Esta rubrica dá a conhecer a toponímia portuense, através de interessantes artigos publicados em “O Primeiro de Janeiro”, na década de setenta do século passado. Assina…
Cunha e Freitas (*)
“A Quinta do regado, com seus casais, era uma vasta propriedade rústica, já existente no século XII, porque no ano de 1130, um cavaleiro da Ordem de S. João de Jerusalém (hoje de Malta) fazia dela doação à Igreja do Porto, em pagamento de dezoito jantares que a esta devia o Mosteiro de Leça (“jantar” era um tributo que o bispo de Cabido recebia anualmente, e consistia em ração dada quando da visita do prelado e dos cónegos à respectiva igreja ou mosteiro).
Entrando na posse desta Quinta do Regado, a Mitra e o Cabido fizeram dela sucessivos aforamentos, sabendo-se que em 1480 era enfiteuta Pedro Marinho, “da aldeia do Regado”, e foi em seguida possuída por seus descendentes, até que em 1533 era de novo emprazada à família dos Carneiros, do Porto, uma das mais antigas e principais da cidade. Foram-se subemprazando os seus casais a lavradores, e em breve a quinta estava retalhada por muitos proprietários. O nome de Regado provinha-lhe, sem dúvida, de existir nos terrenos alagadiços da Arca de Água.
A Rua do Regado, que resultou da urbanização da propriedade rústica, chamaram depois Rua de Monsanto – o mesmo, claro, que Monte Santo. Não sabemos porquê, nem desde quando, mas talvez alusiva à vitória alcançada pelas forças republicanas contra as monárquica, em Lisboa, na que ficou conhecida por “revolta de Monsanto”, em 1919. A quem interessar, será certamente fácil averiguar este pormenor.”
(*) Artigo publicado em “O Primeiro de Janeiro”, na rubrica “Toponímia Portuense”, de 16-11-1971
Fotos: Pesquisa Google
Na próxima edição de “RUAS” DO PORTO destaque para a “RUA DO MONTE DA BELA”
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