Esta rubrica dá a conhecer a toponímia portuense, através de interessantes artigos publicados em “O Primeiro de Janeiro”, na década de setenta do século passado. Assina…
Cunha e Freitas (*)
“É bem conhecida a história da abertura da Rua de Mouzinho da Silveira, no último quartel do século passado, estudada por todos os historiógrafos da cidade. Limitar-nos-emos, portanto, a indicar, resumidamente, as várias fases desses trabalhos.
O rio da Vila ou da Cividade, vindo das bandas das Hortas, coma a descoberto por esta prega do monte, desaguando no Douro, junto ao Postigo e Ponte das Tábuas, já mencionados em documento de 1488, e que o Tombo do Cabido, de 1566 esclarece, estavam «logo abaixo donde entra o rio da Vila no Douro».
A rua foi projectada em 1872, e dois anos depois já se estava escondido o rio com um grande aqueduto. O traçado do arruamento foi realizado em duas fases: a primeira, em projecto apresentado por Luís António Nogueira, em 1872, e aprovado pela Câmara em 17de Junho de 1875, ia desde o concento de S. Bento de Ave-Maria até ao alto da Rua de S. João; a segunda fase, aprovada também segundo projecto de 1872, seguia daí à Rua Nova dos Ingleses.
Estas obras exigiram, em 1877, a demolição da bela capelinha de S. Roque, na praça urbanizada um século antes por João de Almada, dos mal cheirosos pelames ou aloques do Souto, da Viela do Anjo da Guarda, e do velho Hospital de S. Crispim, na Ponte de S. Domingos. Era este mais conhecido por Hospital dos Palmeiros, e dizem que fundado pelos irmãos Martim Vicente Barreiros e João Anes Palmeiro.
Também nessa altura desapareceu a Rua das Congostas, hoje substituída pela Rua de Sousa Viterbo. À nova artéria deram o nome de Mouzinho da Silveira, notável e operoso reformador liberal, principalmente nos campos da Economia e das Finanças” .
(*) Artigo publicado em “O Primeiro de Janeiro”, na rubrica “Toponímia Portuense”, de 25-11-1971
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01jun16