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Museu de Ovar comemora 55.º ANIVERSÁRIO com obra do “Mestre” QUERUBIM LAPA

Para assinalar o 55.º aniversário, o Museu de Ovar foi ao seu vasto espólio buscar uma significativa coleção de obras do ceramista e pintor Querubim Lapa que de forma surpreendente, aos 90 anos de idade voltou a Ovar para a inauguração da exposição que reúne quase duas dezenas de obras em cerâmica, desenhos e uma pintura a óleo, “Peixeira”, recheada de simbolismo na sua relação com o Museu de Ovar.

Querubim Lapa, à esquerda
Querubim Lapa, à esquerda

Trabalhos dos anos 60 que proporcionaram um momento de grande emoção ao artista mal entrou na sala recheada com as suas obras e convidados que o esperavam para mais um acontecimento cultural que presenteou os 55 anos do Museu de Ovar e a sua história, a que Querubim Lapa ficou justamente ligado pelo entusiasmo e dedicação do seu fundador José Augusto, que, como recordou o artista a convite do Padre Pires Bastos, ali presente, para que este ajudasse a clarificar tal ligação, “ambos frequentava-mos o Café A Brasileira, em Lisboa”, um dia José Augusto lançou-lhe o desafio para oferecer uma obra ao Museu de Ovar que já na época tinha várias de Jorge Barradas.

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Assim se iniciou a sua afinidade com esta Instituição que também ajudou a engrandecer particularmente com as suas obras cerâmicas, que o artista teve oportunidade de contemplar com um brilho nos olhos de grande satisfação e emoção como disse, um momento extraordinário na relação intima do ceramista e a sua obra, que não resistiu a tocar, a percorrer com as suas mãos delicadas os relevos das placas em cerâmica, vidrada e esmaltada, de formato quadrangular, com decorações de figuras zoomórficas ou personagens híbridas policromadas, da sua vasta obra contemporânea.

A exposição que esteve aberta ao público até 23 de janeiro foi assim informalmente inaugurada a 8 de janeiro, pelo autor das obras, Querubim Lapa, acompanhado pelo Diretor do Museu de Ovar, Manuel Cleto, o vereador da cultura da Câmara Municipal de Ovar, Alexandre Rosas e o presidente da Assembleia de Freguesia da U.F. de Ovar, José Fragateiro.

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Seguiu-se uma palestra sobre “O Espólio e a Importância do Museu de Ovar na Comunidade Local”, presidida por Oliveira Dias, presidente da Assembleia Geral do Museu de Ovar, em que Manuel Silva, um dos fundadores ainda vivo, recordou com visível emoção, que “foi à 55 anos que se abriram aquelas portas para a inauguração do Museu de Ovar a 10 de janeiro de 1959”.

Uma recolha de memórias sobre como tudo começou, através de um grupo de entusiastas, cujo timoneiro foi José Augusto, Padre Torres, Jorge Carvalho e o próprio Manuel Silva, que brevemente verá o seu livro ser editado com o apoio da Câmara, como assumiu Alexandre Rosas, que ali partilhou, referindo-se ao livro de Manuel Silva datilografado para sua apreciação, que, “naquele livro vi o Museu por dentro”.

O vereador realçou ainda o “muito singelo trabalho da direção do Museu de Ovar” que proporcionou assinalar este 55.º aniversário com enorme dignidade e o privilégio de se poder partilhar tal momento com o artista plástico nascido em Portimão em 1925, que “teve o seu primeiro contacto com a realidade artística pluridisciplinar ao visitar a Exposição do Mundo Português em 1940” (Wikipédia). Na ocasião o “Mestre” Querubim Lapa, com uma admirável energia e boa disposição, não assumindo papel de palestrante, mas o de uma conversa sobre arte, acabou por entrar num animado diálogo com Alexandre Rosas, ficando ambos de pé, falando da sua obra e do neorrealismo, como sendo um “trabalho de figuração que contrariava todo o modernismo dos anos 40 que estava decadente”, afirmou.

Do programa deste aniversário constou ainda a entrega de certificados a um conjunto de cidadãos, que nas suas várias vertentes contribuíram e colaboraram e têm colaborado com o Museu de Ovar. Para além do próprio Querubim Lapa, receberam esta prova de reconhecimento das mãos de Manuel Cleto: Juliana Pinto, Esmeralda Souto, Vergílio Neves, Fernando Pinto, Joaquim Barbosa, Ana Paula Reis e Alexandre Rosas. Os fotografos Rui Pires, Rui Palha e o pintor radicado em Paris, Luís Darrocha, a quem foram igualmente atribuídos tais reconhecimentos, não puderam estar presentes.

Texto e fotos: José Lopes (*)

(*) Correspondente “Etc e Tal Jornal” em Ovar – Aveiro

01fev16

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