Esta rubrica dá a conhecer a toponímia portuense, através de interessantes artigos publicados em “O Primeiro de Janeiro”, na década de setenta do século passado. Assina…
Cunha e Freitas (*)
“Em 1508, um certo João Rodrigues de Avelar, com sua mulher Grácia Luís, venderam o seu campo do Casal do Pinheiro «junto aos carvalhos do Monte, prez da cidade», e a par da estrada pública. Um quarto de século mais tarde, em 1533, nova venda encontramos do «lugar ou casal do Pinheiro, situado entre a estrada que vem de Guimarães para a Porta do Olival e o caminho de Liceiras».
Tinha então esta propriedade um pombal e várias árvores de frito, entre as quais se mencionam laranjeiras que mais tarde, com outras ali existentes, dariam ao casal do Pinheiro o nome de Quinta do Laranjal de Cima, que já tinha em 1661.
O casal foi vinculado em 1590por Maria Álvares, dona viúva do licenciado Gonçalo Pires, morgado que, extinta a linha familiar, passou à Misericórdia, por força da letra da instituição, naquele ano de 1661.
Em 1725, a Misericórdia compelia por sentença a um Manuel Monteiro que aceitasse o emprazamento do casal do Pinheiro, campo da Porta da Fronha e dos Carvalhos, estes bens continuaram na posse dos descendentes desse enfiteuta, entre os quais se contou João António Monteiro de Azevedo, autor de uma conhecida e curiosa descrição de Vila Nova de Gaia, e que mandou edificar a casa da quinta e a sua nasoniana capela da Conceição.
Esta grande propriedade, que compreendia várias glebas, além das mencionadas, como eram os campos do Pinheiro e da Pena de Arca, começou a ser retalhada a partir de 1747 para urbanização, principalmente quando se mandaram abrir a Rua Nova do Almada e outras do bairro dos Laranjais.
<Uma das serventias que ali se rasgou foi a Rua do Pinheiro que também se chamou Rua da Misericórdia, por ter sido feita em chãos da Santa Casa, e por esta emprazados. A Quinta do Pinheiro foi alienada (…) pelos últimos sucessores dos Monteiros, na posse desta bela propriedade desde os princípios do século XVIII”.
(*) Artigo publicado em “O Primeiro de Janeiro”, na rubrica “Toponímia Portuense”, de 12 de janeiro de 1972
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Foto: pesquisa Google
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