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“Contentor”

Mário Rocha

É com honra e regozijo que escrevo as primeiras palavras de um “Etc e Tal” musical que, certamente, vai espevitar os leitores a outras tendências.
Esta coluna incide sobre os mais variados temas e subtemas que andaram, andam e andarão à volta deste grande poder motivacional, evolucionário e democrático que é a música nas pessoas.

Assim, assuntos como o ponto de situação da música em Portugal e no mundo na atualidade; a eventual necessidade de combate à língua inglesa na música; o poder atual da rádio nas comunidades e na sociedade em geral; a importância dos festivais de música nos concelhos/distritos/regiões quer do ponto de vista de divulgação e proliferação de artistas, quer do ponto de vista do impacto económico e social consequente ou o reconhecimento da música como outra qualquer arte – criação e comunicação vão ser refletidos neste espaço.

Após esta abordagem introdutória, avancemos para o tema em concreto.

pauta

O que define boa música ou má música? O que é música bem produzida ou má produzida ou quem são os artistas que se destacam e fazem-na corretamente à margem? Na minha concreta opinião não existe nenhuma linha que separe essas “dimensões”.

Antes de haver música existem sons. Ela não pode ser vista exclusivamente como um produto qualquer de supermercado onde já vem devidamente tratado e empacotado pronto a ser utilizado.

Antes desse “produto”, trabalhou-se e geriu-se o som com o silêncio e partir desta noção ou, se calhar, a partir desta sensibilidade, qualquer pessoa consegue emancipar-se e criar algo. Isto claramente remete para o conceito de democratização da cultura – neste caso, a música.

Toda a gente é artista, toda a gente pode trabalhar a arte como assim entender, toda a gente é músico. Intensificada por um planeta continuadamente on-line, a música está acessível a todos. Toda a gente tem a sua própria sensibilidade e perspetiva e somente assim se distinguem músicos, somente assim se cria música diferente de e para pessoas diferentes.

Ao mesmo tempo e complementando, todas os estilos e, consequentemente, toda as músicas são iguais. A diferença está no ritmo, na cadência do movimento da própria música.
Sendo assim, qualquer música “boa” ou “má” que foi e irá ser criada têm algo em comum. São os sons originais (som de um trombone, violino, órgão, bateria, o caminhar das pessoas ou o som de uma máquina industrial em funcionamento) que são partilhados entre estes dois “mundos” e é a nossa noção e sede de produto imediato, em muitas outras ocasiões, que não nos permite apercebermo-nos precisamente disto.

Foto: Pesquisa Google

01mai17

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