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Criação de POLO EMPRESARIAL promete DINAMIZAR Zona Oriental da cidade do Porto

O antigo Matadouro Municipal do Porto, à rua de S. Roque da Lameira (Corujeira – Campanhã), poderá ser transformado num polo de apoio a pequenas e médias empresas da região, podendo, entre outras hipóteses, ser gerido por privados, uma vez que o referido espaço está incluído na lista de imóveis a vender pela Câmara Municipal do Porto (CMP), sendo que, a sua venda reverterá qualquer coisa como 21,4 milhões de euros para os cofres da autarquia.

Anunciado, em campanha eleitoral para as “Autárquicas” de 2013, como um projeto relevante e estratégico, não só pela candidatura independente encabeçada pelo atual presidente da CMP, Rui Moreira, mas também pelo, agora, parceiro de coligação, o socialista Manuel Pizarro, o ex- Matadouro Municipal do Porto poderá ser transformado naquilo que será um centro ou polo empresarial, passando a sua concretização por “parcerias adequadas” ou com recurso a financiamento comunitário.

A verdade, é que o referido projeto, a ser concretizado, criará cerca de 1.500 postos de trabalho e dinamizará a (carente e desprezada) zona oriental do Porto (Campanhã e Bonfim), albergando no seu seio empresas ligadas à criatividade, cultura e tecnologia, com uma forte ligação à Universidade do Porto e ao Parque de Ciência e Tecnologia (UPTEC), isto de acordo com a proposta socialista, que designou o futuro espaço de Centro Empresarial de Campanhã.

Vista parcial a partir da VCI
Vista parcial a partir da VCI

Espaço com 30 mil metros quadrados avaliado em 5,050 milhões de euros

Com um total (no seu conjunto) de 30 mil metros quadrados, a venda do ex-Matadouro Municipal, “não compromete”, segundo fonte camarária em declarações à agência Lusa, “o Pólo de Apoio a Pequenas e Médias Empresas. A Câmara sabe o que quer fazer para ali, mas ainda não sabe se o vai fazer com fundos próprios, com financiamento comunitário ou alienando o espaço a privados”.

O espaço, avaliado em 5,050 milhões de euros, é atualmente destinado a armazém camarário, encontrando-se também lá sediada a Sociedade Protetora dos Animais (SPA), isto desde a altura em que começaram as obras para a edificação do Estádio do Dragão.

“A Câmara tinha de prever a venda do matadouro numa altura em que não tem o modelo de financiamento definido. Se a solução passar por uma parceria com privados, a alienação pode acontecer, mas sempre para aquele fim, ou seja, a criação do Pólo de Apoio a Pequenas e Médias Empresas do Porto”, observou fonte autárquica.

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O ex-Matadouro Municipal do Porto é classificado, em documento camarário, como “uma infraestrutura que dispõe de todas as condições para a criação de uma grande zona de armazenagem de pequenos negócios do Porto”, podendo vir a ser “ a nova base logística de toda a cidade”.

Saiba, entretanto, que o ex-Matadouro Municipal do Porto não é a única infraestrutura a “alienar” ou leiloar pela CMP na listagem incluída no Orçamento para 2014. A expectativa da autarquia é de angariar 9,9 milhões de euros com a venda de terrenos e 11,4 milhões com a alineação de edifícios.

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ERNESTO SANTOS: “Estou convencido que neste quadriénio o projeto para o Matadouro Municipal será uma realidade”

Para o presidente da Junta de Freguesia de Campanhã, Ernesto Santos, em declarações ao nosso jornal, este projeto é essencial para o desenvolvimento da zona oriental do Porto, acreditando o autarca que o mesmo será, mais tarde ou mais cedo, uma realidade.

“Este projeto vinha sendo uma revindicação da Junta de Freguesia de Campanhã há largos anos – naturalmente, não comigo, mas com os meus antecessores nomeadamente com Fernando Amaral e Rodrigo Oliveira – para dar um fim àquelas instalações, porque, cada ano que passa, elas degradam-se de forma significativa, isto desde a altura em que o espaço foi encerrado na altura em que o Ministério da Agricultura reformulou todos os serviços pecuários. A partir daí, e já lá vão mais de duas décadas, ele tem vindo a degradar-se. De sublinhar, entretanto”, continuou Ernesto Santos, “que, na última década, nomeadamente no mandato do dr. Rui Rio, aquilo tem servido para armazenar mobílias dos despejos dos bairros camarários. A Sociedade Protetora dos Animais também utiliza essas instalações em condições bastante precárias.”

Independentes e socialistas interessados em transformar o Matadouro

Ernesto Santos, recorda o interesse do seu partido (PS) em dar um novo rumo ao antigo Matadouro Municipal, enfatizando algumas ações de campanha efetuadas no local.

“Nós estivemos lá aquando da campanha eleitoral para as Autárquicas de 2013, onde fizemos, no interior do Matadouro, uma ação. A verdade é que está plasmado, pelas duas forças políticas que compõem o executivo, a recuperação do antigo Matadouro como centro empresarial. Embora com algumas diferenças entre um e o outro projeto, a verdade, é que ambas as propostas vão dar ao mesmo. Os projetos dizem respeito a um empreendimento a realizar, em parceria, entre a Câmara e privados. Portanto, a autarquia cederia o que lá tem, e não é assim tão pouco porque é todo o património, a empresários interessados em investir e reformular o espaço que seria destinado a um centro empresarial”.

