loucos da Poesia erguem seu canto

 

São filhos da cidade, estes poetas

Que têm o coração e as mãos repletas

De Amor pela Poesia que amam tanto!

ultimo soneto - 01nov13

ÚLTIMO SONETO

Trago dentro de mim esta cidade

Num sonho sem limite, de asas feito

E em cada mão, um grito, uma vontade

Um poema a arder que m’incendeia o peito

 

Por este amor, num brado de ansiedade

Levanto este meu canto insatisfeito

Quero levar bem longe esta cidade

Tornar mais largo o seu caminho estreito

 

Que os meus versos espalhem pelo mundo

O nome da cidade que amo tanto

É este o meu desejo mais profundo

 

Serei seu mensageiro e peregrino

Pois erguendo à cidade este meu canto

Eu cumpro fielmente o meu destino

 

 

Coordenação: Maria de Lourdes dos Anjos

Fotos: António Amen e Pesquisa Google

 

01-nov-13

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