Com novos Corpos Gerentes, mas com os principais responsáveis a continuarem a assumir cargos de relevância na instituição, caso de Ponciano Oliveira, na presidência da Direção, e de José Manuel Tavares Rebelo, na Mesa da Assembleia Geral, a Casa dos Açores do Norte, entrou, nos seus quarente anos de existência, e com 350 associados, em mais uma nova e desafiante fase da sua vida, quanto mais não seja, e pela primeira vez, condicionada que está pelas regras de segurança profilática contra a propagação do novo coronavírus.
José Gonçalves Carlos Amaro
(texto) (fotos)
Seja como for, a realidade criada pela Covid-19 é comum a instituições do mundo inteiro, entre as quais as muitas casas dos Açores, que ao seu leque, se lhe juntaram, ainda que a título probatório, nas novas representantes da Madeira e de São Luís do Maranhão, no Brasil, isto depois da 23.ª Assembleia do Conselho Mundial das Casas dos Açores, realizada no passado dia 26 de setembro, e, pela primeira vez, por videoconferência. De salientar, que estas casas só farão parte da família de “embaixadas” açorianas espalhadas pelo mundo, se durante um ano, cumprirem com os requisitos e depois forem, decidida e oficialmente, aprovadas.

Para além destas novidades, que provam que as casas dos Açores não estão paradas, independentemente da pandemia, a verdade é que também na Casa dos Açores do Norte estão já carregadas as baterias para mais um leque de importantes atividades culturais, a começar pela criação do novo Clube de Leitura Natália Correia, o qual começará a funcionar, oficialmente, já no próximo dia 29 de outubro.
Sobre este novo projeto, nada melhor que ler tudo o que José Manuel Tavares Rebelo tem para contar a propósito…
Portanto, e quanto à criação do Clube de Leitura Natália Correia, Tavares Rebelo, historia todo o processo que o levará a entrar em funcionamento, na última quinta-feira do presente mês, e assim acontecerá mensalmente…
“Faço parte há cerca de três anos de um clube de leitura chamado “Nós e os Livros”, que passou por diversas instituições, como por exemplo pela ACAPO, Universidade Autónoma da Terceira Idade, e tem tido algumas sessões aqui na Casa dos Açores do Norte.
Deste grupo, além de mim, fazem parte, o Luís Diego, que é um assistente social reformado, mas com muita atividade literária, e que foi embaixador da ONU em Timor durante a guerra civil, que tem uma experiencia notável e adora fazer animações em clubes de leitura, bem como, o jornalista Simão Freitas, da Agência Lusa, um jovem de 26 anos, também uma pessoa, extremamente, dedicada a livros e a leituras”
“Este grupo lembrou-se, então,”, continua José Manuel Tavares Rebelo, “de criar, na Casa dos Açores do Norte, um Clube de Leitura com o nome de Natália Correia, isto com a aprovação da Direção da instituição. Esse clube de leitura iniciou atividade no passado dia 23 de julho, com a apresentação, em vídeo, feita pela artista Ana Celeste Ferreira, que filmou e fez algumas entrevista”.
“UM ESPAÇO DE CULTURA ABERTO À CIDADE DO PORTO”
“Como é que vai funcionar este clube? Dadas as limitações que existem, e não só por causa da pandemia, mas porque achamos que não devem estar presentes mais que dez pessoas, os encontros que iremos organizar terão essa assistência presencial limite, ou seja dez pessoas, sendo que a primeira sessão está agendada para 29 de outubro de 2020. Uma quinta-feira, às 21 horas. E passará a ter lugar uma vez por mês, e sempre, na última quinta-feira de cada mês”.
Pois muito bem, e mais explica José Manuel Tavares Rebelo, desta feita como, por exemplo, você cara(o) leitor(a) poderá participar nestes encontros…
“As pessoas inscrevem-se livremente, sendo ou não associados da Casa dos Açores do Norte, e nada têm nada a pagar. É só aparecer e ouvir ler e respeitar quem estiver a ler e a emitir opiniões, porque também há comentários livres acerca do que se leu. Não serão só livros que se vão ler, poderão se ler reportagens de jornais, coisas avulso, excertos tirados da internet… será, no fundo, um espaço de amplo e livre debate.
Aliás, a Natália Correia tinha um espírito universal, aberto, por isso, vamos focar os livros, as leituras, os escritos da Natália Correia, mas também de outros escritores açorianos ou não, antigos ou atuais.
Portanto, será um espaço de Cultura aberto à cidade do Porto”.
Entretanto, no passado dia 26 de setembro, realizou-se a 23.ª Assembleia Geral do Conselho Mundial das Casas dos Açores.
E o que é, na realidade, o Conselho Mundial das Casas dos Açores? Explica, o nosso entrevistado.
