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OBRAS previstas para RUAS CENTRAIS da zona oriental do Porto vão condicionar entradas e saídas na cidade. COMERCIANTES estão PREOCUPADOS!

Algumas das artérias centrais da zona oriental da cidade do Porto (Bonfim e Campanhã) vão ser alvo de obras de melhoramentos quanto à rede de distribuição de água e de pavimento, isto já a partir de meados deste mês ou princípios de abril. Ao que se sabe, todas elas serão alcatroadas, numa obra que dará seguimento à intervenção que está a ser concretizada, há já cerca de dois meses, junto à Estação internacional de caminho-de-ferro de Campanhã, naquele que será um novo terminal intermodal de transportes coletivos.

No que concerne às intervenções que, brevemente, começarão a ser executadas, a principal obra – devido à sua complexidade – será realizada na Rua do Heroísmo (freguesia do Bonfim), considerada, por muitos, a “Santa Catarina” da zona oriental da cidade devido às dezenas de casas comerciais lá sediadas, estendendo-se a mesma, à, não menos comercial, Rua do Freixo, entre a capela da Nossa Senhora da Saúde e a Rua da Estação. Ambas as artérias serão alcatroadas, processo que, ao certo, ainda não se sabe quanto tempo durará.

Rua do Heroísmo (I)
Rua do Heroísmo (I)
Rua do Heroísmo (II)
Rua do Heroísmo (II)

“Mistura” de águas 

No que diz respeito à Rua do Heroísmo (início junto à referida Capela e final no Museu Militar do Porto – ex-PIDE a poucos metros do Cemitério do Prado do Repouso e junto ao Centro Comercial “Stop”, a intitulada “Casa da Música” da zona oriental do Porto) saliente-se a complexidade da artéria em caso de obras, a qual tem, por exemplo, em restauração e cafetaria, qualquer coisa como treze estabelecimentos, dependentes, todos eles, da fluidez de trânsito pedonal e automóvel.

Essa artéria, além disso, movimenta, diariamente (segunda a sexta-feira), milhares de veículos privados e coletivos (STCP e ETG) que fazem transportar largas centenas de estudantes dos quatro estabelecimentos de ensino existentes na área, e de trabalhadores, para os arredores da cidade do Porto, designadamente, e na sua maioria, para o concelho de Gondomar, isto num “interface” com a Metro do Porto que, por lá tem também uma estação: a do… Heroísmo.

Rua do Heroísmo (III)
Rua do Heroísmo (III)
Rua do Heroísmo. Estação do Metro à direita
Rua do Heroísmo. Estação do Metro à direita
Rua do Heroísmo. Comando da PSP e 3.ª Esquadra à esquerda
Rua do Heroísmo. Comando da PSP e 3.ª Esquadra à esquerda

Acresce ainda o facto que, na referida rua, encontra-se sediado o Comando Distrital do Porto da PSP e a sua 3.ª esquadra, assim como empresas de referência como o “Minipreço”, “Lobecos” e os “ Armazéns Moreira de Pinho”, e que a mesma dá exclusivo acesso à Rua do Barão de Nova Sintra, onde se localizam as Águas do Porto e o Centro de Saúde do Bonfim, é saída da Rua António Carneiro, onde está sediada a Direção Regional de Ensino do Norte (DREN), e exclusiva entrada para a Rua de Frei Heitor Pinto, onde se encontra a escola primária da Lomba, servindo também saída do Porto na zona oriental, com acessos à VCI, IC29 e ponte do Freixo rumo à A1, assim como de entrada na cidade rumo ao centro.

Rua Barão de Nova Sintra. Artéria já sujeita a obras pela APEM
Rua Barão de Nova Sintra. Artéria já sujeita a obras pela APEM
Rua do Freixo (I)
Rua do Freixo (I)
Rua do Freixo (II)
Rua do Freixo (II)

A intervenção (faseada) tanto no Heroísmo como no Freixo terá a chancela da Câmara Municipal do Porto e das Águas do Porto E.M., empresa esta que já interveio, há poucos anos na Rua Barão de Nova Sintra (acesso à sua sede), construindo aí um “tapete” alcatroado e o estacionamento de carros com o alargamento de um passeio o qual foi embelezado com árvores, sempre no correr do passeio contíguo ao edifício da APEM e só até frente ao Centro de Saúde do Bonfim, acabando por aí as obras de “embelezamento”.

jose carvalho 07 - 01dez13

José Carvalho: “Espero que as pessoas compreendam a situação”

Mas, afinal, o que vai acontecer dentro dos próximos meses nas ruas do Heroísmo e do Freixo? Comecemos pela do Heroísmo, e com informações da Junta de Freguesia do Bonfim, na pessoa do seu presidente, José Carvalho.

