A Solar – Galeria de Arte Cinemática, em Vila do Conde, inaugurou no passado sábado, dia 28 de setembro de 2019, “Rudimental”, uma exposição de Mariana Caló e Francisco Queimadela.
A Solar, com uma exposição de Mariana Caló e Francisco Queimadela, integrada num ciclo iniciado em 2018, prossegue a sua linha de programação, promovendo diálogos possíveis entre áreas artísticas supostamente distintas, entre as artes-plásticas e o cinema.
Assumindo a divulgação de aspetos particulares na obra de artistas portugueses que apesar da sua relativa juventude podem, até, considerar-se consagrados, acaba por cumprir um dos seus principais propósitos, garantindo não só o espaço e as condições técnicas necessárias para a realização de uma exposição, mas também o incentivo à criação e produção nacionais de obras artísticas originais.
Mariana e Francisco, estiveram em residência artística em Vila do Conde, no ano passado, resultando a presente exposição como parte do corolário dessa experiência. Esta exposição contará com uma diversidade de instalações, maioritariamente em projeção vídeo, mas também incluirá outro tipo de objetos, de pintura e escultura.
A cooperativa Curtas Metragens CRL, tem vindo a seguir a obra da dupla de artistas, inicialmente enquanto parte de coletivos na realização dos filmes “Boca” e “Kispo”, ambos de 2007, que participaram na Competição Take One! do Curtas Vila do Conde Festival Internacional de Cinema em 2008.
Mais recentemente, a Solar Galeria de Arte Cinemática, programou uma exposição intitulada “Terra”, de 8 de julho a 17 de setembro de 2017, para a qual convidou a dupla de artistas que viria a propor uma instalação vídeo com dois canais síncronos, intitulada “Efeito Orla”. Subsequentemente, gerou-se a cumplicidade necessária para esta nova experiência, sobre a qual, melhor do que ninguém, os próprios artistas poderão expressar-se:
“Para a exposição na Solar, reunimos um conjunto de objetos, pinturas, vídeos, slides e filmes em 16mm, que evocam acontecimentos visíveis/dados a? visibilidade em espaços quotidianos e domésticos. As salas da galeria foram pensadas como ambientes onde os elementos se interligam espacialmente, proporcionando uma experiência imersiva nos trabalhos.
Este conjunto de situações, em forma de pequenos filmes, pintura, objetos e ambientes, estão aqui presentes porque parecem relacionar-se, na sua domesticidade, com a vontade de criarmos ocorrências de circularidade temporal e pequenas inversões de lógica para o encontro com o desconhecido. São corpos de imagem vindos de momentos distintos, um conjunto de trabalhos anteriores e pequenos filmes recentes criados durante o período da residência. Algumas ideias apareceram em momentos anteriores e, agora, concretizaram-se em novas formas. Aqui renascente, o nosso trabalho materializa-se enquanto natureza ou trama, flexível, em trânsito interior e em transferência.”
Paralelamente haverá oportunidade para a continuação do projeto CAVE, a plataforma de lançamento de novos artistas no quadro da programação da Solar, com uma instalação de Dora Vieira, intitulada “Mistifório”, um relicário imersivo habitado por alegorias visuais a duas, três ou mais dimensões, elaboradas em técnicas místicas. Cripta metálica fulgente e miscelânea ecuménica, mitológica e autognóstica. Experiência sensorial amplificada e oportunidade para a sugestão de sinopsias, empatias, orientações e experiências estéticas no espírito divagante.
Texto e imagem: Imprensa Curtas Vila do Conde / EeTj
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