A aposta na realização do Festival Internacional de Marionetas de Ovar (FIMO) por parte da União das Freguesias de Ovar, São João, Arada e São Vicente de Pereira, continua a ser uma mais-valia na oferta cultural da cidade de Ovar, que, pelas suas particularidades e tipo de organização, mobiliza muita gente pelas ruas que se interligam num roteiro, para em ambiente familiar se assistir às várias propostas de espetáculos de marionetas apresentadas por grupo nacionais e internacionais.
O festival decorreu durante os dias 9, 10 e 11 de junho e contou com diversificadas atividades de animação de rua, num total de 68 espetáculos, incluindo uma rua a que a organização do evento deu reconhecida vida, com barraquinhas de comerciantes e artesãos locais, que assim também mais uma vez aderiram a esta festa que não deixa de significar um grande esforço financeiro para a Junta de Freguesia da União, e por isso a sua continuidade vai estando dependente da alternância politica na maioria do executivo da Junta.
Pela adesão do público ao longo do animado fim-de-semana desta 11.ª edição do FIMO, a reafirmação de que este Festival só pode ter futuro, ficou bem evidente. Mas a organização também quis arriscar mais na sua consolidação, ao passar dos 37 espetáculos no ano anterior, para quase sete dezenas. Uma aposta que incluiu ainda a novidade anunciada pelo presidente da Junta da UFO, Bruno Oliveira, no primeiro espetáculo que se realizou no Largo do Tribunal, “Extraordinary Voyage” pelos Fifth Wheel da Alemanha, sobre a atribuição de prémios às companhias participantes no vasto programa. Um primeiro prémio nomeado por um júri internacional, e um segundo a eleger pelo público. Experiencia que veio trazer novas responsabilidades à organização de um Festival assim também reconhecido internacionalmente.
Entre espetáculos de rua sem limite de inscrição, realizados no Jardim do Cáster, na Feira de Artesanato, junto à Capela de Santo António, Largo do Neptuno, Parque Urbano ou Praça das Galinhas. Até aos espaços limitados a inscrição, como Casa do Povo, Casa da Contacto e Museu de Ovar, passaram companhias que não deixaram ninguém indiferente.
Destaque para o Circo das Pulgas dos franceses, Petits Miracles, o espetáculo que mais sessões realizou, e que teve como palco o Museu de Ovar. Já a Casa da Contacto recebeu uma das grandes surpresas deste FIMO, através do espetáculo dinamarquês “The House”. Das 20 companhias de 11 países a mostrarem a sua arte na manipulação das marionetas, sairiam na sessão final de encerramento que decorreu no Jardim do Cáster, os eleitos, tendo o Prémio do Público sido atribuído à companhia alemã The Fifth Wheel, com o espetáculo “The Extraordinary Voyage”.
Para o Prémio de Melhor Espetáculo do FIMO deste ano, o júri, constituído por Esmeralda Souto, José Gil, Serge Valque, Estelle Martinet e Severo Brudzinisky, escolheu de entre criações tradicionais e contemporâneas, três espetáculos, com o primeiro lugar em ex-áqueo para as companhias, Tato Criação Cénica, do Brasil, com o espetáculo “Tropeço”, e as Marionetas da Feira, de Rui Sousa, com “Castelo Assombrado”. Neste Prémio e das três companhias mais votadas pelo júri composto por alguns reconhecidos nomes da arte das marionetas, seria atribuída uma Menção Honrosa aos dinamarqueses, Sofie Krog Teatre, que levou ao palco “The House”.
Com noites e dias agradáveis para diferentes gerações do público-alvo deste certame, poderem partilhar a diversidade de espetáculos ao longo de três dias, a abertura do FIMO 2017 na rua da Feira de Artesanato, foi animada com “Música à Manivela” pelo Prana Teatro do Brasil. Presenças internacionais que incluíram ainda companhias como: Milena Milanova (Bulgária), Elmahroussa (Egipto), Scott Land Marionettes (E.U.A.), Wooden Horse Theatre (Rússia), MarkusZinház (Hungria), Fausto Barile (Itália) e Holoqué (Espanha).
O programa recheado de momentos marcados por “sorrisos, histórias e espetaculares memórias”, que convidou as pessoas a fazerem parte de três dias, “em que a realidade se dissolve com o sonho e o imaginário ganha vida”, para se divertirem, deixando-se “contagiar por um mundo cheio de cor e muita imaginação”, teve igualmente bem representadas, companhias nacionais, como a Contacto (Ovar) que estreou nesta edição do FIMO, a peça de marionetas “João Pateta”, numa adaptação e encenação de Manuel Ramos Costa. Boca de Cão, Oh!Varioneta, Sofia Pimentão ou Woodtoys, foram outras tantas propostas de animação do Festival que teve como coordenador, Nuno Sampaio Pinto.
Texto e fotos: José Lopes (*)
(*)Correspondente “Etc e Tal Jornal” em Ovar – Aveiro
01jul17