“Para já, o que se sabe é que a Rua do Heroísmo será intervencionada no início da Primavera deste ano, intervenção essa que será feita em quatro fases. A rua será alcatroada, entre o Largo Soares dos Reis e a Rua do Freixo, mas ainda não sabemos ao certo quando as obras se iniciarão. Antes de tal acontecer, avisaremos os moradores e comerciantes da zona”.

Realçando o facto que a obra será executada “em fases sequenciais”, José Carvalho revelou ainda que a empreitada está ligada às obras que as “Águas do Porto” tem vindo a fazer e estão ainda relacionadas com as transformações que já estão a ser desenvolvidas no terminal intermodal de Campanhã, junto à estação, e que a Rua Padre António Vieira não será sujeita a qualquer tipo de intervenção, independentemente do seu caótico estado.

“O problema que se coloca agora, prende-se com a mobilidade e respetivas alternativas quando as obras começarem a ser efetuadas, tratando-se a Rua do Heroísmo, como se sabe, de uma artéria com muito movimento, por ser também, uma entrada e saída da cidade e por onde circulam muitos transportes públicos. Para já, só sabemos que haverá uma intervenção, a breve prazo, na Rua do Heroísmo, mas não temos mais de pormenores, os quais, a seu devido tempo, serão revelados à população através de editais, como através do nosso sítio na Internet”, referiu José Carvalho.

“Espero que as pessoas, durante o espaço de tempo que durar as obras, compreendam a situação. Para se fazerem melhoramentos há sempre certos condicionalismos a ter em conta. Estou convicto que as pessoas serão colaborantes”, concluiu.

Rua Padre António Vieira. Não terá obras embora se encontre num "caos"
Rua Padre António Vieira. Não terá obras embora se encontre num “caos”
R. Padre António Vieira (II)
R. Padre António Vieira (II)

Comerciantes preocupados

O “Etc e Tal jornal” foi, entretanto, saber a reação de alguns comerciantes da zona, a maior parte dos quais ligados à restauração, a esta notícia. E se todos estão de acordo com as obras a efetuar na área, perplexos ficam quanto à sua “morosidade” e como as quais vão ser desenvolvidas.

“Se a rua vai ser intervencionada por causa das águas, deviam aproveitar as obras para instalarem o gás natural, o qual só se encontra acessível num quarto da Rua do Heroísmo. Esperemos que depois não venham fazer mais buracos complicando aquilo que poderia ser de simples execução”, disse à nossa reportagem um dos comerciantes.

Para outro lojista, o problema centra-se na… mobilidade. “Passam por aqui milhares de pessoas por dia, ou a pé, ou de carro, ou em transportes coletivos. Como é que eles, durante o tempo em que durarem as obras, vão garantir a passagem por aqui dessas pessoas? Mais: quando cortarem a água, vão avisar-nos com antecedência? É que os restaurantes e cafés da área dependem da água para manterem os seus serviços. Se fizerem como fizeram recentemente, e, neste caso, em pequena escala, situação para a qual não fomos avisados, a coisa, neste caso, seria muito grave.”

E acrescenta-se a este rol de posições outra preocupação: “primeiro não sei para onde eles se vão livrar dos autocarros? Para onde é que os vão desviar, e com eles quantas pessoas deixarão de passar pela rua (Heroísmo)? Não sei. É que se as obras demorarem os meses que estão a demorar as junto à Estação de Campanhã, mais de dois meses e por mais meses lá vão ficar, estamos tramados! Será que encerrarão a rua, ou, pelo menos, deixarão que o trânsito possa sempre circular por uma via? Há aqui uma esquadra e os carros da polícia têm de entrar por algum lado?! Só se vierem de grua ou de helicóptero.” Pois.

ernesto santos -06

Ernesto Santos: “É preciso um plano global para melhorar o trânsito na zona da estação de Campanhã”

Em Campanhã a situação não é muito diferente, quanto a expetativas, mas já mais concreta quanto a consequências imediatas, principalmente no que concerne às obras que estão a ser efetuadas na Rua da Estação… frente à internacional estação de caminho-de-ferro do Porto.

