Exposição de fotografia contemporânea portuguesa, ultrapassa as fonteiras de Portugal, com o projeto se7e, cujo mentor é Luís Reina. Trata-se de um projeto artístico para o qual o número sete serviu de mote à sua própria estruturação. Um número com uma energia forte e com uma carga simbólica importante para o mentor do projeto, que nos relembra que “o sete está presente em tudo, todos os dias da nossa vida: sete dias da semana, sete notas musicais, os sete pecados mortais, não é? Portanto, o sete está implícito em muita coisa. E eu acho que sete é um número que não é muito pequeno nem demasiado grande para um projeto artístico. E então convidei sete artistas”.
Este grande projeto artístico de fotografia contemporânea, foi pensado para se desenvolver em três fases distintas, tendo como base a interculturalidade, pela partilha desta forma de arte, conjugando no mesmo projeto a vertente transnacional com a nacional, o que permitirá dar a conhecer no estrangeiro o que fazemos em Portugal, mas também trazer algo dos outros países para partilhar dentro das nossas fronteiras.
“ Numa primeira fase são sete fotógrafos, cada um vai apresentar sete fotografias, de sete temáticas diferentes, com as quais vamos a sete países. Numa segunda fase vamos tentar fazer sete exposições, em sete locais diferentes de Portugal, com sete fotografias de cada um dos sete sítios onde vamos no estrangeiro. A terceira fase corresponde à publicação de um livro com as fotografias das exposições que nós levamos ao estrangeiro e as sete fotografias que vamos trazer dos diferentes países”, referiu Luís Reina.
Está assim ao nosso alcance apreciar obras de 7 temáticas diferentes, dos sete magníficos fotógrafos, todos portugueses, realçando-se o facto de ser um projeto através do qual se divulgam também novos artistas, ou pelo menos, artísticas cujo lançamento publico se deu com o se7e. “Os fotógrafos são, por ordem alfabética, o Daniel Lopes, que tem uma temática de fotojornalismo na vertente de espetáculo, mais concretamente fotografias de bandas underground, hard rock, portanto visualmente umas fotografias com uma luminosidade muito particular, de cada espetáculo dessas mesmas bandas aqui em Portugal e que não são muito conhecidas. O Daniel Lopes foi um lançamento público com este projeto. O segundo é o João Fitas, com fotografia de arquitetura, um outro fotografo que foi lançado por mim Há dois anos. O terceiro é o José Manuel Barbosa, outro lançamento neste projeto, em que a temática é o nu artístico. O quarto, outro lançamento, que é o José Rocha, com um belíssimo trabalho de retrato a preto e branco. O quinto, Luís Reina, com fotografia documental de viagem. Depois temos o Pereira Lopes com street photo e por fim temos o Rui Videira, lançado também por mim, no ano passado com o projeto Interioridades e que apresenta este ano fotografias sobre a temática de paisagem e natureza”, palavras de Luís Reina.
Os países que receberão o se7e serão “Em março, Paris, na Casa de Portugal, na Cidade Internacional Universitária, o segundo lugar será, embora não 100 por cento definido, o Chipre em finais de junho, julho. Novembro em Espanha, na Corunha, integrado no Festival Outono Fotográfico, que é o festival de fotografia mais antigo da Península Ibérica. Depois, estamos em negociações, relativamente a patrocínios, que nos poderão levar a Cabo Verde, Canadá e China. Se algum destes falhar, temos outras soluções como a Suíça, a Alemanha e uma Holanda ou uma Itália”.
Tanto em Paris como no Chipre, o projeto está a ser alvo de grandes espectativas. “Em Paris houve a aceitação a 500 por cento pela Casa de Portugal. Depositaram uma confiança tamanha neste projeto, que nos ofereceram de mão beijada um espetáculo, para a inauguração, com o quarteto de Cicero Lee que vai estar quatro dias em Paris e que vai interromper o terceiro dia, que deveriam estar no Zénith, na famosa sala de espetáculos, para ir à Casa de Portugal, à nossa inauguração. Portanto é uma honra. Ao nível do Chipre, o lançamento foi feito a nível diplomático, através do cônsul do Chipre cá no Porto e a exposição será feita naquele que é o principal Museu de Arte Contemporânea no Chipre”, referiu Luís Reina.
