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A celebração da Vida, e do Teatro foi relevada pela SEIVA TRUPE, em noite de homenagem a António Reis e de sérios ‘avisos’ ao Ministério da Cultura quanto ao futuro da companhia…

Foi no Estúdio Perpétuo, que a Seiva Trupe encontrou uma nova janela de esperança em 2022, agora, um ano depois, o grupo juntou-se para celebrar tantas vitórias e perdas…

 

 

Inês Inteiro           Ursula Zangger

(texto)                            (fotos)

 

A noite começou com o ator Rui Spranger a recitar um poema de Tadeuz Kantor, já com a sala cheia de espectadores, o ator foi o primeiro a entrar em palco, e assim, dar início à celebração do dia.

Além do Dia Mundial do Teatro, e da celebração da sua mais recente instalação, o 1.º aniversário da apresentação pública da Seiva Trupe na Sala Estúdio Perpétuo, o grupo festejou a vida de um dos seus fundadores, António Reis, falecido em 2022.

Castro Guedes, diretor Artístico da Seiva Trupe, quanto aos conhecidos problemas criados pela DG’Artes, e a relação com o Ministério da Cultura salientou, na sua intervenção, que ” a Seiva Trupe nunca foi excluída do ministério, a Seiva Trupe apenas ficou num limiar baixo, o que fez com que não fosse escolhida para a receção dos fundos”. Por isso, “ao contrário dos rumores, nós não fomos excluídos de lado nenhum, a Seiva Trupe continua de pé”.

Castro Guedes não deixou, de criticar o ministro da Cultura pelo facto de “gerir mal os fundos” e de “os centralizar na capital”, enfatizando que “nem tudo é só Lisboa”, e e terminou a intervenção, desafiando “o senhor ministro a ouvir os jurados, que além da Seiva Trupe, votaram para que outras companhias se mantivessem nos fundos, mas que o senhor ministro decidiu ignorar.”

Depois da intervenção de Castro Guedes, a emocionante mensagem deixada por Samiha AYOUB para o Dia Mundial do Teatro. Uma mensagem de amor ao palco e á arte que tantos praticam, que não passou indiferente à plateia.

Foi a atuação do Clube de Teatro do Perpétuo, que, finalmente, fez subir a cortina. Numa interpretação criada pelos alunos sobre o bullying, o racismo e xenofobia. ‘No Meu Prado, Que Mistura de Naturezas’, foi uma peça pequena que o jovem grupo tornou grande, como referido por Tó Maia, encenador do Teatro.

Continuando o ato, sobe a palco o cantor Rui David, que interpreta diversas canções dedicadas ao teatro.

Entre elas estava uma “dedicada aos maiores inimigos do Teatro”, a canção de Sérgio Godinho ‘Espetáculo’, e também ‘Circo Místico’, de Chico Buarque.

VIVA O ANTÓNIO REIS!

A segunda parte da noite foi marcada pela homenagem feita a António Reis, fundador da Seiva Trupe, falecido em 2022.

O memorial foi realizado pelo cofundador, Júlio Cardoso, que depois de falar um pouco das memórias que mantém do amigo e colega – “o António Reis, estava sempre a contar histórias da Seiva Trupe a todos os integrantes da companhia, em todas as reuniões havia histórias para contar, isto porque ele queria que todos soubessem o que é estar na Seiva Trupe, para que, a pouco e pouco, pudessem vestir a camisola e representar o seu nome” -, termina o seu discurso, a aclamar em plenos pulmões, “Viva a Seiva Trupe, Viva o Teatro e Viva o António Reis”, gritando as palavras que tantos artistas partilham.

Emoção, foi a palavra de ordem. Uma apresentação com as memórias de António Reis trouxe lágrimas ao de cima. Acompanhadas pelo músico João Carlos Soares, duas das filhas do ator leram cartas e poemas dos netos e das irmãs dedicadas ao pai.

A leitura terminou com uma gravação do fundador da Seiva Trupe, gravação essa que teve direito a aplausos de pé, de uma plateia repleta de pessoas que partilhavam o carinho pelo ator e pelo legado que este deixou não só na cidade do Porto, mas num país inteiro.

A homenagem seguiu com o depoimento de várias figuras amigas de Reis, como Rosa Mota, que recordou a união entre a Seiva Trupe e o atletismo, bem como o apoio de Tavares Rijo.

O momento foi terminado por umas palavras do diretor do grupo, Seiva Trupe, e, novamente, as palavras “Viva o António Reis” ecoaram pelo teatro recebendo outra merecida ovação.

O final da noite teve a apresentação do novo site do grupo e uma apresentação de ‘stand-up comedy’, feita por Óscar Branco, aliviando os ânimos e a saudades que tantos sentiam na sala.

Uma noite cheia de emoções, três horas que celebraram o teatro, a Seiva Trupe e um dos seus fundadores, que tão cedo partiu. O dia 27 de março de 2023, foi celebrado, sobretudo, a vida, numa homenagem sufocante e digna de uma grande personalidade.

 

28mar23

 

 

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