De Florença para Ovar, as obras de arte de Alberto Gallingani que integram a sua mostra itinerante “Histoire d’ A”, foram confiadas ao Museu de Ovar até ao dia 11 de Outubro. A inauguração da exposição teve lugar no dia 6 de setembro com a presença do artista italiano, que assumiu ser difícil, “traduzir o meu estado de ânimo neste momento” para expressar a simpatia e disponibilidade como foi recebido em Ovar ao que se mostrou muito grato, referindo-se aos dias em que o Museu de Ovar lhe proporcionou uma visita cultural, que incluiu uma receção na Câmara Municipal de Ovar, em que, na companhia do diretor do Museu de Ovar, Manuel Cleto, foi recebido pelo seu presidente Salvador Malheiro e o Vereador da Cultura, Alexandre Rosas. Foi igualmente recebido por António França no Museu Júlio Dinis Uma Casa Ovarense.
No mesmo dia da abertura da exposição Histoire d’ A, mas à noite, realizou-se um colóquio sobre a obra de Alberto Gallingani, que teve como orador convidado o médico de Espinho, Adão Cruz, que, perante as obras expostas na mesma sala (Fundadores), começou por provocar os presentes, justificando mesmo que, “a arte não tem definição” uma vez que, na sua opinião, “arte faz parte da nossa esfera sentimental. Como o do amor, do medo, da tristeza, da alegria…”, insistindo mesmo, que “não gostaria de usar a palavra arte”, preferindo substituir por, “sentimento artístico!”. Sentimentos, que como adiantou Adão Cruz, “têm que ser experimentados”, porque, “a natureza humana projeta-se através da arte”.
Elevado o dialogo ao ponto de vista filosófico e metafisico, como diria o orador, o desafio era ainda descortinar os sentimentos do pintor no conjunto da sua mostra, que o próprio definiu como “nova realidade” ou que a sua obra exposta no Museu de Ovar é realismo. Definições aparentemente controversas que levaram Adão Cruz, a admitir sintetizando, que, “tudo é realismo dentro de uma nova realidade”. Uma nova realidade que merece de Gallingani um grito de revolta, tão visível na sua obra com sinais de tragédia, que Ismael Varanda também convidado para a mesa do colóquio, contrapôs ao romantismo musical de Chopin, interpretado pelo jovem violinista, Francisco, que, com a aluna Maria e a professora Cristina ao piano, proporcionaram um admirável momento musical ao evento.
Ao artista Alberto Gallingani que nasceu em Florença, Itália, onde vive e trabalha, foi proporcionada uma visita ao Mercado Municipal de Ovar (sábado) para conhecer a realidade socioeconómica das gentes de Ovar, tendo-se mostrado muito agradado pelo diálogo que manteve com as pessoas, nomeadamente os produtores e vendedores resultantes de uma agricultura de subsistência e familiar.
Alberto Gallingani, em 1965, ganhou uma bolsa para jovens artistas oferecida pelas autoridades da cidade de Florença. Em 1969 redigiu o Primeiro Manifesto da Pintura da Nova Realidade e em 1978, com Gianni Becciani fundaram a “Arte em Oposição”. Desde 1981 a sua atividade artística chegou muito além do limite nacional, ao marcar presença com exposições em museus e galerias privadas na Europa, América e Ásia, afirmando assim a sua internacional vocação.
Texto e Fotos: José Lopes
(correspondente “Etc e Tal jornal” em Ovar)
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Obras de Alberto Gallingani agora em Espinho na Galeria Zeller…