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15.º aniversário do ISPUP foi aproveitado por autarcas do Grande Porto para debaterem políticas de Saúde Pública

Na comemoração do 15.º aniversário do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), representantes de seis concelhos do Grande Porto juntaram-se, no passado dia 14 de julho, no Salão Nobre a Reitoria da U.Porto para debater “O Poder Autárquico e a Saúde Pública”. Além da resposta à pandemia, todos mostraram estar em sintonia relativamente à vitalidade do conhecimento científico na elaboração das políticas públicas.

Abrindo a discussão, o presidente da Câmara do Porto começou por sublinhar como o ISPUP “tem sido um extraordinário parceiro” ao “ajudar nesta missão de melhorar as políticas públicas”. Além dos exemplos da parceria do Município e do instituto nas respostas à população em situação de sem-abrigo, e da coordenação de Henrique Barros, presidente do ISPUP, no programa “Porto Cidade sem Sida” e mesmo no Plano Municipal de Saúde do Porto, Rui Moreira trouxe à sessão a papel daquela instituição na elaboração do recente Programa de Consumo Vigiado na cidade. “Há pessoas que acham que o que estamos a fazer está mal feito e devemos esconder as coisas debaixo da alcatifa”, disse o presidente a propósito deste programa.

No campo da pandemia, Rui Moreira afirmou que, nesta travessia, “não há carta de navegar e a bússola funciona mal”, por isso devemos “homenagear a saúde pública”. A comparação de Rui Moreira viajou até ao combate à peste bubónica quando “as medidas que Ricardo Jorge tentou impor não foram bem vistas” e depois se mostraram eficazes. “Precisaremos de tempo para perceber se o que fizemos foi bem ou mal feito”, acredita o presidente da Câmara do Porto.

A congénere de Matosinhos concordou, acreditando que “poucos momentos na História terão sido tão importantes no campo da saúde pública como este”. Além disso, Luísa Salgueiro defendeu que hoje “as câmaras não são apenas locais para ceder terrenos para construções de edifícios”, lembrando a importância dos indicadores na determinação de políticas públicas à medida como os planos diretores municipais, das zonas pedonais ou, por exemplo, na intervenção num envelhecimento acompanhado.

SABER LOCAL E CIENTÍFICO NO COMBATE DE PROXIMIDADE À PANDEMIA

Já para o autarca de Gondomar “a pandemia serviu para colocar na ordem do dia a saúde pública” e “veio acentuar a importância da política de proximidade”. “Todos – saber local e saber científico – temos que contribuir para a partilha de conhecimento para no futuro sabermos, por exemplo, que tipo de indústria, de recursos queremos utilizar”, afirmou Marco Martins.

Admitindo que “não valorizava a saúde pública como ela deve ser valorizada”, o presidente da Câmara da Maia reconheceu-a, nesta sessão, como “um dos setores mais importantes da saúde”. António Silva Tiago lembrou como o ISPUP foi “fundamental na testagem de todo o universo municipal e empresarial, ajudando a alavancar a economia” no concelho e como “a pandemia trouxe desafios aos autarcas para apostarem mais na relação entre as políticas públicas e o setor científico”.

Em representação do presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia, o vereador Elísio Ferreira Pinto valorizou o trabalho em rede das instituições e dos municípios que “foram uma frente armada” no combate à pandemia “dentro das suas competências ou mesmo fora delas”. “A saúde pública trouxe uma maior responsabilidade aos municípios para encontrar resposta de modo a aliviar o sofrimento das pessoas”, acredita o responsável político.

O último a intervir, o autarca de Valongo sublinhou que “precisamos de ser humildes e perceber a importância do conhecimento para decidir bem”. “Para um decisor político, o que é importante é o conhecimento. Ajuda-nos a saber comunicar saúde, prevenção, mudanças comportamentais. São os cientistas que nos ajudam a saber o que dizer às pessoas”, afirmou José Manuel Ribeiro. Para o presidente da autarquia valonguense, a interação é essencial: “as câmaras têm os estetoscópios, mas precisam de saber extrair valor dos dados”.

A sessão, moderada pelo presidente do ISPUP, Henrique Barros, e à qual assistiram o vereador da Habitação, Coesão Social e Educação, Fernando Paulo, o presidente da ARS-Norte, Carlos Nunes, e o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar de São João, Fernando Araújo, faz parte do programa de comemorações dos 15 anos do ISPUP que continua nesta quinta-feira com um webinar para apresentação dos resultados do inquérito “Diários de uma Pandemia”.

 

Texto e fotos: Porto. / Etc e Tal jornal

 

01ago21

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