“O que lá está a ser feito é só uma reestruturação do pavimento, naquele que será um terminal intermodal de transportes. São obras importantes para a mobilidade de veículos privados e coletivos, mas principalmente para este últimos, já que ali fazem o términus das suas viagens transportando milhares de passageiros com destino posterior ao comboio e ao Metro”, palavras de Ernesto Santos, presidente da Junta de Freguesia de Campanhã.

Segundo o autarca, e de acordo com as informações que tem da Câmara, o objetivo das obras é, acima de tudo “disciplinar o trânsito, facilitando a mobilidade”, sendo de realçar “as novas estruturas para estacionamento de viaturas, que era, até há pouco tempo, verdadeiramente, desordenado”.

Rua da Estação (I)
Rua da Estação (I)
Rua da Estação (II)
Rua da Estação (II)
Rua da Estação (III)
Rua da Estação (III)
Rua da Estação (IV)
Rua da Estação (IV)
Rua da Estação (V)
Rua da Estação (V)

Mas, se a Rua da Estação já está a ser intervencionada, e a do Freixo irá sê-lo brevemente, outras artérias há – na área – que precisavam também de (urgentes e necessárias) obras: “as ruas de Justino Teixeira e do Monte da Estação”, neste último caso, “instalaram lá o Centro de Trabalho de uma grande empresa, a ZON, e não tiveram em conta as estruturas do local. Assim sendo, existe um verdadeiro caos no que diz respeito ao estacionamento”.

Para Ernesto Santos “é preciso elaborar um Plano Global para melhorar o trânsito nessa zona”, zona que compreende também a movimentada e esburacada Rua de Justino Teixeira, onde também o ato de estacionar não está sujeito às regras convencionais.

Rua do Monte da Estação
Rua do Monte da Estação
Rua de Justino Teixeira
Rua de Justino Teixeira

“É preciso, na realidade, disciplinar o trânsito naquela zona, que nada mais é que uma a entrada e saída internacional da cidade, bastando para o efeito falar na estação de caminho-de-ferro de Campanhã, ligada que ela também está ao Metro do Porto e aos autocarros da STCP e de empresas privadas”, enfatizou o autarca.

Quanto às obras a decorrer e que as estão agendadas, Ernesto Santos pede só isto: “paciência!”. “Há um conjunto de obras que têm de ser feitas, sabemos que isso, temporariamente, origina condicionalismos desagradáveis, mas depois de concluídas, os comerciantes e moradores da zona terão a devida recompensa.”

Rua de Vera Cruz
Rua de Vera Cruz

Assembleia Municipal aprova (por unanimidade) obras na Rua de Vera Cruz

A Rua de Vera Cruz, no bairro da Lomba (Bonfim), também será alvo de obras, ainda que não tão complexas como as anteriormente referidas. Sendo uma artéria secundária, mas já com um trânsito automóvel digno de registo, e empreitada para lá programada, e já aprovada por unanimidade pela Assembleia Municipal do Porto, diz não só respeito à “renovação” do pavimento da rua (paralelo), mas também à “requalificação” ou reconstrução dos quase inexistentes passeios, que não têm tido qualquer tipo de intervenção há mais de cinquenta anos.

O presidente da Junta de Freguesia do Bonfim, José Carvalho, espera que a obra arranque ainda este ano, ou que, pelo menos, não “se perca nas gavetas municipais” como tem acontecido há vários anos a esta parte.

Alguns moradores, contactados pelo nosso jornal, congratularam-se com a aprovada intervenção na área, esperando que quando as obras foram concretizadas se instale também uma rede de gás natural.