Com algum desencanto ouvimos falar de que em Portugal não se valoriza a cultura, não se dá oportunidade a novos artistas. Além do mais, o Se7e, tal como tantos outros projetos já desenvolvidos pelo Luís Reina ao longo de vários anos, não possuem qualquer apoio financeiro no país, sendo que todos os custos de deslocações e outros, serão suportados pelos próprios artistas. Para comparar a forma de atuação nacional e estrangeira, o mentor deste projeto diz-nos “quando fuii abordado o tema para irmos a Paris, de Paris a primeira coisa que eles analisaram foi, sem dúvida nenhuma, o projeto e o tipo de projeto.
O projeto agradou, pediram, então, o nome dos artistas e as temáticas que cada um ia apresentar. Depois, numa terceira fase, é que perguntaram se os artistas tinham um blog, um site, que eles pudessem consultar, visitar, para terem uma ideia do que iria ser. E só depois é que pediram uma fotografia, no mínimo, daquilo que se iria apresentar para ver se estava condigno com o espaço. Portanto, aqui em Portugal, ao contrário, o que interessa é ter nome e ser famoso. Lá fora isso não interessa. Mesmo porque também não podia ser, não é? Porque não somos conhecidos, não há nome e portanto, a eles interessa-lhes, sem dúvida nenhuma, o projeto”.
A exposição foi inaugurada no dia 15 de Janeiro e, antes que ela voe mais alto, até Paris, temos ainda a oportunidade de a ver, até dia 14 de Fevereiro, aqui bem perto de nós, em Braga, no Museu D. Diogo de Sousa, na sala de Exposições Temporárias. A entrada é livre assim como livres somos também todos nós para dar o nosso contributo, visitando, como fizeram aproximadamente 90 pessoas no dia da inauguração, e divulgando ao máximo este grande projeto, que a todos deve orgulhar. “Vão ver e essencialmente partilhem muito, divulguem muito, mesmo não podendo ir, partilhem, partilhem, partilhem! Há sempre alguém que conhece alguém nesses locais e que também divulgará e isso poderá fazer toda a diferença e contribuir para que a nossa cultura deixe de ser só para quem tem nome, padrinhos e cunhas. Nós podemos singrar la fora, há espaço para todos, como há também espaço para todos em Portugal. As pessoas têm de começar a pensar que a união faz a força” .
Texto: Ana Cláudia Albergaria
Exposição atual:
Local: Museu D. Diogo de Sousa – Rua dos Bombeiros Voluntários, Braga.
Horário:10h00 às 17h30 (terça a domingo).
Até: 14fev14.
CiNeMa
34.ª EDIÇÃO DO “FANTASPORTO” ARRANCA A 28 DE FEVEREIRO
2014. Edição 34 do Fantasporto. Ano de festa de 28 de fevereiro a 8 de março. Festa para o cinema. Festa para as artes. Da música, da literatura, passando pelas artes plásticas, pela fotografia, pela dança. Enfim, um Fórum Cultural que tem como centro, o tradicional “Fantas”, este ano destacando de novo o cinema europeu, mas não esquecendo as novas propostas vindas dos cinco cantos do Mundo.
Serão exibidos cerca de 200 novos filmes, inéditos em Portugal, de entre os quais se destacam também dez antestreias mundiais, diversas europeias, sendo naturalmente as outras nacionais. 30 países estarão representados no certame que selecionou produções extremamente recentes e que cruzam com os filmes mais marcantes no firmamento cinematográfico mundial de 2013. De entre os filmes selecionados surgem dezenas de nomes marcantes do cinema e que o “Fantas” vem dando a conhecer a Portugal e, em diversos casos à Europa, como vem acontecendo com o renovado cinema Oriental, o vindo da Oceânia, de África ou o Latino- Americano.
Local: Rivoli Teatro Municipal
Data: De 28 de fev14 a 08 mar14
+ Destaque (entrevista com Mário Dorminbsky) no “Etc e Tal Jornal”
CoNfErÊnCiAs/EnCoNTrOs
“O ESTADO DAS COISAS/AS COISAS DO ESTADO” NA FUNDAÇÃO DE SERRALVES
O Ciclo de Conferências organizado pela “Fundação de Serralves”, intitulado “O Estado Das Coisas/ As coisas do Estado” está a terminar. Os temas são pertinentes e os convidados de relevo na vida pública e mediática do país. Até ao dia 27 de fevereiro saiba os temas que, por certo, o levarão à Fundação de Serralves, aqui no Porto.
