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Matosinhos: ESCULTURA AO VIVO dá VIDA ao MÁRMORE

Três peças escultóricas serão executadas durante o Simpósio de Escultura em Mármore que vai decorrer em Matosinhos entre os dias 1 e 15 de junho, no parque de estacionamento existente junto à Galeria Municipal. Os três escultores que participam nesta edição trabalharão ao ar livre e diante do olhar de quem passe, desvendando o processo que transforma um bloco de pedra numa obra de arte.

A iniciativa, integrada na programação da Capital da Cultura do Eixo Atlântico 2016, contará com a participação de três conceituados artistas plásticos: Paulo Neves, Victor Ribeiro e o galego Alvaro de la Vega, todos representados em destacadas coleções públicas e privadas, nacionais e internacionais.

As três peças a realizar passarão a integrar o acervo da cidade de Matosinhos. Duas das peças serão instaladas nos jardins envolventes da Galeria e da Biblioteca Municipal, juntando-se às esculturas que já ali existem. A terceira peça deverá ser colocada na área ajardinada existente junto ao acesso à ponte móvel, em Leça da Palmeira.

O Simpósio de Escultura em Mármore permitirá, assim, enriquecer o património artístico de Matosinhos, que conta já com um conjunto de peças de grande qualidade, de artistas como Irene Vilar, Gustavo Bastos, Barata Feyo, Lagoa Henriques, Armando Alves, Zulmiro de Carvalho ou Janet Echelman.

Ainda este ano, recorde-se, a cidade passará a contar com mais duas obras de conceituados artistas nacionais. Julião Sarmento está a conceber um monumento que homenageará o liberalismo português e o único primeiro-ministro natural de Matosinhos, Manuel da Silva Passos (Passos Manuel).

Rui Anahory criará também um conjunto escultórico de evocação dos operários e operárias da indústria conserveira, que ficará na futura praça de Matosinhos-Sul. A coleção de arte pública da cidade será ainda beneficiada pela intervenção que requalificará o mural cerâmico de José Emídio, instalado no Parque 25 de Abril.

ESCAVAÇÕES ARQUEOLÓGICAS INVESTIGAM ORIGENS DE MATOSINHOS  

escavacoes arqueologicas - matosinhos

Está a decorrer em Matosinhos uma nova campanha arqueológica no Castro do Monte Castêlo, em Guifões, considerado um ponto fulcral para a investigação da história de Matosinhos. Os trabalhos, que se prolongarão até 3 de junho, integram um projeto de investigação plurianual em Arqueologia e destinam-se a explorar, valorizar e divulgar aquele sítio arqueológico, onde se crê que residam as raízes remotas de Matosinhos.

Resultado de um protocolo de colaboração estabelecido entre a Faculdade de Letras da Universidade do Porto (Departamento de Ciências e Técnicas do Património) e a Câmara Municipal de Matosinhos (através dos serviços do Gabinete Municipal de Arqueologia e História), a campanha conta também com o apoio da União de Freguesias de Guifões, Custóias e Leça do Balio e da Administração dos Porto do Douro, Leixões e Viana do Castelo, proprietária da parcela de terreno onde decorre a intervenção arqueológica.

A intervenção é realizada como parte integrante do módulo de formação prática em técnicas de escavação arqueológica da licenciatura de Arqueologia da FLUP, contando com a participação dum grupo de estudantes desta instituição. Ainda assim, os trabalhos poderão ser acompanhados por qualquer interessado no dia 3 de junho.

É no lugar do Castro do Monte Castêlo, em Guifões, que se localizam as raízes enterradas de mil anos de habitação na primeira povoação de Matosinhos, que foi habitada desde antes do século V antes de Cristo até ao século V da Era cristã.

Sob a terra e a vegetação que ocultam este local, reside o que resta de um milénio da vida quotidiana das populações que aqui se cruzaram com soldados, comerciantes e marinheiros oriundos de outras províncias do império romano, integrando progressivamente um novo espaço económico e político de âmbito europeu. A missão da arqueologia, de que a escavação arqueológica é apenas uma das componentes do trabalho, é a de desvendar a forma como este processo decorreu.

Apesar de, desde os primórdios da arqueologia portuguesa, este sítio ter despertado a atenção de vários investigadores (Leite de Vasconcelos, Martins Sarmento, Rocha Peixoto, Ruy Serpa Pinto, Mendes Corrêa, e outros), foi principalmente durante o período entre 1950 e 1970 que a ação de Joaquim Neves dos Santos permitiu um avanço significativo no conhecimento do sítio. Este investigador identificou em Guifões diversas estruturas.

Pela situação geográfica e pela importância dos materiais ali recolhidos, o sítio do Monte Castêlo é um dos sítios arqueológicos mais importantes da região litoral situada entre o Rio Douro e o Rio Ave.

Localizado junto do estuário do Rio Leça, este castro romanizado apresenta uma longa diacronia de ocupação. Os materiais mais antigos parecem remontar ao cerca de 900 a.C., estando ainda documentada uma reocupação na Alta Idade Média, com a construção dum pequeno castelo.

Por toda a área do Monte, desde o topo até à base, junto ao Rio Leça, existem indícios de estruturas arqueológicas enterradas definidas por alinhamentos de alicerces, plataformas artificiais e materiais à superfície.

Na zona ribeirinha, perto da ponte e do moinho, poderá ter existido um pequeno fundeadouro ou porto de época romana, uma vez que este local se situa na extremidade do antigo estuário do Rio Leça (atualmente ocupado com as docas do Porto de Leixões), onde se registam diversas evidências da chegada de mercadorias vindas de pontos longínquos do Império Romano e que aqui eram descarregadas.

Texto: Jorge Marmelo (AI/CMM) – EeT

Fotos: Pesquisa Google

01jun16

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