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“Queira o Bem. Plante o Bem. E o Resto Vem.”

Weihua Tang

 

Ainda me lembro de uma formação que dei há pouco tempo no IEFP. Naquele momento, não consegui reter as minhas lágrimas enquanto contava uma história emocionante. 

Há trinta anos, fui visitar a maior fábrica de metal na minha cidade. De facto, esta fábrica possui mais de cinquenta mil funcionários e, por isso, é normal que os colegas não se conheçam mutuamente. Para mim, esta dimensão com tantos trabalhadores é mesmo um ‘pequeno mundo’. De manhã, as pessoas costumam andar rápido para não chegarem atrasadas e, à tarde, tal como um ‘cardume de pessoas’, começam a sair do serviço, conversando, sorrindo e partindo para casa. 

A seguinte história, que contei no IEFP, aconteceu numa fábrica idêntica na China. 

O senhor segurança já estava habituado a ver milhares de operários entrarem e saírem todos os dias. Evidentemente, ele não conseguia reconhecer todas as caras. Contudo, havia uma exceção, que chamava mais a sua atenção. Porque um senhor operário cumprimentava sempre com “Bom dia” à entrada e “Até amanhã” à saída. 

Certo dia, antes de sair do serviço, aquele senhor operário entrou no armazém congelador e deixou o portão fechar sem querer. O pior é que só é possível abrir o portão pelo lado de fora e a temperatura interior era menos de trinta graus.

Naquela altura, ainda não havia tantos meios de comunicação como hoje em dia. Sem telemóvel, nem WhatsApp, nem Messenger, o senhor operário percebeu a gravidade da situação em que estava. Ele começou a bater no portão com toda a força e a gritar desesperadamente. Nada aconteceu, pois todos os colegas já se tinham ido embora para casa. Contudo, o desejo de sobrevivência forçou-o a não parar de bater no portão…

O ambiente era extremamente frio e assustador, parecia que o mundo estava parado e morto. Ficou tão gelado, tão cansado, com tanto medo, que pensava que estava a chegar o fim da sua vida. De repente, ele ouviu um barulho enorme, e sentiu que alguém estava a abrir o portão. Surpreendentemente e inacreditavelmente, o senhor segurança apareceu à sua frente.

– “Como é que me descobriu?!”, disse o operário agarrando as mãos do segurança, tremendo, emocionado, derramando lágrimas…

– “Vi toda a gente sair menos o senhor. Achei muito estranho, porque hoje ainda não me disse ‘Até amanhã’. Por isso, vim dar uma volta para verificar e ouvi barulho dentro do armazém.”

Mais uma vez não consegui impedir as minhas lágrimas, enquanto escrevia este artigo. Não é só por causa da própria história impressionante, mas sim, pela simplicidade de apenas duas palavras que salvaram uma vida. 

Há mais de dois mil anos na Dinastia Han Ocidental, já tínhamos um provérbio Chinês: “Não faça uma maldade mesmo que seja pequenininha; não deixe de fazer uma bondade mesmo que seja insignificante!” Quer isto dizer que uma ninharia boa pode fortalecer uma bondade maior, enquanto que uma coisa mazinha pode tornar-se numa extrema malvadeza. 

É a pura verdade, não é?!

 

 

Imagens: BAIDU

 

01dez22

 

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