Dar um passeio pelos Jardins do Palácio de Cristal num dia de Primavera é, para muitos tripeiros, um ritual quase que obrigatório, e, agora, ainda mais, porque a área está a sofrer importantes obras de requalificação, melhoramento ou recuperação, com destaque natural para as que estão a ser realizadas no Pavilhão Rosa Mota, e também no romântico e fronteiro Jardim Emílio David.
José Gonçalves Mariana Malheiro
(texto ) (fotos)
Após o restauro da Avenida das Tílias (2015); a consolidação de muros e escarpa e a renovação de muitos dos jardins que compõem o Jardim, é com natural curiosidade que as gentes do Porto acompanham as transformações que agora estão a ser levadas a cabo, esperando-se, nos próximos meses, a reinauguração do renovado Pavilhão Rosa Mota, agora acrescentado de Super Bock Arena.
JARDIM EMÍLIO DAVID
Pelo que a nossa reportagem pôde constatar, as obras parecem andar a bom ritmo, a começar pelo Jardim Emílio David, intervenção que têm por objetivo a recuperação do traçado original dos canteiros: a requalificação dos pavimentos e equipamentos existentes – fontes e estátuas-, assim como dos gradeamentos e bilheteiras de entrada. Estão ainda a ser criadas novas redes de rega e drenagem dos pavimentos.
Todo este processo de recuperação tem o valor de 741.715,98 euros, foi projetado pela Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, ou, mais concretamente, pela professora Teresa Portela Marques, e tem a duração de 180 dias, sendo que alguns deles foram já riscados do calendário.
E era assim o antigo jardim…




A empreitada que está a ser levada a cabo, vai também resgatar alguns elementos que se foram perdendo ao longo dos anos e que desvirtuaram, no fundo, aquilo que de início era o Jardim Emílio David, isto de forma enquadrada no resultado já visível dos trabalhos realizados em outros jardins do Palácio.

De relembrar que, os jardins foram projetados por Émile David, corria o ano de 1865, isto no âmbito da construção do (lamentavelmente destruído) edifício para a Exposição Internacional do Porto: o Palácio de Cristal.
Sete palmeiras dos Jardins do Palácio classificadas de interesse público

Entretanto, a Câmara Municipal do Porto informou, no passado dia 27 de março, que um conjunto de sete palmeiras centenárias dos Jardins do Palácio de Cristal foi classificado de interesse público, tendo em conta o seu caráter já emblemático da paisagem do Porto, entre outros aspetos.
Vulgarmente chamadas Palmeiras de Leque do México, as sete árvores são exemplares da espécie Washingtonia robusta e a sua classificação resulta da proposta da Câmara do Porto e do despacho do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas, de 7 de novembro de 2018, publicado no Diário da República n.º 60/2019, Série II de 2019-03-26.
Trata-se de sete exemplares centenários, dos primeiros a serem introduzidos no território nacional, que têm idades entre os 130 e os 150 anos e constituem uma referência paisagística desde a primeira metade do século XX, fazendo parte do perfil da cidade do Porto visível do Rio Douro e de Vila Nova de Gaia.
Estas palmeiras impõem-se visualmente no espaço envolvente pela elegância de cada um dos exemplares, conferida pela verticalidade e delicadeza dos espiques e singularidade do conjunto, conhecido também como “as sete magníficas” ou “as sete irmãs”.
A classificação do conjunto sobrepõe-se ao reconhecimento isolado de cada exemplar, pelo valor paisagístico acrescido e finalidade de conservação de um elemento de referência na paisagem da cidade do Porto.
Esta classificação surge poucos dias depois de uma outra árvore dos Jardins do Palácio de Cristal – uma Metrosederos com cerca de 150 anos – ter sido também alvo do reconhecimento oficial de “interesse público” (Porto.)
PAVILHÃO ROSA MOTA
Entretanto, o Pavilhão Rosa Mota está prestes a ser também Super Bock Arena isto quando estiveram terminadas – prevê-se para o próximo mês de julho – as obras de requalificação. Para já a empreitada decorre, pelo que se viu e pelo que nos disseram, dentro da normalidade.
O atual Pavilhão que deu lugar ao Palácio de Cristal para ser realizado, em 1951, o Campeonato do Mundo em Hóquei em Patins, e que deixou de se chamar pavilhão dos Desportos do Porto, para ter, em 1991, o nome da campeã olímpica da Maratona, Rosa Mota, vai transformar-se por completo, como, na apresentação do projeto, o “Etc e tal jornal” deu a conhecer aos seus leitores.
Eis, como estava o pavilhão, antes das obras..




O espaço, que está concessionado por um período de vinte anos, conseguindo a Câmara Municipal – proprietária do imóvel – um “encaixe” de 20 mil euros mensais, sofrerá uma verdadeira revolução interior – a fachada manter-se-á como a conhecemos ainda que requalificada – de acordo com o projeto do arquiteto Carlos Loureiro.
O futuro “Rosa Mota – Super Bock Arena”…


A ver vamos o que nos espera, e quanto tempo de espera resta para vermos as obras que, de momento, revolucionam o “Palácio”, que, por certo, será um novo ponto de centralidade, ainda que, dificilmente, perca a sua “mística”, que é como quem diz, a sua beleza natural, traduzida em romantismo que os portuenses e tripeiros sempre respeitaram e fizeram respeitar
Do Palácio de Cristal e dos seus jardins contam-se lindas histórias, assim como das atividades que lá se desenvolvem e dão o ritmo cultural que a cidade precisa, principalmente através da (ativa) Biblioteca Almeida Garrett.
Esperemos, então, pelas inaugurações, nas quais estaremos presentes e prontos a reportá-las para si em especial.
Fotos: PNS (Pedro N. Silva) pG (pesquisa Googl), Arq(arquivo Etc e Tal jornal)
01abr19
 
							 
			









