Joaquim Castro
Quando fazemos uma chalaça em público, mesmo a brincar, estamos sujeitos a um exame linguístico, sobre a frase que acabamos de proferir. Ora, num café quase cheio, um cliente, ao entrar, disse: “Estás a desfolhar o jornal, e nem sequer o jornal sabes ler”. Alguns riram-se da graçola, sem cuidar do termo “desfolhar”, mas outros, devem ter-se questionado: “desfolhar” ou “folhear”? Claro que, naquele caso, seria “folhear”, dado que o leitor estava a ver folha por folha, como é normal. Se estivesse a desfolhar, ia rasgando as folhas. Portanto, mesmo a brincar, devemos ter cuidado com a Língua.
Erros televisivos
A Língua Portuguesa continua a ser, continuamente, massacrada nos programas televisivos. São pontapés na gramática, uns a seguir a outros. Quem estiver atento à linguagem usada nas intervenções na TV, pode detectar, ao longo das emissões, dezenas ou, até, centenas de calinadas, tanto de forma, como oralidade e de escrita, como nas legendas dos rodapés. Um bom exemplo disso, é esta imagem de um concurso cultural da RTP. Neste caso, mistura-se países com nacionalidades: Francesa, em vez de França; Italiana, em vez de Itália; e Espanhola, em vez de Espanha. Ora vejam:
Calinadas com graça
Os escritos dos vendedores ambulantes, são uma fonte de imaginação, para vender a mercadoria, mas também um motivo para alegrar os nossos passeios. Por exemplo, nos tempos que correm, ninguém espera oito “quecas”, pelo preço de 5 €! Mas, a verdade, é que um anúncio destes, atraente, foi visto por um “maduro”, que nos deixou esta engraçada imagem. Claro que, passado o impacto hilariante, chega-se à conclusão que os 5 € são o custo de oito “cuecas”.
De mais e demais | Com certeza
Li, num jornal diário: “Tem 1,94 metros, pesa 1,4 toneladas e dá pelo nome de “Knickers”. Este animal é o maior boi da Austrália, segundo o dono, e conseguiu escapar do matadouro por ser grande demais”. Então, é de mais ou demais? Claro que, neste caso, é de mais e não demais. Veja dois exemplos: “Este rapaz, é de mais, é um brincalhão”. “Este rapaz foi estudar. Os demais foram jogar à bola”. Outra palavra que também visto mal escrita, é “com certeza”. De facto, o correcto é escrever “com certeza”.
Palavras e frases que (me) irritam
Proteção “Cevil”, estabilidade, diria-se, precaridade, olhos nos jolhos, Lesboa, umas semanas “atrás”, dezassete e horas, tarde “solarenga”, Orçamento “de” Estado, Felikse…
Nota: Por vezes, o autor também erra!
01jan19
 
							 
			
