José Gonçalves
(Diretor do Etc e Tal jornal)
O Brasil escolheu um caminho. O caminho foi escolhido pelos brasileiros. Os brasileiros serão os responsáveis, por isso, pelo caminho que escolheram.
Em democracia é assim! Pena é que, no Brasil, assim seja, por pouco tempo. A democracia está em perigo.
Os brasileiros escolheram a extrema-direita de princípios fascizantes, autoritários, sectoriais, racistas, nacionalistas, sexistas, censórios (com especial destaque para “liberdade de imprensa”), incentivador da violência, pró-militarista… tudo contrário ao que está estabelecido na Constituição do Brasil.
Os brasileiros escolheram, está escolhido!
Os brasileiros escolheram um político neofascista, populista… defensor do “tudo quero; posso e mando”.
Os brasileiros parecem não ter memória, mas esse é um problema dos brasileiros, que todos os democratas lamentam – atenção (!), ainda são muitos os que vivem naquela grande nação. Mas, a maioria escolheu como que um regresso ao passado, à ditadura militar que mergulhou o país de 1964 a 1985.
Há diversas, milhentas razões, para esta reviravolta, mas deixo esse estudo para os muitos intelectuais brasileiros que, se tiverem liberdade de expressão, o divulgarão sem terem de refugir para outro país.
As consequências do resultado das eleições presidenciais brasileiras são de momento inimagináveis, se bem que algumas já palpáveis, a começar pela reação da comunidade internacional. O Brasil arrisca-se a um portuguesíssimo, mas apagado “orgulhosamente sós”, se bem que com o apoio direto ou indireto de alguns países que seguem as mesmas pisadas escolhidas pelos brasileiros.
Fez-se um “requiem” à democracia no Brasil, ainda que acredite que a verdadeira Luta pelos reais interesses dos brasileiros comece agora. A ver vamos…
PS. Não escrevi este artigo como “Editorial” porque penso que o povo brasileiro é soberano e, como tal, nenhum órgão de comunicação social independente deve tomar posições oficiais sobre um ato eleitoral que, no fundo, e ainda, decorreu em democracia. Foi uma escolha dos brasileiros que este jornal tem de respeitar. O resto são opiniões pessoais e eu acabei de expressar a minha, como diretor deste jornal, norteado pelos fundamentos do seu Estatuto Editorial.
01nov18