O livro intitula-se “No Princípio Foi Assim”, e foi com o princípio relacionado com o livro que tivemos como fim (objetivo) conversar com o seu autor. João Alves Dias. Presbítero casado. Professor aposentado, em teologia formado e em filosofia licenciado. Rima e é verdade. Como verdade é o facto desta ser uma entrevista (vídeo-gravada) apaixonante.


O nosso convidado esteve na origem da primeira paróquia no Bairro do Cerco do Porto, na freguesia de Campanhã (Porto), a capela da Nossa Senhora do Calvário, em 1964. Toda essa envolvência; todo o construir de um espaço de contacto com Deus, com as pessoas, é a razão do seu livro.

O “padre João”, como popularmente ainda hoje é conhecido, releva a importância da Obra Diocesana, e, no seu início como Obra dos Bairros, isto quando estavam a ser construídos os primeiros aglomerados de habitação social na cidade do Porto. Recorda-se, com saudade, pelo seu humanismo cristão, do então presidente da Câmara Municipal do Porto, Nuno Pinheiro Torres.
João Alves Dias admira Francisco, o Papa, e a “sua” igreja das periferias. Diz-se um homem com muita sorte, uma das quais, a sorte que o levou ao Bairro do Cerco do Porto, onde só fez aquilo que foi desejado pela população.
É “estranhamente” casado com todas as autorizações, e só não foi preso pela PIDE porque sempre disse que não era comunista, que era padre e que não era lorpa. João Alves Dias, além de presbítero, dá-se a conhecer, na entrevista que se segue, como um ser humano de coração aberto, o tal ser humano que é limitado… que é finito! Respeitador de patamares, é um socialista independente, desiludido com alguns políticos e sindicalistas.
Fala com paixão este nosso convidado, que tem diversos curricula. Ou, melhor: uma vida ativa e frutuosa. Fez parte do primeiro Conselho Presbiteral da diocese do Porto e do Colóquio Europeu de Paróquias, foi o sacerdote responsável da Obra Diocesana de Promoção Social, presidente da Assembleia Geral da Associação de Moradores do Bairro do Falcão, foi ainda membro da Assembleia de Freguesia de Campanhã e da Comissão de Ética do Hospital Joaquim Urbano. Criou o Clube de Pesca do Cerco do Porto. Deu catequese a jovens e adultos na paróquia de Campanhã. Faz parte da direção do Coro Gregoriano do Porto, da Fundação Voz Portucalense e do Grupo Boa Memória.


Mais: É autor – como atrás se referiu – do livro “No Princípio Foi Assim”, mas também de “Nos Alvores da Obra Diocesana”, e coautor dos manuais escolares “Conhecer Portugal – Estudos Sociais. Escreve no jornal “A Voz Portucalense” e recebeu o prémio nacional “P. Nuno Burguete, SP” da AEEP (2015) e a “Medalha de Mérito grau ouro” da cidade do Porto (2014), assim como o Prémio Cidadania da Junta de Freguesia de Campanhã.
Os seus 77 anos nunca foram feitos… foram-se fazendo. Diz: “A minha vida é uma maravilha!” Diz: Não sou uma pessoa de revolta!” E diz: “Sou apenas infinito no sonho e no desejo”.
João Alves Dias, o presbítero casado, na primeira pessoa do singular e do plural…
Texto e entrevista: José Gonçalves
Fotos e vídeo-gravação: Pedro N. Silva
01jun17
Ida, como foi bom reencontrar-te ao fim de tantos anos de ausência. E continuar a sentir a tua alegria de viver. Também se vive na memória… Especialmente quando ela nos transporta para tempos de sonho e esperança. E saber que compartilhas esses valores de juventude com o marido que escolheste para este peregrinar na vida que se torna bem mais agradável quando temos alguém que nos acompanha. Que bom! Abraço. João
Só posso deixar aqui os meus sinceros Parabéns ao Homem com um percurso de vida de constante dádiva de voz a quem não a “tem”. Algumas coisas (muitas) foram agradáveis novas que me levaram a admirar mais a pessoa que vi começar, nos bairros sociais, a notável obra. Mas também me senti a mergulhar no meu baú das recordações. Quantas coisas boas! Quanta força e alegria no arregaçar de mangas para o trabalho! Sim, porque na sua cara havia sempre um sorriso alegre e contagioso.
O meu marido também gostou de o conhecer melhor, ou seja, muito para além do que eu lhe transmitia.
Fiz questão de casar na capela de Nossa Senhora da Paz.
O nosso Bem-Haja. Continue a ser Feliz.
Um abraço nosso. Ida e Assis
Amiga e colega Eduarda, conheceste-me numa fase mais recente. Numa outra missão… mas a pessoa não muda. Como diz Hegel, vamos assumindo determinações diferentes ao longo da vida, e a vida é a sua súmula. Fico contente por não te ter desiludido. Obrigado
Maria Inez, trazes-me a amizade do teu marido, meu “velho” companheiro desde os tempos em que frequentámos o 1º ano no Colégio de Ermesinde. Um amigo do coração que sempre admirei. Estamos convosco nestes tempos em que a sua doença vos atormenta. Louvo a tua força e o carinho com que o tratas. Abraço.
Amigo Gustavo, quão simpáticas são as tuas palavras: Agradeço-as e recordo a tua presença nos grupos corais que, no Natal, percorriam a paróquia a dar Glória a Deus e a desejar Paz aos Homens… Éramos uma família. Foi muito bom. Também se vive na memória…
Gina, como são benévolas as palavras dos amigos… Mas sabem sempre muito bem. Ao apresentares-te com o nome familiar com sempre te tratei e ao associares o nome do Júlio, teu marido, fizeste-me lembrar que uma pessoa “eterniza-se” no coração de quem o ama…Como recordo o entusiasmo do vosso namoro e a alegria da vossa vida matrimonial quando, já o Júlio era piloto da TAP, vos visitei na Damaia. Muito obrigado e um bem haja!
Parabéns João. Gostei muito de ver a tua entrevista.
Ainda te ficamos a conhecer melhor e a admirar mais.
Um abraço.
Fiquei a conhecer um homem diferente após esta entrevista.Parabéns pelo ser humano que é.
Querido Amigo João,também eu sinto muita alegria em falar destas coisas! Ao ouvir te agradeci a Deus os passitos que fiz a teu lado. Parece ter sido ontem! És um Obreiro excelente.Terás muito para receber porque deste muito. Bem Hajas. Beijo Gina/Julio
Olá, amigo João
Gostei imenso da conversa/entrevista que deste.
A tua sabedoria transcende as nossas vivências que tivemos na paróquia da Senhora da Paz.
Um abraço