As associações que representam os músicos do Stop, a Alma Stop e a ACM Stop, chegaram esta quarta-feira a um entendimento, relativamente às condições sugeridas pela Câmara do Porto para a reabertura do centro comercial e consequente regresso dos artistas às respetivas salas de ensaio /estúdios. Regresso que será uma realidade, já na manhã desta esta sexta-feira (04ago23), garantiu o presidente da autarquia, Rui Moreira.
Depois da mais recente tomada de posição das associações do Stop, ou seja, de aceitarem as propostas da Câmara do Porto para a reabertura e funcionamento temporário do centro comercial/cultural, o presidente da autarquia, Rui Moreira, falou aos jornalistas, ao princípio da tarde de hoje (02ago23), começando por referir que “neste momento, temos reunidas todas as condições necessárias para, já na sexta-feira, reabrir o centro, nas condições que conhecem”, referindo-se às medidas tornadas públicas em 21 de julho, nomeadamente a presença dos bombeiros sapadores em permanência.

Para o presidente da CM Porto o problema está “para já” resolvido, frisando, contudo, que se trata de uma “solução temporária” que permitirá com que o centro funcione durante 12 horas. “Nós já dissemos que pode abrir às 10 horas, às 10h30 ou às 11 horas, e pode fechar ou às 22horas, ou às 22h30 ou às 23 horas, porque são 12 horas de funcionamento. Em princípio, aquilo que ficou assente são 10h30, foi a isto que apontamos, porque é preciso balizar interesses de várias entidades”, explicou o autarca, referindo-se tanto aos músicos como às lojas.
Rui Moreira disse ainda que a maioria dos utilizadores do espaço receberão uma formação de quatro horas dada pelos bombeiros para poderem frequentar o centro em segurança.
MUNICÍPIO EXIGE RESPONSABILIDADES À AUTORIDADE DE EMERGÊNCIA E PROTEÇÃO CIVIL

Rui Moreira, ainda sobre questões de segurança do centro, referiu que “temos chamado à atenção que o Ministério da Administração Interna tem que se pronunciar sobre esta matéria”, garantindo que “não vamos desistir de exigir – a bem da legalidade e da segurança – que a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil -ANEPC assuma as suas responsabilidades”.
O autarca acrescenta que a única coisa que o Município poderia vir a fazer seria “obrigar a fazer obras coercivas”. Uma vez que o que “os músicos pretendem, e nós respeitamos, é ser eles a gerir o Stop”, a única competência municipal é garantir que “as condições de segurança estão resolvidas”.
“Nós não encerrámos o Stop de ânimo leve”, reforça o presidente da Câmara, que relembra como “havia ali um perigo iminente, um risco enorme que tínhamos que acautelar”. Sobre a selagem das lojas sem licença e não das outras ou de todo o edifício, Rui Moreira garantiu que esse “é o limite da nossa competência”.

Recorde-se que o Centro Comercial Stop, cuja maioria das lojas utilizadas por músicos tinha sido selada em 18 de julho, vai, assim, reabrir na próxima sexta-feira (04ago23)com a presença permanente dos bombeiros, como anunciou o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira.
Depois de uma fase de algum desentendimento – que levou à demissão do responsável máximo pela ACM Stop -, a verdade é que na passada terça-feira (01ago23), as duas associações assinaram um documento no qual é relevado a aceitação das condições apresentadas pela autarquia, e que foram também aprovadas pelo administrador do condomínio no passado 24 de julho. Os músicos do Stop esperam, assim, pela reabertura do espaço, com a maior brevidade possível.
CAMPUS NA ESCOLA PIRES DE LIMA OFERECE ALTERNATIVA

Entretanto, e em andamento, está o projeto do campus na Escola Pires de Lima, que, reafirma Rui Moreira, apresenta “condições excelentes” e será gerido pela administração dos Amigos do Coliseu.
O presidente da Câmara afirma que esta é uma alternativa para “os músicos que quiserem, não obrigamos ninguém” e que poderá ser utilizada “se tiverem que ocorrer obras no Stop”.
Com a escola desocupada até ao final de setembro e com o levantamento das patologias e das necessidades de insonorização em curso, o espaço poderá transformar dois dos blocos em salas de ensaio até ao final do ano (e depois avançar para dois outros).
Com este entendimento entre o Município e os músicos do Stop, sublinha Rui Moreira, “perdem, claramente, aqueles que tentaram politizar e instrumentalizar os artistas. Perdem aqueles que quiseram ter um protagonismo de borla, sabendo que o Stop era uma bomba-relógio e que nunca procuraram encontrar uma solução”.
Texto: Etc. e Tal / Porto.
Foto (destaque): Francisco Teixeira (Etc. e Tal)
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