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OVAR (ANÁLISE): Candidatos à Câmara Municipal estão apresentados…

Não sendo previsível o surgimento de mais candidatos ao município de Ovar, uma vez que são já públicos os nomes dos cabeças de listas indicados pelos cinco principais partidos (PSD – Salvador Malheiro, PS – Vítor Amaral, BE – Ismael Lisboa Varanda, CDU – Carlos Jorge Silva e CDS – Filipe Marques Gonçalves), a novidade é mesmo o aumento do número de eleitos para um órgão autárquico que passa a ser composto por nove vereadores com o aumento do número de eleitores, abrindo assim espectativas a outras forças politicas de poderem fazer a diferença às sucessivas maiorias que se têm registado em alternância entre PS e PSD.

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José Lopes

(texto)

Só o PSD se apresenta numa linha de continuidade, com a recandidatura de Salvador Malheiro, ao contrário do PS, que depois da estrondosa derrota em 2013 se obrigou a encontrar soluções de recurso, como parece ser a candidatura de Vítor Amaral. Na disputa de lugar na vereação mais alargada, estão ainda novos rostos, como Ismael Lisboa Varanda (BE), Carlos Jorge Silva (CDU) e Filipe Marques Gonçalves (CDS).

"Banho" de multidão na apresentação da candidatura de Malheiro
“Banho” de multidão na apresentação da candidatura de Salvador Malheiro

Depois das mudanças na gestão autárquica resultantes das eleições em 2013, realisticamente ninguém acredita noutro cenário em outubro de 2017, que não seja a manutenção do executivo municipal de Ovar nas mãos do PSD, beneficiando do natural exercício do poder local e de toda a máquina montada durante estes quatro anos, em que assentou o “popular” convite aos dirigentes de organizações, associações e coletividades, e população em geral, para num mega evento que se realizou no dia 17 de junho, para ser reafirmada a recandidatura de Salvador Malheiro, que voltou a merecer a confiança e o abraço do ex-presidente socialista Manuel Oliveira, perante uma multidão de cerca de duas mil pessoas, em que se tentou passar a mensagem de apoios transversais aos vários partidos.

Uma pretensão propagandística que não consegue esconder certamente, objetivos que estarão para além de uma prometida dedicação de corpo e alma ao município de Ovar ao longo de mais um mandato de quatro anos, caso o povo lhe dê o voto de confiança.

Esta necessidade de reafirmar a há muito reafirmada recandidatura do líder da distrital laranja, Salvador Malheiro, por si assumida já em outubro de 2016, e aprovada em Plenário Concelhio em janeiro, bem como pela Comissão Politica Nacional do PSD, em abril, continuando ainda sem fumo branco a equipa de vereadores, que dependerá naturalmente dos verdadeiros objetivos e ambições políticas do atual presidente.

Armando França
Armando França

Através de um evento assinalado com um “banho” de multidão, que teve como atrativo musical, o Concerto de Miguel Gameiro e a presença de figuras de peso no partido, como Rui Rio e Marques Mendes. Também pode ter sido uma resposta ao evento de apresentação da candidatura do PS, Vítor Amaral, que reuniu algumas das figuras do Governo, como o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Carlos Rocha Andrade e o ex-autarca socialista que mais vitórias deu ao partido em Ovar, Armando França.

Pedro Nuno Santos
Pedro Nuno Santos

Nesta disputa eleitoral em outubro, a direita tem agora assumidamente o apoio público do último presidente socialista para voltar a consolidar-se no poder autárquico em Ovar, sem dúvidas que a decisão final cabe ao voto popular, mas reconhecidamente sem ter feito por merecer tal confiança eleitoral, já que por ironia do destino, a maioria alcançada em 2013, foi praticamente oferecida de bandeja por quem tinha concluído um ciclo de grandes obras publicas que identificam bem a marca da gestão socialista entre Armando França e Manuel Oliveira.