Local: Fundação Serralves (Rua D. João de Castro, Porto)
Tema: “Educar em Tempos de Crise”
Oradores: Manuel Braga da Cruz e Maria de Lurdes Rodrigues. Moderador: Manuel Carvalho.
Data: 06fev14
Horário: 21h30.
Preço: €03,00
Tema: “Regresso às Regiões e às Cidades na Europa”
Oradores: António Costa e Miguel Poiares Maduro. Moderadora: Fátima Campos Ferreira.
Data: 15fev14
Horário: 21h30.
Preço: €03,00
Tema: “Novos Políticos: Novas Políticas?”
Oradores: João Galamba e Nuno Melo. Moderador: Manuel Tavares.
Data: 20fev14
Horário: 21h30.
Preço: €03,00
Tema: “O Sentido do Fim ou Um Fim Consentido?”
Oradores: Eduardo Lourenço, José Pacheco Pereira e José Gil. Moderadora: Maria João Seixas.
Data: 27fev14
Horário: 21h30.
Preço: €03,00
ExPoSiÇõEs
“RAÍZES”: FOTOGRAFIA DE PEREIRA LOPES EM AVINTES
A fotografia de Pereira Lopes, é o espelho do ser humano que representa.
Seja abstracta ou concreta, seja a cor ou a preto e branco, seja rural ou urbana, traduz com clareza, a paixão e a sensibilidade de um homem sonhador que cresce madura e velozmente a nível artístico. A composição e o enquadramento são rigorosos.
O trabalho da luminosidade consegue-nos fazer viajar numa qualquer cápsula de um tempo passado ou futuro, pois o presente é o instante em que prime o obliterador tranquilamente. A procura da beleza perfeita é visível no produto final com que brinda ao seu público fiel.
As imagens traduzem com rigor a vida tal qual ela é; por vezes de um frio cruel, por outro o calor apaixonado de uma qualquer estação que ainda está para vir e que nos acaba por conquistar. Olhando atentamente a sua obra, apercebemo-nos do elixir que a mesma representa, pois a mesma transmite-nos alegria e positividade e dá-nos a força e perseverança necessária para continuar.
Luís Reina
(Texto escrito de acordo com a antiga ortografia)
AHLAM SHIBLI: “PHANTOM HOME”
O trabalho fotográfico de Ahlam Shibli (Palestina, 1970) confronta-nos com situações de perda de um lar e a luta contra essa perda, mas também com as restrições e limitações que o conceito de lar impõe a grupos e a indivíduos vítimas de políticas repressoras da identidade. Dão-nos a ver os territórios palestinianos ocupados; soldados palestinianos que lutam no exército israelita; os monumentos que lembram conjuntamente os membros da Resistência francesa contra os nazis e os soldados franceses envolvidos nas guerras coloniais contra povos que reclamavam a sua própria independência; os corpos de lésbicas, homossexuais, bissexuais e transsexuais provenientes de sociedades africanas, asiáticas e do Próximo Oriente; e comunidades de crianças que crescem em orfanatos na Polónia.
Death, a mais recente série fotográfica de Ahlam Shibli, mostra o esforço da sociedade palestiniana para preservar a presença daqueles que perderam a vida a lutar contra a ocupação. A série centra-se na representação dos ausentes através de fotografias, cartazes, campas e grafitos, exibidos enquanto forma de resistência contra o regime ocupante.
A exposição inclui nove séries fotográficas produzidas por Ahlam Shibli durante a última década. Na sua maioria, as imagens são acompanhadas por textos e legendas escritos pela própria artista que situam cada fotografia num tempo e num local precisos e testemunham um processo de investigação que muitas vezes envolve longas conversas e um contacto prolongado com os sujeitos representados. Textos e fotografias formam uma unidade que inviabiliza a sua utilização noutro contexto que não o da política anticolonial que motiva a artista.
A exposição “Phantom Home” foi organizada e produzida pelo Museu de Arte Contemporânea de Serralves em colaboração com o Museu d’Art Contemporani de Barcelona (MACBA) e Jeu de Paume, Paris.
