O Terminal Intermodal de Campanhã (TIC) regista, esta quinta-feira, um ano de atividade, tendo por ele passado “mais de seis milhões de passageiros, distribuídos entre 630 horários, 11 operadoras e 58 destinos finais”, segundo dados fornecidos pela STCP-Serviços, que gere o espaço, só que o TIC ainda não está concluído, há obras por realizar, facto que tem sido motivo para diversas queixas, de passageiros a motoristas.
Para assinalar a data, o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, visitou o terminal, que, ainda tem por concluir, a passagem inferior que o liga à estação de Campanhã (comboios e metro), e que deveria estar operacional a 12 de agosto do ano passado.
Esta é uma das questões que mais destacam passageiros e motoristas, dados os incómodos provocados pelas obras, mas, acima de tudo, pelas dificuldades de acesso da estação de Campanhã ao TIC.
RUI MOREIRA: “COM O TERMINAL TIRAMOS 100 MIL AUTOCARROS DO CENTRO DA CIDADE”
E foi dentro desta realidade, que Rui Moreira acompanhado de alguns vereadores e da presidente da Sociedade de Transporte Coletivos do Porto (STCP), Cristina Pimentel, visitou a infraestrutura, começando por referir aos jornalistas que “com o Terminal tiramos 100 mil autocarros do centro da cidade, com enorme impacto no ambiente e na mobilidade. Muitas pessoas dizem que gostam do espaço, é muito confortável e está bem situado”.
“Temos aquilo que uma cidade contemporânea precisa, naquilo que é a intermodalidade. Este é em desafio, cada vez maior, para as cidades”, frisou o autarca, realçando o investimento municipal de 13 milhões euros no projeto.
Projeto da autoria do arquiteto Nuno Brandão Costa, depois de efetuado concurso público, mas que ainda não está completamente pronto, já que como atrás referimos, há obras que não estão terminadas, e há ainda um concurso público, da responsabilidade da ‘Infraestruturas de Portugal’ para a instalação de passadeiras rolantes, num orçamento superior a um milhão de euros.
“O TIC É O PRIMEIRO TERMINAL DO PAÍS A LIGAR TODOS OS MODOS DE TRANSPORTE”
“O TIC vai ganhando a sua maturidade. Muitas das pessoas que vinham de Lisboa para o Porto, utilizam, cada vez mais, este terminal”, afirmou Rui Moreira, recusando a ideia de transportes porta-a-porta.
O TIC é o primeiro terminal no país a ligar todos os modos de transporte, de forma simples e eficiente, tornando-se, rapidamente, no centro de partidas e chegadas rodoviárias do Porto e da região norte. Todos aqueles que chegam à cidade, através do TIC, podem ligar-se rapidamente a qualquer lugar da cidade, utilizando o metro, comboio ou autocarro urbano.
Projetado para ser ambientalmente sustentável, o TIC está localizado por baixo da maior cobertura verde (1600 árvores) alguma vez implantada num edifício público da cidade, que ajuda à absorção de toda a poluição do ar e visual do terminal.
Pensado numa ótica de sustentabilidade, foi construído de acordo com o certificado LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) e é candidato a receber esta certificação, que, a acontecer, o transformará no primeiro terminal rodoviário da Europa a consegui-lo.
Para além disso, o TIC funciona como um aeroporto, não havendo cais de embarque pré-definidos para os diferentes operadores. Sempre que um autocarro chega, o sistema de gestão lê a sua matrícula e atribui um cais. A partir daí, todos os passageiros podem ver em tempo real o cais atribuído à viagem que pretendem fazer. Todos os cais têm sensores que permitem monitorizar os cais disponíveis e otimizar a sua utilização.
Para assinalar o primeiro aniversário, esta quinta-feira foi lançada a iniciativa BUSking Sessions – Músicos da Cidade, numa parceria da STCP Serviços com o M.Ou.Co. Ao todo, serão 21 projetos musicais destacados no terminal. Para além de hoje, a programação vai continuar todos os sábados à tarde, até 2 de setembro.
Texto: Etc. e Tal / Paulo Alexandre Neves (Porto.)
Fotos: Filipa Brito (Porto.)
20jul23