Joaquim Castro
Há erros gramaticais, que se vão repetindo, pelas mesmas pessoas, sem que elas se apercebam desses erros. Ouço, muitas vezes, pronunciar frases, tais como: “Ele é um dos que foi à guerra”, quando o correcto será, “ele é um dos que foram à guerra. A diferença está nos tempos verbais “foi” e “foram”.
“Soudade”
Diz-se que a palavra saudade é uma das mais bonitas e das mais sentimentais da Língua Portuguesa, e que não tem correspondência em outras línguas. A verdade, é que essa palavra é, muitas vezes, mal pronunciada, especialmente por fadistas, várias vezes, quando cantam um fado, onde a palavra saudade é pronunciada, mas na forma errada “soudade”. Pelo contrário, os cantores brasileiros, por exemplo, pronunciam-na correctamente: sau-da-de.
“Senão”
Outro erro gramatical, muitas vezes repetido na escrita, é o uso do “senão”, em vez do “se não”. E vice-versa”. A palavra “senão” pode significar, por exemplo, um defeito: “o jogador é muito bom, mas tem um “senão”: não passa a bola aos colegas”. Outro exemplo: “Não há bela, sem senão”. Por sua vez, a palavra “se não”, tem duas palavras, em que o “se” é uma conjunção condicional, e o “não” é um advérbio de negação: “Só há jogo, se não se portarem mal”. Outro exemplo: “Ele vai contar tudo, se não o impedirem”.
“Ciclo/círculo vicioso”
António Costa, primeiro-ministro de Portugal, declarou que “a austeridade aumenta a recessão e cria um ciclo vicioso”. Contudo, deveria ter utilizado o termo “círculo vicioso”. De facto, esta expressão refere-se a um processo no qual a situação inicial gera consequências que conduzem novamente ao estado inicial.
Por outro lado, a expressão “ciclo vicioso”, diz respeito a uma sucessão dos mesmos factos, que se dá em períodos regulares. A expressão parece ser usada apenas no sentido de encadeamento de fenómenos; nunca no de raciocínio circular.
“Palavras trocadas”
“Há des”, por hás de; “séniores”, por seniores”; “rúbrica”, por rubrica; “duzentas gramas”, por duzentos gramas; “nem tampouco”, por tampouco; “melhor preparado”, por mais bem preparado; “diria-lhe”, por dir-lhe-ia; “ter morto, por ter matado; “cabine”, por cabina; “Pedrogão”, por Pedrógão; “encarregue”, por encarregado; “quem é que foi”, por quem foi; “vá de encontro a”, por vá ao encontro de.
“Uma frase que li numa rede social”:
“tenho um clio 4 algum amigo sabe como atouliza o GPS estou farto de tentar e ainda não consegui obrigado”. O que é que falta, aqui? A pontuação, claro!
Nota: Por vezes, o autor também erra!
01dez18
 
							 
			