Local: Museu de Arte Contemporânea de Serralves (Porto)
Data: Até 09fev14
“HABITAR(S)”: MOSTRA DA “SERRALVES” NA “ALMEIDA GARRETT”
O Museu de Arte Contemporânea de Serralves apresenta a exposição “Habitar(s)”, que ocupará o amplo espaço da Galeria da Biblioteca Municipal Almeida Garrett, localizada nos jardins do Palácio de Cristal, no Porto. A exposição apresenta obras da Coleção da Fundação de Serralves e obras da Coleção da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) que se encontram em depósito em Serralves.
A mostra desenvolve-se em torno da ideia de habitar: habitar um espaço de estudo e de investigação, como documenta Augusto Alves da Silva nas fotografias da série ist, confrontar os objetos com a arquitetura que os alberga, como sugerem as esculturas de José Pedro Croft; ou refletir sobre um espaço alternativo para uma casa inspirando-se nos modelos japoneses, como faz Alicia Framis. Os tapetes flutuantes de Cristina Iglesias, por sua vez, tratam noções de tempo nos espaços que habitamos e remetem para arquiteturas ancestrais do sul, enquanto a aparente escultura minimal de João Onofre torna-se num palco de um evento efémero onde uma banda de death metal atua.
As obras apresentadas foram selecionadas de forma a estabelecer pontos de contacto e de diálogo entre artistas nacionais e internacionais que trabalham com meios como a escultura, a fotografia, a pintura, o desenho e o vídeo.
Os trabalhos são da autoria de Augusto Alves da Silva, Pedro Cabrita Reis, Pedro Calapez, Alberto Carneiro, Mauro Cerqueira, José Pedro Croft, Alicia Framis, Eberhard Havekost, Cristina Iglesias, João Onofre, Rui Toscano, Francisco Tropa.
Por ocasião da exposição será publicado um catálogo bilingue (português/inglês) com imagens de todas as obras acompanhadas de textos inéditos. Curadoria: Suzanne Cotter, João Silvério e Isabel Sousa Braga
Local: Biblioteca Municipal Almeida Garrett, Porto, Portugal.
Horário:10h00 às 18h00 (terça a sábado). 14h00 às 18h00 (domingos). Encerra às segundas e feriados
Até: 23fev14
Preço: Entrada Gratuita
+; www.serralves.pt
MúSiCa
JOSÉ CID NO PORTO
Falar de José Cid é falar de um dos maiores talentos jamais revelados pela música portuguesa. Em qualquer parte do mundo, raríssimos são os artistas que conseguem estar no topo durante 40 anos, ele encontra-se neste grupo restrito por mérito próprio há muito reconhecido e retratado em largas dezenas de inesquecíveis e inspiradas canções, que vão do étnico, ao fado, ao “pop”, ao rock, ao popular e até ao jazz.
Esta versatilidade garantiu a José Cid um lugar muito especial no coração do público. Autor/compositor e intérprete de alguns dos maiores êxitos da música Nacional:” A Rosa Que Te Dei”, “Na Cabana Junto à Praia”, “20 Anos”,” Ontem, Hoje e Amanhã”, ”Cai Neve em Nova Iorque”, “A minha música” e os mais recentes “Mais um dia” e “Louco Amor” são apenas alguns dos temas que o público vai poder ouvir e cantar em uníssono com o cantor, naquele que não vai ser só um concerto mas sim uma grande festa
Local: Coliseu do Porto
Data: 14fev14
Horário: 22h00
Preços: De €12,50 a € 25,00
PIANISTA LUKAS VONDRACEK DE REGRESSO À CASA DA MÚSICA
Após uma auspiciosa estreia com a Orquestra Sinfónica, o premiado pianista checo Lukas Vondracek está de regresso à Casa da Música para o seu primeiro recital a solo na cidade do Porto. Além dos prémios em prestigiados concursos internacionais, como os de San Marino, Hilton Head, Unisa, Van Cliburn e Top of the World, Lukas Vondracek traz na bagagem repertório predileto dos melómanos. Desvendando o lado mais poético e sonhador de Schumann nas célebres Cenas Infantis, o pianista estabelece um contraste entre o tom mais lírico destas peças e as sonoridades orquestrais dos Estudos Sinfónicos.
A segunda parte do recital culmina com a portentosa Sonata nº 7 de Prokofieff, eixo central da chamada trilogia de guerra.
