Cristóvão Sá-TTmenta
“HOMUS ECONOMICUS”, COMPETÊNCIAS E NEGÓCIO INDIVIDUAL
O homus economicus é uma ficção criada e artificializada pelos economistas através da qual o Homem é considerado um actor racional, um maximizador racional. Neste sentido interessou aos teóricos esquecer as dimensões culturais do Homem e centrar a sua análise fundamental nas dimensões de consumo e de produção de qualquer indivíduo. Neste sentido está claramente ausente tudo que ele é. Assim o homus economicus é uma parte do ser humano.
O desenvolvimento do conhecimento e das teorias económicas acabou por trazer para a discussão dos fenómenos económicos que determinam a atividade humana em todas a suas dimensões. Os fenómenos associados ao comportamentos humano são disso exemplo. Desde a teoria dos jogos à teoria comportamental (um dos vetores da análise marketing).
O Homem é dotado de competências próprias. Que poderão ser natas ou adquiridas. Razoável pensar-se que alguém com uma importante competência nata (por exemplo a voz) a desenvolva de forma a aprofundá-la e poder constituir-se como o núcleo de um negócio, do qual adquire a sua fonte de rendimento. Geradora também de riqueza nacional. Logo, com contributo para o produto nacional da nação. Há exemplos deste tipo na área cultural, desportiva e até na área da comunicação.
O objeto, centro e o modelo de negócio nasce e é desenvolvido à volta de um agente económico. No dia que este agente económico deixar de produzir o bem que os consumidores procuram haverá consequências para aquele modelo de negócio concreto. A área da moda está recheada de exemplos em que o negócio individual nasce e desenvolve-se tendo como objeto fundamental as características físicas e estéticas de uma dada pessoa, de qualquer género. Não se faz neste nem nos outros atrás uma avaliação moral destes negócios. Acentua-se principalmente a utilização das competências individuais para obtenção do bem-estar dos agentes económicos.
Ora, a propósito de quem sendo modelo faz disso profissão, até que ponto a sua conduta pessoal e no quotidiano da sua vivência em sociedade, pode ser geradora de situações censuráveis assumidas por outros agentes económicos? E por razão disso estes serem e bem penalizados. Onde estará a responsabilidade social daquele profissional e de que forma se manifesta? Até que ponto os outros poderão ser vítimas das suas apreciações estéticas perante a beleza? Recomendação: mesmo que agrade o que se vê, evite o comentário, ainda que virtuoso. E sobre o olhar … muita atenção.
As relações entre a ética e a economia estão cada vez mais presentes, independentemente da área e da dimensão do negócio. São abrangentes e não estão num só lado da equação.
Imagem: pesquisa Google
01out20