O médico cardiologista, poeta e pintor Adão Cruz, é o autor da exposição de pintura “A Voz ao Longe” inaugurada no dia 17 setembro na Sala dos Fundadores do Museu de Ovar que pode ser vista até 8 de outubro.
A obra deste artista procura exprimir os seus vários sentimentos na tela legendada por poemas como por exemplo, “Venho de um jardim distante” ou “A morte de um poeta”, que, como o próprio identifica, a sua pintura é uma espécie de “expressionismo ficcionista do sentimento”, sem regra ou preocupações técnicas e académicas, assume Adão Cruz, apresentado pelo diretor do Museu de Ovar, Manuel Cleto, como um grande amigo do Museu. Uma profunda relação de amizade que proporcionou mais um momento marcante e dignificante para a história desta Instituição ao serviço da cultura e de Ovar.
Foi uma sala cheia de amigos que corresponderam de vários pontos do país ao convite poético do artista Adão Cruz, para esta sua exposição em Ovar, em que, como fez questão de manifestar o seu agradecimento por tal oportunidade, “talvez por não sermos mais do que o eco de uma qualquer voz ao longe! Com a vossa presença ouve-se melhor”.
E foi assim rodeado de um significativo número de colegas de várias especialidades médicas e de vários artistas plásticos, que no momento da apresentação das suas obras, que em vez de palavras de circunstância sempre efémeras, brindou os presentes com uma abordagem sobre a arte e a relação entre uma carreira médica na especialidade de cardiologista, a poesia e a sua pintura, que chega a classificar como, “um figurativo à sua maneira” ou seja, “rude” e “espontâneo”, recorrendo a Júlio Pomar para concluir sobre esta sua pintura sem regras ou preocupações técnicas e académicas, que, “é a doença congénita das artes”, afirmado ainda este médico que qualquer expressão artística tem na sua essência o sentimento poético, já que, como também sintetiza, “a poesia está em todas as formas artísticas”.
Com vários livros de poesia e pintura publicados, Adão Cruz, que cresceu na freguesia de São Pedro de Castelões, Vale de Cambra, baseando-se na sua experiencia pessoal, defendeu ainda que o sentimento poético e o sentimento artístico, ainda que possa haver “algum componente genético, têm de ser vividos, esculpidos pela vida”, através do “pensamento e a razão”, um desafio, “sem tender para o sentimental”, sublinhou o médico, poeta e pintor.
Texto e fotos: José Lopes (*)
(*) Correspondente “Etc e Tal Jornal” em Ovar – Aveiro
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