Local: Sala Suggia (Casa da Música, Porto)
Data: 20fev14
Horário: 21h00
Preço: €17,00
+: www.casadamusica.com
TeAtRo
“MADALENA” NO MOSTEIRO (S. BENTO DA VITÓRIA)
Espetáculo que o Ensemble concebeu em 2013 para criar um espaço de identificação com um espectador mais jovem, Madalena celebra e interroga a designada obra-prima do teatro português: Frei Luís de Sousa, uma tragédia de “gente honesta e temente a Deus” que Almeida Garrett escreveu para ver se seria ainda possível “excitar fortemente o terror e a piedade ao cadáver das nossas plateias”.
A atmosfera agore criada pela encenação de Jorge Pinto é parte integrante dessa estratégia de agitação e aproximação ao público escolar, bem como as feições rock e noise da música de Ricardo Pinto. Industriados pelo velho Telmo, hábil marionetista de fantasmas e augúrios, os músicos não fazem apenas o comentário dos sentimentos de culpa de D. Madalena de Vilhena, mas instigam ativamente os seus terrores. Emília Silvestre – a atriz que protagonizou recentemente, no palco do TNSJ, Ah, os dias felizes de Beckett – é Madalena, o sistema nervoso central desta revisitação de Frei Luís de Sousa, que tira amplo partido da sombria imponência do claustro do Mosteiro de São Bento da Vitória para abordar o destino trágico de uma cultura obcecada com a culpa e o passado.
Encenação: Jorge Pinto. Música: Ricardo Pinto. Desenho de Luz: José Álvaro Correia. Desenho de Som: Joel Azevedo. Figurinos: Cátia Barros. Assistente de Encenação: Vânia Mendes.
Interpretes: Emília Silvestre, Marcelo Rúben Aires, Teresa Coimbra, Jorge Pinto, Pedro Lamares, António Parra e Ricardo Pinto.
Local: Mosteiro S. Bento da Vitória (Porto)
Até: 14fev14
Horários: dia 01fev14: 21h30; dias 03 e 10fev14: 15h00; de 04 a 07 fev14: às 15 e 21h30
Preço: €12,00
“JOANINHA DOS OLHOS VERDES” NA SALA ESTÚDIO DO “D. MARIA II”
Livremente inspirada no episódio romanesco das Viagens na minha terra de Almeida Garrett, esta peça tem como destinatário principal a juventude de hoje, que nela encontrará motivos de identificação com muitos dos seus dilemas atuais. Os primeiros amores, as opções de vida, os confrontos com as gerações precedentes são, entre outros, os conflitos de suporte da peça.
O apaixonadiço Carlos encontra na prima Joaninha a sua Ofélia, mas ao amor que desponta opõe-se a figura de aparência sinistra de um frade ou ex-frade, resistente a todas as mudanças. Que levará Frei Dinis a semelhante obsessão?
O liberalismo de Carlos obriga-o ao exílio. Quando regressa tudo se alterara no seu pequeno núcleo familiar. O drama com rasgos de melodrama já passara por ali.
Mas tudo acabará em bem, isto é, na glorificação irónica da nova nobreza, quando o antigo revolucionário Carlos for, pressuroso, ocupar o seu lugar no coro dos recém-nobilitados barões.
De António Torrado, a partir de Viagens na minha terra de Almeida Garrett. Versão cénica e encenação João Mota.
Figurinos: Carlos Paulo (a partir dos figurinos do espólio do TNDM II de António Alfredo, Helena Reis, José Costa Reis, Marta Carreiras e Ruy de Matos). Desenho de luz; José Carlos Nascimento. Direção musical e assistência de encenação: Hugo Franco. Vídeo: Pedro Macedo.
Com João Grosso, José Neves, Manuel Coelho, Maria Amélia Matta, Bernardo Chatillon, Joana Cotrim, Jorge Albuquerque, Lita Pedreira, Luis Geraldo, Maria Jorge e Rita Figueiredo.
Local: Sala Estúdio do Teatro Nacional D. Maria II (Lisboa)
Até: 09fev14
Horário: De 4.ª a 6.ª feira:21h30; sábados: 21h15; domingos: 16h15.
