O edifício dos Paços do Concelho recebeu, no passado dia 17 de setembro, a cerimónia de entrega do Prémio Nacional de Reabilitação Urbana 2020, numa sessão que contou com a presença do presidente da Câmara do Porto. Para além do Pavilhão Rosa Mota, outros três projetos na cidade Invicta foram distinguidos.
“As pessoas valorizam muito mais o património do que valorizavam há uns anos. Esse é o caminho que temos todos de prosseguir. Estes prémios, mais do que distinguir aqueles que fazem os melhores projetos, são também uma forma de promover esta cultura, que tem a ver com o nosso património. O património faz a ligação entre aquilo que é o nosso passado e o futuro que nós queremos”, sublinhou Rui Moreira.
Quatro das onze distinções atribuídas na cerimónia que reconhece a excelência e boas práticas na reabilitação urbana couberam a projetos na cidade Invicta, com destaque para o Pavilhão Rosa Mota, eleito melhor intervenção de reabilitação com impacto social.
A sala de espetáculos, que esteve abandonada durante décadas pelo poder político, foi requalificada e inaugurada em outubro de 2019. Uma intervenção que não custou um cêntimo à Câmara do Porto, tendo sido feita por investidores privados, a quem o equipamento foi concessionado por um período de 20 anos.
O projeto de escritórios Braamcamp 119 venceu na categoria de comércio & serviços, e o Hotel Tipografia Conto foi duplamente galardoado, recebendo o prémio para melhor reabilitação no turismo (ex-aequo) e para melhor reabilitação da cidade do Porto.
Os vereadores da Economia, Turismo e Comércio, Ricardo Valente, e do Urbanismo, Espaço Público e Património, Pedro Baganha também estiveram presentes na cerimónia. “Este prémio é apoiado pelo Município do Porto desde o primeiro momento. A reabilitação urbana é fundamental numa cidade como o Porto, que é uma cidade consolidada, em que este ato de construir sobre o construído é quotidiano. É uma área que pretende defender o património e, por essa via, valorizar a nossa história, mas perceber que, associado ao valor cultural, está sempre o valor económico. É bom para a cidade do Porto, é bom para as cidades portuguesas, investir na reabilitação urbana”, frisou Pedro Baganha.
Concorreram à oitava edição do Prémio Nacional de Reabilitação Urbana um total de 76 projetos de 18 concelhos de Portugal Continental e Ilhas, em mais de 192.000 metros quadrados de área intervencionada.
O júri composto pelo economista João Duque, os arquitetos João Santa-Rita e João Carlos Santos, bem como os engenheiros Manuel Reis Campos e Vasco Peixoto de Freitas, premiou ainda projetos em Lisboa, Tomar e Foz do Tua (Carrazeda de Ansiães), além de Midões (Tábua).
Ao longo das suas oito edições, entre 2013 e 2020, o Prémio Nacional de Reabilitação Urbana já recebeu cerca de 520 projetos candidatos.
VENCEDORES DO PRÉMIO NACIONAL DE REABILITAÇÃO URBANA 2020
Melhor Intervenção de Uso Residencial: Faria Palace (Lisboa)
Melhor Intervenção de Uso Turístico (ex-aequo): The One Palácio da Anunciada (Lisboa) e Hotel Tipografia do Conto (Porto)
Melhor Intervenção de Uso Comercial e Serviços: Braamcamp 119 (Porto)
Melhor Intervenção com Impacto Social: Pavilhão Rosa Mota (Porto)
Melhor Intervenção cidade de Lisboa: Igreja de Nossa Senhora do Loreto
Melhor Intervenção cidade do Porto: Hotel Tipografia do Conto
Melhor Intervenção Inferior a 1.000 m2: Centro Interpretativo do Vale do Tua (Foz do Tua – Carrazeda de Ansiães)
Melhor Intervenção de Restauro: Sinagoga de Tomar e Museu Luso-Hebraico Abraão Zacuto (Tomar)
Melhor Reabilitação Estrutural: D. Carlos I (Lisboa)
Melhor Solução Eficiência Energética: Aguiar 84 (Lisboa)
Prémio Especial do Júri: A Escola de Todos Nós – Reabilitação da Escola de Midões
Texto: Porto. / Etc e Tal jornal
Fotos: Filipa Brito (Porto.)
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