“É importante que se mantenha bem acesa a chama deste projeto”

Ainda de acordo com o nosso entrevistado“ não fosse, agora, este retrocesso da economia, nós já teríamos plantado esse dito centro no antigo Matadouro Municipal do Porto, o que seria muito importante se tomarmos como exemplo, o sucesso da transformação de duas infraestruturas industriais no distrito do Porto, uma em Paranhos, na antiga Fábrica da Areosa, e outra, a Fábrica Lionesa, em Leça do Balio. No nosso caso, é importante que se mantenha bem acesa a chama deste projeto, de modo a que, logo que haja possibilidades financeiras, a coisa se concretize. Aliás, deixe que lhe diga: dentro daquelas instalações poderia ser incluída, eventualmente, a atual esquadra da PSP da Corujeira, e curiosamente – não sei se no projeto do dr. Pizarro se no do dr. Rui Moreira – a construção de uma passagem elevatória, que passasse sobre a linha do Metro e do comboio, de acesso à estação do Dragão, o que tornaria esse projeto ainda mais rentável e muito mais fluente no capítulo da mobilidade”, disse Ernesto Santos

“Ligação à Universidade é fundamental!”

Prevendo-se a criação de 1.500 postos de trabalho diretos, o antigo Matadouro Municipal do Porto transformado em polo empresarial com estreia ligação à Universidade do Porto, poderá por “revolucionar”  por completo a zona.

“Hoje em dia, tudo o que se faça nessa área que não tenha uma ligação à Universidade será, por certo, dificilmente se traduzirá num êxito. A Ligação à Universidade é fundamental! A Universidade com todos os seus meios de investigação que coloca aos serviços das empresas, seria uma das alavancas para iniciarmos aqui um grande projeto. Estamos a falar em 1.500 postos diretos, porque depois, todos os empregos indiretos – como a restauração, como empresas de serviços e etc – sairiam beneficiadas”, referiu ao nosso jornal, Ernesto Santos.

“Os novos postos de trabalho a criar não serão exclusivos a Campanhã”

Com a transformação do antigo Matadouro Municipal do Porto e a prevista criação de cerca 1.500 postos de trabalho, o presidente da Junta de Freguesia de Campanhã, alarga a influência – ainda que saliente a importância estratégia da sua freguesia – a outras da área oriental do Porto e até de Rio Tinto (Gondomar)

“Todos seriam beneficiados! Isto é uma zona, praticamente sem barreiras. Campanhã está metida entre Paranhos, Bonfim e Rio Tinto (Gondomar). Os 1.500 postos não seriam exclusivos a Campanhã, mas empregaria muita gente de cá, e serviria toda a zona de restauração e de serviços aqui à volta do antigo Matadouro Municipal”.

Mas, será que o projeto foi, entretanto, um pouco esquecido? Fala-se pouco dele… “Não é um projeto que esteja esquecido, Este é um projeto que tem sido falado em assembleias municipais, e sei que, tanto o dr. Rui Moreira como o dr. Manuel Pizarro, estão interessados, logo que possível, por este projeto de pé. Como se costuma dizer, Roma e Pavia não foram feitas num dia, mas estou convencido que, neste quadriénio, e uma vez que as ligações entre os dois autarcas são excelentes, que será possível por o projeto em prática, que Campanhã sairá beneficiada, porque as instalações estão sediadas na nossa freguesia. Mas, a verdade é que ainda não há algo que dê a entender que as coisas arrancam amanhã, depois de amanhã, ou de hoje a um ano. Mesmo assim, estou perfeitamente convencido que, neste mandato, os dois tudo farão para arrancar com esse projeto”, concluiu Ernesto Santos.

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JOSÉ CARVALHO (Bonfim): “Vejo com bons olhos o projeto para o antigo Matadouro”

A freguesia do Bonfim está também interessada na construção do referido Polo Empresarial em Campanhã, até porque beneficiará, ainda que indiretamente, com a expansão do mesmo, quanto mais não seja na oferta alargada de emprego.

O presidente da Junta bonfinense, José Carvalho, eleito pela lista independente de Rui Moreira, está a par do projeto, uma vez que o mesmo fez parte do programa eleitoral da lista, considerando que o vê “com bons olhos”.

“Embora o projeto se localize em Campanhã e à freguesia de Campanhã diga diretamente respeito, penso que o Bonfim terá benefícios, indiretos, com a concretização do mesmo. Além de revitalizar uma importante infraestrutura, como é a do antigo Matadouro Municipal do Porto, penso que toda a zona oriental da cidade do Porto tem a ganhar com a criação desse Polo Empresarial, o qual já fazia parte do programa eleitoral da lista de Rui Moreira”, palavras de José Carvalho.

O Matadouro nos inícios do século XX
O Matadouro nos inícios do século XX

História

O projeto para a construção do Matadouro foi aprovado pela Câmara Municipal do Porto em 1910, mas só entrou em funcionamento em 1923, tendo sido inaugurado apenas em junho de 1932. A construção do complexo, de influência alemã do género “Offenbach”, veio substituir o antigo matadouro de S. Diniz.

O atual complexo – desativado e servindo apenas de armazém para a Câmara Municipal do Porto, e para a Sociedade Protetora dos Animais, desde as obras para a edificação do Estádio do Dragão – possui diversos pavilhões e dependências destinadas que foram às diferentes operações do processo industrial, ocupando, no seu conjunto, uma área de 30.000 metros quadrados.

O futuro bate aí à porta e a necessidade da concretização de um projeto para a revitalização das instalações parece inevitável. Vamos lá ver quando as obras arrancam. Nós por cá, estamos atento ao evoluir dos “acontecimentos”.

Texto: José Gonçalves

Fotos: António Amen e Pesquisa Google

Fontes: Agência Lusa, Wikipédia e Arquivo Municipal do Porto

 

 

 

 

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