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Rui Moreira e as buscas na Câmara do Porto: “estas coisas são normais…”

O presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, comentou, na manhã desta quarta-feira, as buscas da Polícia Judiciária (PJ) nas Câmaras Municipais de Vila Nova de Gaia e do Porto. O autarca recusou comentar as buscas levadas a cabo na terça-feira, no âmbito da ‘Operação Babel‘, afirmando que este assunto pertence às “autoridades competentes“…

 

Questionado sobre se “ficou surpreendido” com as buscas da PJ e a apreensão de um vereador, Moreira afirma que “estas coisas são normais. A presença da Polícia Judiciária e da Procuradoria [Geral da República] junto de serviços municipais é uma coisa que acontece com grande frequência. O que não acontece é este aparato, mas de resto acontecem”.

A Polícia Judiciária levou ontem a cabo a ‘Operação Babel‘, que culminou na constituição de cinco arguidos e sete detidos. Segundo revelou o Observador, o autarca de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, é um dos arguidos, tendo a autoridade apreendido o seu telemóvel.

Já o vice-presidente do município de Gaia, Patrocínio Azevedo (PS), que tem o pelouro do Planeamento Urbanístico e Política de Solos, Licenciamento Urbanístico, Obras Municipais e Vias Municipais, foi detido por ser “suspeito de receber luvas de mais de 120 mil euros através do seu advogado”, também detido, “que faria a ponte com os dois empresários do ramo imobiliário, igualmente detidos”, explicou à Lusa outra fonte ligada à investigação.

Os dois empresários detidos são o diretor-executivo e fundador do Grupo Fortera, Elad Dror, e Paulo Malafaia, que já o havia sido no âmbito da ‘Operação Vórtex‘, ao abrigo da qual o ex-presidente da Câmara de Espinho Miguel Reis se encontra em prisão preventiva.

Segundo Rui Moreira, foram também detidos dois funcionários da Câmara do Porto, um deles chefe de uma divisão da área urbanística e outro com ligações a esta divisão, e um técnico superior da Direção Regional de Cultura do Norte.

Segundo a PJ, foram efetuadas 55 buscas domiciliárias e não domiciliárias, em várias zonas do território nacional, em autarquias e diversos serviços de natureza pública, bem como a empresas relacionadas com o universo urbanístico.

EDUARDO VÍTOR RODRIGUES: “FUI CONSTITUÍDO ARGUIDO MAS NÃO NO PROCESSO PRINCIPAL DA OPERAÇÃO BABEL”

Por seu turno, o presidente da Câmara de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, esclareceu esta quarta-feira que foi constituído arguido num processo que investiga “questões de contratação pública e de pessoal”, e não no processo principal da Operação Babel, relacionado com alegada corrupção em projetos imobiliários.

“O processo 1/22, conhecido por [Operação] processo Babel, não inclui como arguido o presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia. No mesmo dia [terça-feira] em que foram realizadas as buscas no âmbito do processo acima referido, foram feitas diligências sobre o processo 399/23, cingido a questões de contratação pública e de pessoal, cujos documentos foram entregues. A tentativa de juntar os dois assuntos num só contexto é desprezível”, refere Eduardo Vítor Rodrigues, em nota enviada às redações.

 

Texto: Porto Canal / Etc. e Tal

Fotos: Arquivo (Porto. e pesq. Web)

 

17mai23

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