Com 35 anos de existência e cartas dadas no apoio às empresas, no investimento, na promoção do empreendedorismo e na ajuda à internacionalização, a ANJE – Associação Nacional de Jovens Empresários aproveitou o aniversário para traçar novas metas, nomeadamente, no que respeita a desafios como a digitalização ou a capacidade de competir com mercados externos.
“Somos jovens empresários e somos aqueles que estão a produzir riqueza hoje e vamos continuar a produzir amanhã”, começou por apontar Alexandre Meireles, Presidente da associação, durante a celebração do 35.º aniversário da ANJE, no passado dia 27 de outubro, no Porto.
“Durante estes 35 anos, fomos pioneiros no empreendedorismo em Portugal, construímos uma das maiores redes de influência neste país e criámos um dos melhores centros de formação para empresários em Portugal”, acrescentou ainda, destacando que são várias as parcerias que têm permitido aos empresários portugueses mostrarem além-fronteiras o que de melhor se faz por cá.
Também Eurico Brilhante Dias, secretário de Estado da Internacionalização, salientou o trabalho que tem vindo a ser feito ao nível do “desenvolvimento do país em áreas muito específicas, ligadas ao empreendedorismo e ao desenvolvimento de uma cultura empresarial que o país precisa. Há 35 anos, tínhamos um país muito diferente. Era um país cheio de esperança, que olhava para futuro e que precisava de uma energia nova, de novos objetivos e que se lançava para um processo de crescimento económico e de novas oportunidades”. No entanto, Portugal era também nesta altura, recordou Eurico Brilhante Dias, “um país que precisava de uma cultura de empreendedorismo, que não era uma marca distintiva” em Portugal.
Para o secretário de Estado da Internacionalização, coube à ANJE um dos papéis mais importantes no desenvolvimento dessa cultura “de risco e de empreender”: O país precisava de iniciativa privada e “continua a precisar”.
Numa economia de mercado, que vive da capacidade de inovação e diferenciação, Eurico Brilhante Dias garantiu que é preciso capacidade de “ajuste ao contexto” e, por isso, destacou várias conquistas da ANJE, nomeadamente, “a valorização social” do próprio “papel do empresário”.
Hoje, com mais iniciativa privada, com mais exportações – mesmo com a queda significativa de 2020, Portugal conseguiu exportar mais, em termos nominais, do que em 2016 -, maior abertura ao exterior e mais investimento direto estrangeiro, o país tem conseguido, de acordo com Eurico Brilhante Dias, “construir uma cultura empresarial, que é, ao mesmo tempo, uma cultura de risco e de remuneração do risco”. A renovação constante da oferta portuguesa nos mercados internacionais tem sido, por isso, um dos maiores contributos dos empresários portugueses.
Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto, também aproveitou a ocasião para sublinhar a importância do trabalho que tem sido desenvolvido pelos empresários portugueses. O caminho já percorrido é agora chave-mestra para desafios futuros, nomeadamente, para a digitalização: “Recordo o programa ‘Reinventa Porto’, promovido em parceria com o nosso município, que apoiou mais de 200 PME na transição digital”.
Também a criação de startups e a atração de investimento tecnológico têm estado na base das parcerias feitas entre a ANJE e a autarquia: “Precisamos de mais empresários e de empresários mais inovadores e precisamos de acreditar. Precisamos de uma cultura que compreenda que ter um insucesso temporário faz parte do sucesso futuro. Não podemos continuar num país onde à primeira fragilidade numa empresa se condena o empreendedor. Precisamos de olhar para o crescimento económico como a única forma de criar a riqueza que, depois, pode ser redistribuída. Não podemos distribuir uma riqueza que ainda não criámos.”
“Do Porto para Portugal, a ANJE é a prova de que podemos ter uma associação com voz, com pensamento crítico e exigência, fomentando nos jovens portugueses a cultura do risco empresarial, dando toda a rede e mentoria”, acrescentou, destacando ainda que os desafios futuros estão à vista e Portugal tem de aproveitar todas as oportunidades para poder competir com outros mercados. “Temos de deixar de dizer que somos os campeões e temos que querer ser campeões”, sublinhou.
Texto a imagem: ANJE / Etc e Tal jornal
01nov21