Carlos Rocha
Carlos Rocha

Um episódio recheado de traições que deixou marcas de divisão profunda no PS que governava o Município de Ovar desde o ano de 1994, em que, Armando França derrotou Guedes da Costa (PSD), quando este social-democrata caminhava para o seu terceiro mandato na presidência da Câmara Municipal.

Um ciclo da direita no poder local em Ovar que vinha das primeiras eleições do Poder Local após o 25 de Abril, interrompido abruptamente por Armando França, que chegaria ao terceiro mandato até rumar ao Parlamento Europeu, deixando caminho aberto para o seu vereador da cultura, Manuel Oliveira, o autarca socialista que garantiu mais dois mandatos com maioria absoluta, e em 2013 acabaria acusado de ter entregue o poder ao então vereador da oposição, Salvador Malheiro.

malheiro - familia politica

É neste quadro político que as diferentes candidaturas se vão defrontar, caso não haja nenhuma consequência do efeito “tsunami judiciário” sobre líderes e autarcas sociais-democratas que abalaram a região.

Um quadro influenciado por laivos populistas, em que ganham força as conceções do assistencialismo ou as ideias absurdas em democracia, de que basta a “cunha” junto dos senhores autarcas para se resolverem problemas adiados e vividos pelas populações, cuja resolução é sucessivamente adiada por estar longe do olhar e das prioridades dos executivos. Práticas de pensamento único para neutralização de oposições mais irreverentes, tentando “secar” focos de contestação às políticas propagandeadas com muitas festas e foguetes, que cada vez mais se questiona a transparência.

Um ciclo politico em que o PSD neste seu primeiro mandato na era pós “rosa”, obteve 4 mandatos, maioria absoluta, com 43,86% (11 202 eleitores), contra os 3 eleitos pelo PS, com 35,12% dos votos (8 971 eleitores), e beneficiou ainda de um “manjar recheado” deixado pelo PS, que se anulou a si próprio como oposição na Câmara Municipal, deixando a maioria de direita ir gerindo o tempo e o “manjar” financeiro, na lógica naturalmente das politicas do neoliberalismo como marca da nova era “laranja”.

malheiro - na varanda

Enquanto no país, o governo central com a maioria parlamentar de esquerda, vai reconhecendo necessidade de alguma justiça social e assim repondo alguns direitos sociais e laborais, que foram alvo fácil das políticas de austeridade do governo PSD/CDS, criar uma esmagadora onda laranja será o plano da estratégia eleitoral liderada por Salvador Malheiro, o presidente da distrital do PSD que quererá arrebatar as freguesias que lhe escaparam em 2013, quando com 41 anos de idade reconquistou a Câmara ao fim de 20 anos ao derrotar Vítor Ferreira, o “delfim” de Manuel Oliveira de que este acabou por se afastar deixando-o cair.

É assim o caso de Válega e sobretudo da mega União de Freguesia, que resultou da agregação ironicamente imposta pela governação do seu partido e que juntou as freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira. Estas são as duas freguesias socialistas, que vão pôr à prova a capacidade de resistência à pressão de tal “onda” de domínio laranja absoluto. Particular disputa vai acontecer na União de Freguesias de Ovar, liderada por Bruno Oliveira que volta assumir a tarefa de defender este principal reduto do PS no poder autárquico ovarense.

Estes são os principais protagonistas para a Câmara Municipal de Ovar

Partido Social Democrata Salvador Malheiro

salvador malheiro - psd ovar

Salvador Malheiro, nascido em 1972, natural de Esmoriz. É licenciado em Engenharia Mecânica, pela Faculdade da Universidade do Porto (1995). Tem Pós-graduação em motores de combustão interna, pelo Instituto Francês do Petróleo (1996). Possui mestrado em Engenharia Mecânica, pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (1997), e o doutoramento em Ciências pata a Engenharia, no ramo de Energia, Térmica e Combustão, pela Universidade de Poitiers, França (2002).

Foi professor universitário na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e Avaliador Técnico Cientifico de projetos de investigação para a Comissão Europeia (Bruxelas), IAPMEI e Agência de Inovação (1999 a 2002). Foi ainda consultor de vários grupos empresariais nacionais e estrangeiros, no âmbito das energias renováveis (2006 a 2013).

