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A música de intervenção não é só para velhos

Mário Rocha

Hard Club, 21 horas. Antes dos ríspidos ingleses de Nottingham Sleaford Mods, entra em palco um brasileiro que ao que parece não é nenhum gringo. Pelo menos em palco comporta-se como uma espécie de hibrido entre um entertainer de um programa qualquer de tv e um rapper dos tempos modernos compostamente acompanhado pelas suas máquinas de fazer música como é o MPC ou um sintetizador.

O Gringo Sou Eu apresentou-se na segunda-feira, dia 16 de abril, animado e motivado para espevitar o público antes dos cabeças de cartaz. Este gringo vindo de uma zona industrial perto de São Paulo revela uma sonoridade de beats associados ao funk brasileiro com toques de hiphop e trap. Tudo isto com uma cobertura de versos instigadores e atentos ao mundo moderno.

Foi uma prestação bastante competente e suficiente para pôr água na boca naqueles que ainda não conheciam o artista. Fica ainda a nota para as Tukbatuk de Guimarães. É um coletivo de 6 mulheres todas elas tocadoras de um batuque brasileiro improvisado que em boa forma engrandeceram o concerto de O Gringo sou eu.

O Gringo Sou Eu
O Gringo Sou Eu

A seguir os Sleaford Mods. Estes ingleses são Andrew Fearn e Jason Williamson. Enquanto grupo fazem música desde há pouco mais de 10 anos. Estrearam-se com com um Lp em 2007 com o mesmo nome do conjunto. Na sua essência apresentam-se como uma banda de beats punk/post-punk e hiphop acompanhado por versos spoken word/rap. As suas letras são fortemente políticas e sociais incidindo as suas atenções na classe trabalhadora inglesa.

Já não é a primeira nem a segunda vez em Portugal. No Porto é a primeira vez no Hard Club. Ao contrário dos concertos anteriores em solo português, previsivelmente sentiu-se um ambiente mais íntimo. Percebeu-se que o público que encheu a sala 2 gosta mesmo desta dupla e, de todo, não se importou de pagar 15 euros para os ver e ouvir. A par da primeira vez no Porto, no ano passado, apresentaram o novo álbum – English tapas, 2017 – e ainda mais algumas antigas e já conhecidas como Jobseeker, Jolly fucker ou Tied up in Nottz. Andrew Fearn e Jason Williamson com quase 50 anos fizeram o que lhes competia e fizeram-no bem.

Os 60 minutos de concerto duraram e partiram de um ritmo mais lento para um mais rápido terminando em drum and bass com Tweet, tweet, tweet.

Foto: pesquisa Google

01mai18

 

 

 

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