José Gonçalves
Vou utilizar este espaço para chamar à atenção das vítimas de abusos sexuais por sacerdotes da Igreja Católica, assim como os seus familiares e amigos, para uma notícia publicada no ‘JN’, no passado dia 15 de julho, e reeditada pelo nosso jornal no mesmo dia, e que parece ter passado despercebida do grande público, e até, por mais estranho que possa parecer, dos doutos ‘fazedores de opinião’ via TV e afins:
“A Procuradoria-Geral Regional do Porto arquivou, depois de ter instaurado um inquérito, os processos de suspeitas de abuso de menores na diocese do Porto. Processos canónicos de sete sacerdotes continuam ativos.
A Procuradoria regional justifica o arquivamento com base no artigo 277, nº 2, do Código do Processo Penal. Ponto que determina o arquivamento do inquérito quando não for possível ao Ministério Público obter indícios suficientes da verificação de crime ou de quem foram os agentes.
A diocese liderada por D. Manuel Linda refere que, por não haver indícios suficientes da verificação dos supostos crimes e dos seus autores, foram arquivados os processos relativos à totalidade da lista de nomes de alegados abusadores de menores ou adultos vulneráveis, uma lista remetida para a procuradoria regional, em março, pela diocese do Porto.
Canonicamente os processos continuam a ser investigados. Dos sete sacerdotes acusados de abusos, à Comissão Independente, que estão no ativo, o bispo suspendeu preventivamente três.”
Como referi, não vou revelar a minha opinião sobre este facto, ainda que tema que, pelo ‘andar da carruagem’, a culpa possa vir morrer solteira, o que, na verdade, não é caso sem precedentes neste país, onde a Justiça – e logo agora, com os casos que todos sabemos e com eles convivemos diariamente – vive momentos de intensa pressão.
Não sei se aproveitando a Jornada Mundial da Juventude e a vinda do Papa a Portugal, se fez uma amnistia sub-reptícia, a determinados sacerdotes suspeitos de hediondos crimes?! A ver vamos o que por aí virá, esperando que todos estejam atentos aos desenvolvimentos deste triste e revoltante ‘drama’ que afeta ‘N’ de inocentes.
01ago23