Vereador do PSD na Câmara Municipal de Ovar no mandato 2009 a 2013.

Presidente da Câmara Municipal de Ovar no mandato 2013 a 2017

Presidente da Comissão Politica Distrital de Aveiro do PSD.

Partido Socialista – Vítor Amaral

vitor amaral - ps ovar

Vítor Amaral, nascido a 5 de maio de 1958, natural de Válega. Estudou na Escola Industrial e Comercial de Ovar, tendo-se mais tarde, licenciado em Direito, na Universidade Católica Portuguesa, com pós-graduação em direito do urbanismo. Advogado e empresário. Como autarca, é o atual Presidente da Assembleia de Freguesia de Válega, eleito em 2013.

Membro fundador e foi presidente da Direção do Grupo de Acção Cultural de Válega – GAC e do Jornal de Válega. Atual presidente da Mesa da Assembleia Geral da APEGAC – Associação Portuguesa das Empresas de Gestão e Administração de Condomínios, da qual foi presidente da direção em dois mandatos. No programa “A Praça” da RTP1 apresentou a rubrica “Viver em Condomínio”.

Bloco de Esquerda – Ismael Lisboa Varanda

ismael lisboa - be ovar

Ismael Lisboa Varanda, nasceu em 1956, natural de Ovar. Frequentou o curso geral dos liceus, no colégio Nossa Senhora da Esperança (atual Escola Secundária Júlio Dinis), em Ovar.

Despertou para a militância antifascista ainda na sua adolescência.

Licenciou em arquitetura pela Universidade Santa Úrsula no Rio de Janeiro, exercendo como arquiteto desde 1984. Publicou, em coautoria, as “Normas Brasileiras de Construção” em 4 volumes, pela editora Gete Publicações, São Paulo.

Amante das artes e da cultura, faz parte da Direção do Museu de Ovar, envolvendo-se no apoio e na divulgação dos movimentos artísticos, participando em conferências e fóruns de discussão e pensamento. Participa ainda ativamente em movimentos pela proteção da natureza, pela sustentabilidade, e no combate à corrupção e por uma “postura exemplar na política”.

Membro da Comissão Coordenadora de Ovar do Bloco de Esquerda.

Foi eleito nas últimas eleições autárquicas, deputado da Assembleia da União de Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira Jusã, pelo Bloco de Esquerda.

Coligação Democrática Unitária – Carlos Jorge Silva

carlos silva - cdu ovar

Carlos Jorge Azevedo Silva, 59 anos. Licenciado em Administração Pública e Mestre em Planeamento Regional e Urbano, e ainda Doutorado em Políticas Públicas na Universidade de Aveiro em que é Investigador no Departamento de Ciências Sociais, Políticas e do Território. Especialista em demografia e avaliação de políticas públicas. Entre outras publicações científicas, é coautor do livro “A Demografia e o País – previsões cristalinas sem bola de cristal”, editado em 2015, pela Gradiva.

Dirigente mutualista, exerce atualmente funções executivas como presidente da direção de uma instituição, no Porto.

Integra a Comissão Concelhia de Ovar do PCP e o seu Executivo.

Foi membro da Assembleia Municipal de Gaia e da Assembleia de Freguesia de Santa Marinha entre 2001 e 2009.

Desde 2013 que representou por diversas vezes o PCP na Assembleia Municipal de Ovar.

CDS / Partido Popular – Filipe Marques Gonçalves

 filipe marques - cds ovar

Filipe Marques Gonçalves, nasceu a 18/06/1983, natural de Válega. Frequentou a Escola Secundária Júlio Dinis, Ovar. É advogado, exercendo a sua atividade na cidade do Porto.

Foi jogador de basquetebol federado da Associação Desportiva Ovarense e treinou vários escalões de formação do mesmo clube.

Desde 2013 que representa o CDS na Assembleia de Freguesia da União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira.

Fotos: Pesquisa Google

01jul17

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