O programa da Galeria Municipal do Porto (GMP) para o presente ano, foi, recentemente, apresentado, em sede da referida instituição (aos jardins do Palácio de Cristal), onde também foi dado a conhecer um vídeo promocional da criação artística no Porto, destinado, essencialmente, a artistas estrangeiros.
Na presença do responsável máximo da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, foi, então, dado a conhecer pormenores sobre as quatro mostras que ocuparão o espaço, a partir do dia 11 do presente mês (março), até ao final do ano.
As exposições, no seu geral, incluem projetos “muito abertos de ponto de vista crítico, com criações artísticas a abordarem pertinentes temas sobre ambiente, política e economia, entre outros”.
Rui Moreira: “A Galeria é um projeto para além do Porto”
Para o presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP), Rui Moreira, o trajeto das programações dos últimos três anos da GMP “tem sido progressivo. O ano passado, por exemplo, foi decisivo para a consolidação da Galeria no contexto cultural do Porto”.
Ainda segundo o edil, a GMP está a chegar “à idade adulta, depois de ter passado pela penumbra. Este, é hoje, um projeto para além do Porto. O Porto contribuiu para o cosmopolismo dos outros, criando, assim, desafios para todos os que gostam de cultura”.
Rui Moreira considera que a GMP é um “espaço fundamental tanto em termos nacionais, como internacionais”, espaço esse, com a programação anual, custa à CMP “200 mil euros”, isto para este ano, uma vez que no ano passado, o custo foi de “220 mil”, sendo que 50 mil são financiados pela EDP.
Relativamente ao vídeo promocional, o autarca salientou que se trata “de uma ideia original, e fundamental para dar a conhecer o que a cidade tem para oferecer. Este é um vídeo cultural, não só turístico ou económico. É um trabalho importante”.
E, pronto, estava dado o arranque oficial para os trabalhos a desenvolver durante 2017 na Galeria Municipal do Porto. Falta só saber se a adesão dos interessados (público em geral) será tão elevada quanto a do ano transato, durante o qual o espaço registou 97 mil entradas. Tenha em atenção, portanto, à programação para deste ano:
“Quote / Unquote”
De 11 de março a 14 de maio, a GMP terá aberta ao público a exposição “Quote/Unquote”, que não é mais do que uma seleção de obras da coleção da Fundação EDP – mecenas da GMP desde 2015 -,subordinadas ao tema da “apropriação na arte contemporânea”. A exposição propõe uma leitura transversal das práticas de apropriação direta de imagens, textos ou outras formas de produção cultural, a citação como elemento que concorre para a produção de sentido, ou diálogo consciente e assumido com autores e criações preexistentes.
Esta exposição é realizada em curadoria coletiva – Gabriela Vaz-Pinheiro e Ana Anacleto – e estrutura-se em torno de três subnúcleos: 2Arquivo e Quotidiano”, “Especialidade e Política” e “Imagem e Narrativa”. Esta mostra, no próximo mês de outubro, terá como espaço, a “Central Tejo”, em Lisboa.
“Them Or Us!”
A dois de junho é inaugurado o “Them Or Us!”, um projeto de ficção científica, social e política, que tem como curador Paulo Mendes. Trata-se de uma exposição que insere-se em “contextos sociais em que vivemos. A arte contemporânea dentro desse contexto, e a questão do “invasor” como tema cada vez mais pertinente”.
Ou seja, “o “invasor” nas suas possíveis formulações, a criação do medo “do outro”, consequência da invasão territorial através do refugiado, do terrorista ou do turista; da invasão biológica através de novos vírus, contaminações e de mutações contemporâneas que alteram o corpo primitivo”, explicou o curador.
O espaço da GMP será “transformado” e “acompanhado por um livro de ensaios”, sendo de salientar o vasto leque de artistas representados nesta exposição, entre os quais, Alexandra Moura, Christian Andersson, Fiúza Faustino, Hugo de Almeida Pinho, Laura Torres, Renato Ferrão ou Von Calheu. Esta exposição encerra a 13 de agosto.
“Quatro Elementos”
No outono, mais concretamente entre 01 de setembro e 12 de novembro, é a vez de a GMP ser ocupada por “Quatro Elementos”, que é como quem diz, um curador por elemento natural (Fogo: Pedro Faro; Terra: Eduarda Neves; Ar: Nuno Faria e “Água”: Ana Luísa Amaral). Esta exposição é inaugurada aquando da abertura de mais uma edição da Feira do Livro do Porto, e encerra com o “Fórum do Futuro”.
São, no fundo, quatro vozes sobre um tema, simultaneamente, transversal à obra da autora homenageada na Feira do Livro de 2017, Sophia de Mello Breyner e ao tema do debate do “Fórum”: O planeta, todos os seus elementos e a forma como a humanidade neles se inscreve na contemporaneidade.
“Coleção de António Cachola”
E o ano encerra, na GMP, com a Coleção de António Cachola, que estará patente ao público dos dias 29 de novembro a 11 de dezembro. A curadoria pertence a João Laia, e propõe uma reflexão sobre a criação artística visual realizada por artistas portugueses, que começaram a expor regularmente a partir de 1980.
Esta é considerada uma das coleções privadas mais relevantes da arte contemporânea em Portugal. E é, precisamente, no ano em que o projeto da Coleção faz 25 anos, que a GMP apresenta-a pela primeira vez na cidade do Porto.
Em depósito no Museu de Arte Contemporânea de Elvas, a Coleção foi desenvolvendo uma estratégia mista de aquisições, quer alargando o espetro de artistas que a integram, quer acompanhando o percurso de alguns de forma intensiva, assumindo uma composição intergeracional e interdisciplinar.
Horários
Os interessados em visitar as mostras anteriormente referidas e que se encontram na Galeria Municipal do Porto (GMP), aos jardins do Palácio de Cristal, devem ter em conta os seguintes horários:
Terça a sábado: 10h00-18h00
Segunda e domingo: 14h00-18h00
Visitas guiadas: sábados – 16h00
A entrada é gratuita.
GALERIA BATE NÚMERO RECORDE DE VISITANTES
A Galeria Municipal do Porto bateu todos os recordes em número de visitantes, em 2016, isto com quase de 97 mil entradas no conjunto das seis exposições que estiveram patentes naquele espaço.
De salientar que os números superam os dos últimos dois anos, que tinham já ultrapassado o recorde que, até então, pertencia a 2001, altura em que o Porto foi Capital Europeia da Cultura.
Os valores obtidos no ano passado, com recurso a contagem eletrónica, representam um aumento de quase 13 por cento face a 2015, superando os números de 2013 em mais de 80 mil visitantes, informou a Câmara Municipal do Porto.
Texto: José Gonçalves
Fotos: Pedro N Silva
01mar17
Parabéns Rui Moreira, Parabéns agentes culturais da Câmara do Porto.
Enviei esta programação ao Brasil( Bagé, cidade onde nasci, no Rio Grande do Sul), como exemplo do que aqui acontece . Exemplo à ser seguido.
Obrigada,
abraços, Sucessos vos desejo.
Sara.