Praça de Carlos Alberto, em 2001
Praça de Carlos Alberto, em 2001

O trauma dos “estaleiros” e das obras de “Santa Engrácia”

Ano de 2001. Obras relacionadas com o “Porto 2001” – Capital Europeia da Cultura. Obras de “Santa Engrácia” que acabaram, recentemente, por indemnizar em 2,7 milhões de euros, sessenta lojistas do centro do Porto. Esta indemnização foi decidida pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ) nove anos depois (nove anos!) de ter sido apresentada queixa sobre os danos materiais causados por obras entre 2000 e 2002.

Os 2,7 milhões de euros representam mais 700 mil que o pedido que os lojistas apresentaram em abril de 2005, na primeira instância, exigindo, agora, os lesados que o dinheiro seja entregue até final do próximo mês de abril. Segundo os lojistas a “Porto 2001” foi a responsável pela falta de planeamento, de organização e de diálogo e informação, já que se isso não acontecesse, os, agora lesados, teriam gerido de uma outra forma os seus stocks e encomendas.

De acordo com Nuno Camilo, presidente da Associação de Comerciantes do Porto (ACP),em declarações ao nosso jornal, a verdade é que “estamos a falar de um milhão e 95 mil euros, desde abril de 2005 até fevereiro de 2014, isto no que concerne a indeminização cível aos comerciantes, acresce, porém, a estes números os juros de mora, que no fundo, que se vão somando como um taxímetro”, e que, ao que se sabe, não foram materializados na sentença. O presidente da ACP pondera, assim, recorrer ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, isto se se provar que os nove anos de processos judiciais não respeitaram o direito de Justiça. De salientar o facto que “destes lojistas (60) uns são sócios da ACP, mas outros não. Foi um projeto transversal”, concluiu Nuno Camilo.

E pronto! Os comerciantes esperam até ao final do mês de abril a indeminização a que têm direito. Já agora, e a propósito da “coisa”, os lojistas da zona oriental do Porto que serão alvo de novos “estaleiros” nas ruas onde estão sediadas as suas pequenas e médias empresas – Heroísmo, Freixo e Estação – esperam não passar por idênticos problemas. Para já, na área que está a ser intervencionada (Estação) tudo decorre dentro da normalidade, mas os lojistas, mesmo assim, estão atentos!

 Texto: José Gonçalves

Fotos: António Amen e Pesquisa Google

 

 

01mar14

2 Comments

  1. Carlos Dias

    Embora me tivesse referido à necessidade de obras na Rua Padre António Vieira,no comentário feito em 10 de Abril de 2015,notem, já fez 1 ano !!! e em que dizia:
    “então vamos continuar sem perspectivas e sem informações sobre quando começarão as obras na CAÓTICA E ABANDONADA RUA PADRE ANTÓNIO VIEIRA? (que até já mete dó e que é um tormento para os seus moradores devido às trepidações nos seus prédios como consequência do trânsito de pesados e do estado caótico do piso??!!??!!)”, pois continuamos exactamente na mesma, isto é, ninguém se preocupa com esta situação, ou pelo menos é o que transparece, dado o silêncio que se continua a verificar sobre este assunto.
    É pena, pois pessoas como eu depositaram muitas esperanças na eleição do Sr. Dr. RUI MOREIRA, que se referiu muitas vezes à degradada zona oriental da cidade, no caso Campanhã, antes de ser eleito. Afinal fez algumas obras nas ruas do Heroísmo, Estação e Freixo (o que é meritório e agradecemos), mas que deixou por fazer obra idêntica na dita Rua Padre António Vieira,que está nas condições que acima referi, e que quase de certeza necessita de obras com mais urgência do que muitas obras do mesmo tipo que andam a ser feitas noutras zonas da cidade. Para além do mais esta obra fecharia o melhoramento das ruas desta zona, que (juntamente com a rua de Pinto Bessa)são as principais e mais movimentadas artérias de Campanhã. Se calhar com custos (que não sendo nunca negligenciáveis), também não seriam propriamente uma dor de cabeça para uma Câmara como é a do nosso Porto.

  2. Carlos Dias

    Então vamos continuar sem perspectivas e sem informações sobre quando começarão as obras na CAÓTICA E ABANDONADA RUA PADRE ANTÓNIO VIEIRA? (que até já mete dó e que é um tormento para os seus moradores devido às trepidações nos seus prédios como consequência do trânsito de pesados e do estado caótico do piso??!!??!!

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