Com a presença da coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, e do deputado Moisés Ferreira, num jantar realizado na cidade de Ovar para apresentação dos cabeças-de-lista aos órgãos autárquicos a que o Bloco se propõe concorrer em outubro, nomeadamente à Câmara Municipal de Ovar – Ismael Lisboa Varanda, Assembleia Municipal – Eduardo Ferreira, Assembleia de Freguesia da União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e S. Vicente de Pereira – Paulo Silva e Assembleia de Freguesia de Esmoriz – João Santos.
O arquiteto candidato à Câmara, começou por realçar o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo Bloco, “demonstrando capacidade e competência politica, equidade nas propostas que promoveu, e foi capaz de transformar o mito petrificado pela direita – de que não existem alternativas para a austeridade”. Enquanto a nível local, “penso que as pessoas já estão cansadas deste modelo de fazer política da direita, assente no caciquismo, na sedução das verbas para as associações, na troca de favores, nos bons negócios para os amigos”.
Acusando a atual gestão autárquica de maioria PSD, de que, “desiludiu até a própria direita”, Ismael Varanda chegou afirmar, “já fomos a cidade das flores, onde estão elas?”, para adiantar logo a seguir, “o Bloco de Esquerda tem um plano para o desenvolvimento sustentável de Ovar. Esse plano assenta em quatro vetores que têm o objetivo de gerar trabalho, emprego e riqueza, e que aproveita aquilo que são as nossas potencialidades”, dando como exemplos que, “as nossas potencialidades são a ria, o mar, a barrinha, a floresta e a terra, estas são as nossas riquezas naturais”, apontando de seguida os quatro principais vetores da candidatura do BE, como sendo – criar um “clouster” da água – sustentabilidade energética e alimentar – reabilitação – mobilidade. Entre estas linhas de ação que aprofundou com propostas e objetivos estratégicos, inclui a “modernização administrativa” e a “promoção da transparência”.
Entre os discursos na noite de apresentação das candidaturas do Bloco em Ovar, desde logo da coordenadora do Bloco, Catarina Martins, a tragédia de Pedrógão Grande mereceu particular atenção, porque, como foi afirmado, “há muitas respostas para serem dadas, muitas perguntas por fazer”, porque, “depois do que aconteceu não pode ficar tudo na mesma”, adiantou a também deputada do BE, para quem, “há uma grande tragédia que se abate todos os anos sobre o país, e que este ano assumiu proporções inimagináveis”.
Lembrando as iniciativas do Bloco para travar o eucalipto, Catarina Martins, foi perentória ao afirmar que, “a lei de liberalização do eucalipto feita por Assunção Cristas, o crescimento do eucalipto promovido por PSD e CDS tem de ser travado”, porque, “não é por acaso que Portugal é o país com mais incêndios da Europa e com uma das maiores áreas ardidas”, sublinhou ainda, defendendo a plantação de outras espécies, ainda que menos rentáveis, mas “mais seguras e podem proteger as populações”, referindo-se a uma linha de financiamento comunitário em Portugal que prevê nove milhões de euros só para eucalipto.
O deputado Moisés Ferreira na sua intervenção debruçou-se sobre a revelação que tinha sido acabada de fazer pela Proteção Civil sobre as falhas graves do SIRESP durante quatro dias em que os incêndios consumiam o Pinhal Interior. O deputado bloquista referiu que se trata de um negócio que, “custou cinco vezes mais ao Estado do que a quem criou a rede”, já que segundo declarações da época, tratou-se de “uma PPP entregue a um consórcio onde um dos principais rostos do negócio era a SLN – Sociedade Lusa de Negócios do BPN e de Oliveira e Costa”. Para Moisés Ferreira, “Isto não pode ficar sem resposta”.
Texto e fotos: José Lopes (*)
(*) Correspondente “Etc e Tal Jornal” em Ovar – Aveiro
01jul17