E aí estão os primeiros números do ano. Falamos em estatísticas que nos revelam dados surpreendentes, principalmente no que concerne ao número de óbitos registado entre dezembro e fevereiro (há poucos dias). Antes, porém, o Instituto Nacional de Estatística (INE) deu a conhecer a taxa de desemprego verificada nos primeiros 31 dias de 2015. Cifras que dão para pensar.
O desemprego continua a ser um dos maiores flagelos sociais de Portugal. Os números de janeiro revelados pelo INE revelam que 13,3 por cento da população ativa continua sem emprego, se bem que a percentagem tenha decrescido em três décimas de ponto em relação a dezembro de 2014. Ainda assim, os números encontram-se acima do que era esperado. A taxa do último mês de 2014, depois de revista, não foi de 13,4 pontos percentuais (pp), mas de 13,6.
Regista-se ainda o facto de que são milhares os que, mesmo no desemprego já não se encontram registados nos centros de emprego, facto que, por si só, agravaria a taxa. Esta situação está a preocupar sobremaneira a Comissão Europeia, tendo esta declarado, recentemente, “vigilância apertada a Portugal”.
Desemprego entre os jovens mantém-se em alta
O desemprego atinge, assim, e em termos oficiais, 683 mil pessoas, não se sabendo qual a percentagem de Desempregados de Longa Duração. Segundo o INE, “a população desempregada aumentou para os jovens (1,5 pp; 1,9 mil) e para as mulheres (0,5%; 1,7 mil) e diminui para os adultos (2,2%; 12,4 mil) e para os homens (3,6pp; 12,3 mil).
Vista a coisa mais ao pormenor, “a taxa de desemprego das mulheres (13,9%) excedeu a dos homens (12,8) em 1pp”, refere o documento do INE que quanto os jovens salienta o facto de que “”a taxa de desemprego situou-se em 33,6%, tendo, mesmo assim, diminuído 0.2pp em relação a dezembro de 2014.”
Ainda segundo o INE, “a população empregada em janeiro de 2015 foi estimada em 4.441,3 mil pessoas, tendo aumentado 0,5 por cento face ao mês anterior (mais 21,0 mil pessoas). Esta evolução ocorre após um período de quatro meses consecutivos de decréscimos continuados no emprego (setembro a dezembro de 2014), o qual se seguiu um período de sete meses consecutivos de acréscimo (fevereiro a agosto de 2014).
NÚMERO DE ÓBITOS BATE RECORDE DOS ÚLTIMOS 17 ANOS
Agora. Tenha em atenção este estudo e os respetivos números. De acordo com o último boletim de Vigilância Epidemiológico do Instituo Ricardo Jorge, “entre dezembro de 2014 e fevereiro deste ano” (sendo que o mês terminou, à data da presente edição, no dia de ontem), “registaram-se mais 4.625 mortes do que era esperado” (do que era esperado?!), sendo este “o maior registo dos últimos 17 anos, superado apenas na época gripal de 1998/99, na qual se verificaram 8. 514 óbitos acima do previsto.
Recorrendo à Agência Lusa (com a devida vénia) e às declarações proferidas à mesma pela subdiretora-geral da Saúde, Graça Freitas, os problemas que se têm verificado nos hospitais, com especial destaque para a falta de pessoal poderá estar no cerne, ou ser uma das principais causas, para o (assustador) número de mortes verificado em tão curto espaço de tempo.
“Obviamente que quando há problemas nos serviços (hospitalares), há sempre duas vertentes: uma que é a procura e outra que é a oferta. Mas, o que é preciso realçar é que em 1998, já lá vão quase vinte anos, a realidade era outra. Hoje temos uma população muitíssimo mais idosa, a viver isolada, com múltiplas patologias e múltipla medicação. Ou seja, há aqui fatores, nas pessoas que vão às Urgências, que fazem com que elas tenham situações mais graves do que acontecia anteriormente ”, referiu Graça Freitas.
Ainda de acordo com o relatório do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, o aumento do número de óbitos “não pode ser atribuído a nenhuma causa específica, podendo estar associado ao frio extremo, ao aumento de incidência das infeções respiratórias agudas e à atividade gripal”. Segundo os dados do Sistema de Informação dos Certificados de Óbito (SICO), no decorrer da semana entre 16 e 22 de fevereiro de 2015, houve 2741 óbitos, menos 265 do que na semana anterior. Mesmo assim, e esta é a verdade dos factos, tem morrido muita gente e as explicações para tal ainda são muito vagas.
Texto: JG
Fotos: Pesquisa Google
Fonte: Agência Lusa
01mar15