Joaquim Castro
Ultimamente, está a ganhar muita força a “moda” de separar o “te” em palavras, nas quais deve estar ligado, mudando-lhes o tempo verbal: “inscreves-te”, “fizes-te”, “cortas-te”. Há outros casos idênticos, em outras palavras: “passa-se”; “acontece-se”, “defini-se”, e por aí fora.
O “atrás”:
Há dias, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, ao falar sobre a Casa do Presidente, por figurar no sítio do Alojamento Local, usou a expressão “há uns anos, atrás”. Ora, o “atrás” é perfeitamente dispensável, pois, o passado (há), não pode ser para a frente. Infelizmente, esta “moda” faz parte do discurso de muitos políticos, como os do Governo e os da Assembleia da República. Lugares, onde a Língua Portuguesa deve ser integralmente respeitada.
O “então”:
Esta é uma palavra, que também está na “moda”. Ultimamente, ela é usada, tantas vezes e tão indiscriminadamente, que o pior, ainda pode estar vara vir, por estar em aceleramento desenfreado. Uma jornalista da CMTV, diz “então”, tantas vezes, que a própria até parece que se atrapalha com as outras palavras! O “então”, aparece como que para “encher chouriços”, sobretudo nos directos televisivos. A SIC e a RTP, também não passam sem ela. Socorro!
A “instab(i)lidade”:
Palavras, como “instab-lidade”, “sustenta-blidade”, “cevis”, “Lesboa”, “menistro”, podem não incomodar muita gente, mas há muita gente que se incomoda, com tal preguiça mental e com tanta lei do menos esforço.
“Pontinhos na numeração”:
É também um caso alarmante, o facto das televisões, incluindo a RTP, que é uma estação pública, andarem, há anos, a escrever “1.000”, “15.000” e “3.000.000”, etc., colocando os pontinhos, que não fazem parte de tal numeração. O pior, é que esta nomenclatura pode influenciar os jovens estudantes, que à custa de tanto ver este erro numérico, pensará que esta forma de escrever, é a correcta. Mas não é. Se isto fosse verdadeiro, estaríamos no ano de 2.018. Mas não, estamos no ano de 2018!
“Horas, minutos e segundos”:
De acordo com o Sistema Internacional de Unidades, a abreviatura de hora é h, e a abreviatura de minuto é min (sem ponto). Por exemplo:16h30min, ou apenas 16h30. Escrever 16,30 horas, significa 16h18min, porque a representação de tempo não é decimal, mas sim sexagesimal. Há quem prefira escrever 16.30h, mas esta forma pode levar a confusões. Alguns jornais desportivos, fazem referência a lances capitais, segundo o tempo em que acontecem. Mas, em vez de min (minuto), escrevem m. Mas o m significa metro e não minuto.
Em conclusão
Estes casos revelam que há algo a fazer. Ou seja, é necessário criar mecanismos, ou entidades, que combatam esta calamidade linguística. Por exemplo, na comunicação social e até nas escolas, pois a gramática também é mal tratada nos estabelecimentos de ensino. O que é muito mais grave.
Para terminar:
Não diga: “ele é um dos que foi à guerra”; mas sim “ele é um dos que foram à guerra”.
Nota: Por vezes, o autor também erra!
Foto: pesquisa Google
Obs: Por vontade do autor e, de acordo com o ponto 5 do Estatuto Editorial do “Etc eTal jornal”, o texto inserto nesta rubrica foi escrito de acordo com a antiga ortografia portuguesa.
01nov18
 
							 
			