Preços: De €01,00 a € 12,00
CENDREV FAZ BALANÇO DE ATIVIDADE (2013)
“Ainda que a cultura continue a ser o parente pobre do Orçamento de Estado, não deixámos de contribuir, com enorme esforço é verdade, para a manutenção da vida cultural da cidade património mundial e intervir na região, no país e no estrangeiro. Garantimos a obrigação do cumprimento de serviço público.
Embora o financiamento do Cendrev tenha sido reduzido em mais de 71por cento nos últimos quatro anos, uma brutal redução que nos está a obrigar a funcionar num quadro de enorme precariedade, conseguimos concretizar um assinalável programa de trabalho que contou com parcerias com a Universidade de Évora, Zorra Produções Artísticas, Alma D’Arame de Montemor-o-Novo, Museu da Marioneta de Lisboa, Grupo Pró-Évora, SOIR – Joaquim António de Aguiar, com a colaboração da Câmara Municipal de Évora e de algumas empresas da cidade, o apoio de alunos que realizaram os seus estágios na companhia e finalmente contámos também com o importante financiamento comunitário, através de duas candidaturas: “Bonecos de Santo Aleixo – Um Património a Preservar”, que se mantém até final de 2014 e “CULTURBE”, que terminou no final do ano.
Em 2013 o Cendrev realizou 73 representações, das quais 43 em Évora e as restantes em digressão, que levaram a companhia ao Alandroal, Arraiolos, Barrancos, Beja, Braga, Campo Benfeito (Castro Daire), Coimbra, Covilhã, Estremoz, Faro, Flor da Rosa (Crato), Lisboa, Portel, Ravena (Itália), Salamanca (Espanha), Santiago do Cacém, Valência (Espanha) e Vila Real.
Ao conjunto de espetáculos apresentados pela companhia assistiram 4.828 espectadores. A companhia efetuou este conjunto de récitas com os espetáculos – “Mister Paradise” de Tennessee Williams; “Vou ou não vou esta noite ao teatro” de Karl Valentin; “Falar Verdade a Mentir” de Almeida Garrett e com os Bonecos de Santo Aleixo.
Para além dos espetáculos da companhia, o Cendrev acolheu em residência no Teatro Garcia de Resende um projeto teatral do Grupo Faísca e recebeu, no âmbito do projeto CULTURBE ou através do programa de intercâmbios, as companhias: ACTA – Companhia de Teatro do Algarve; Escola da Noite; Baal 17, Cena Lusófona, Companhia de Teatro de Almada; Companhia de Teatro de Braga; Lendias D’Encantar; Olga Roriz; Peripécia Teatro, Teatro das Beiras; Teatro Extremo e Teatro do Montemuro.
Organizámos uma Mostra de Teatro de Mamulengo (Brasil), uma Mostra de Teatro Galego, projeto designado Troco X Troco que envolveu quatro companhias galegas e quatro portuguesas, uma Mostra de Marionetas Japonesas e a 13ª edição da Bienal Internacional de Marionetas de Évora – BIME que, para além da exposição de um espólio do Museu da Marioneta e do Seminário Internacional com o tema “Que museu para os Bonecos de Santo Aleixo”, trouxe a Évora 21 companhias que apresentaram 77 sessões no Teatro Garcia de Resende e em diversos locais do centro histórico.
Ao longo do ano de 2013 realizámos, organizámos e acolhemos em Évora 170 sessões com o envolvimento de 33.258 espectadores, nestes números contabilizamos os espetáculos da companhia, os programados pelo Cendrev e as 20 cedências decididas pela Câmara Municipal. No âmbito do trabalho de formação e sensibilização de novos públicos a companhia, para além dos apoios e empréstimos de material técnico e guarda-roupa, realizou um Workshop de 30 horas e organizou 16 visitas guiadas ao Teatro Garcia de Resende onde participaram 453 pessoas, nomeadamente jovens.
Mais um ano carregado de dificuldades para os trabalhadores do Cendrev que mantiveram, com toda a dignidade, este projeto teatral que nasceu com a revolução de Abril, cujo 40º aniversário iremos celebrar este ano que esperamos seja também a abertura de uma nova página na relação do município com os agentes culturais.
+ www.crendev.com
OBS: Nesta rubrica só se publicam as iniciativas que sejam endereçadas à nossa redação, até ao dia 25 de cada mês, isto através dos seguintes e-mail: etcetaljornal.site@gmail.com ou jgoncalves0@gmail.com