Há apresentações de livros e apresentações de livros. Umas mais, outras menos formais. Depende, essencialmente, do autor e das caraterísticas da sua obra. Pois bem. Quando falamos de Miguel Correia, que por acaso (?!) é nosso colunista, rubricando “As Crónicas dos Tugas”, é natural – perfeitamente natural! – que a informalidade, a simpatia e o… humor (como não podia deixar de ser) marquem assinalável presença; na presença de amigos, leitores e demais convidados.
E foi nesse ambiente que, no pretérito 17 de dezembro, no Orfeão de Matosinhos, Miguel Correia apresentou o seu novo livro: “As Crónicas Tugas – Tem de Ser”.
Tinha mesmo de ser e foi… antes do Natal. O esforço da “Chiado Editora”, que chancela o livro, foi tal que a obra chegou aos escaparates primeiro que o Pai Natal. O livro está aí, como já esteve, por certo, em muitos natalícios sapatinhos.
Ladeado por José Matos (radialista da “Placard” e responsável pela introdução do livro) e António Cunha e Silva (Orfeão de Matosinhos), Miguel Correia viveu mais um dia de (literária) felicidade, uma vez que este trata-se do seu sexto livro, desta feita prefaciado pelo humorista Nuno Markl.
“Uma voz incomodada”
“Este é mais um livro do Miguel, que volta a agitar o panorama nacional. Ele tem um jeito especial para pôr os pontos nos “is”. Não é uma voz incómoda, mas uma voz incomodada”. Palavras de António Cunha e Silva que, no fundo, retratam o autor e as suas “Crónicas”.
José Matos, por seu turno, realçou o facto de que o autor “não é uma daquelas pessoas da literatura que tem todos os apoios. Tem de lutar por eles. As histórias que conta fazem parte de todos nós. Este livro é um pouco de nós, aliás, revejo-me em muitas das histórias. Penso que todos os nossos defeitos são aqui revelados”.
“As Crónicas Tugas – Tem de ser” é, no fundo, um livro que “relata a vida dos portugueses, com uma visão focada nas suas trapalhadas#, diz o autor, que faz questão de frisar que o seu “humor não é brejeiro. É fácil fazer pouco de alguém. Não faço isso!”. Palavra do escritor.
Miguel Correia deu a “volta” a Portugal e leu algumas crónicas do seu livro, interrompidas (e bem) pela viola e voz do “resistente” Paulo Alexandre, para quem “o Miguel tem uma escrita muito especial”.
Como especial é a postura de Miguel Correia no complexo mundo dos livros, principalmente quando o livro é também, entre outras coisas, fruto de uma luta; de uma luta que, em seu entender, “valeu a pena!”. Tal como valerá a pena ler estas crónicas em livro, como as outras insertas neste jornal, em rubrica assinada pelo autor desta obra com cerca de três centenas de páginas que alegrarão, com certeza, o mais triste dos tugas. Está feito o convite.
Texto: José Gonçalves
Fotos: Pedro N Silva
01jan17