“É uma instituição criada em 1997, de que sou um dos fundadores, como representante da Casa dos Açores do Norte. Este Conselho foi criado na cidade da Horta e reuniu as casas dos Açores, então existentes, cuja primeira reunião se realizou nos Estados Unidos, em East Providence, no círculo da Casa dos Açores da Nova Inglaterra, numa zona onde há muitos açorianos espalhados pelas cidades do Estado de Rhode Island.
“Daí para a frente”, continua José Manuel Tavares Rebelo, “tem havido todos os anos um Conselho Mundial das Casas Dos Açores. As viagens são pagas pelo Governo Regional dos Açores, na altura por Mota Amaral, como por Carlos César, como, atualmente, com Vasco Cordeio.
Neste momento, este Conselho Mundial tem 13 casas dos Açores, e desde o passado dia 26, mais duas, portanto, são, atualmente 15, ainda que essas duas casas se encontrem de momento em regime probatório”, como são os casos das casas dos Açores, a de São Luís do Maranhão, no Brasil, e a outra, a Casa dos Açores da Madeira”.
“A IDEIA DE SER CONSTITUÍDA UMA ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE CASAS DO AÇORES SURGIU, AQUI, NO PORTO”
Estas casas poderão, oficialmente, juntar-se “aqui, no continente, à Casa dos Açores de Lisboa, que é a mais antiga; a Casa dos Açores do Norte, que tem 40 anos, e a Casa dos Açores do Algarve, foi extinta há cerca de dois anos.
Depois temos ainda Casas dos Açores no Brasil, a do Rio de Janeiro, que é a segunda mais antiga do mundo, São Paulo, Rio Grande do Sul, Ilha de Santa Catarina, e depois há a Casa dos Açores da Bermuda, e no Canadá, temos a Casa dos Açores de Ontário, e a de Quebeque; depois, Winnipeg. Nova Inglaterra e Willmark, na Califórnia. Essa Assembleia Geral foi realizada online, uma vez que não pôde ser presencial, contrariamente, ao habitual”
Ainda de acordo com José Manuel Tavares Rebelo “a ideia de ser constituída uma organização mundial de casas dos Açores surgiu, aqui, no Porto. Em 1995, organizei uma conferência no Ateneu Comercial do Porto, em que o tema era “Para Que Serve uma Casa dos Açores?”, e nesse encontro estiveram presentes alguns elementos da Casa dos Açores do Norte, do Quebeque e da Nova Inglaterra, surgindo João Pacheco, que foi presidente durante muitos anos da Casa dos Açores da Nova Inglaterra, que lançou, então, a ideia de se criar uma estrutura mundial para reunir as casas dos Açores”.
“ESTAMOS À ESPERA DE MAIS JOVENS… “
Contando, atualmente, com três centenas e meia de associados, a Casa dos Açores do Norte realizou, no passado dia 12 de setembro, um dos atos eleitorais mais participados de sempre, com a presença de 40 eleitores. “Trinta presenciais e dez por correspondência”, como detalhou José Manuel Tavares satisfeito, que ficou com a adesão dos associados na eleição dos novos corpos gerentes, com a curiosidade, enfatiza de “ alguns dos novos dirigentes terem entre oss 35 e os 40 anos de idade, estando relacionados com antigos associados. Por exemplo o vice-presidente Miguel Azevedo, é de família da ilha Terceira.
Mas, a grande preocupação, ou objetivo a atingir, é a adesão de jovens à instituição. “Estamos a esforçar-nos por atingir essa meta, ainda que esse seja um problema que se regista em todas as associações. A verdade, é que a idade vai avançando e, assim sendo, estamos a fazer todos os possíveis para termos mais jovens associados”, refere o presidente da Assembleia Geral da CAN.
E enquanto abordamos a atualidade da CAN, nada melhor que fazermos uma visita às instalações da mesma através da objetiva de Carlos Amaro…
Relativamente ao futuro, José Manuel Tavares Rebelo, salienta que a Casa dos Açores do Norte está a “tentar resistir a esta pandemia , e a situações, que, por causa dela, exigem a presença de menos pessoas nas nossas atividades. Não sabemos, ao certo, o que será realizado no próximo ano, mas mantemo-nos recetivos à nossa participação em eventos da freguesia do Bonfim e, em termos gerais, da cidade do Porto”, focando também as excelentes relações que a CAN tem “com a Faculdade de Belas-Artes e a Associação dos Cegos e Amblíopes de Portugal – ACAPO, aqui no Porto.
Por fim uma informação útil para quem queira visitar os Açores:
“Temos, na nossa associação, o relatório dos laboratórios que, no Porto, têm parceria com o Governo Regional, para cá poderem fazer o teste à Covid-19. Nada pagam, e já levam o papel para mostrarem à chegada ao aeroporto de Ponta Delgada e isso facilita as viagens e poupa tempo.
Para rematar esta nossa reportagem, fique com os nomes dos elementos que constituem a Casa dos Açores do Norte, e que têm pela frente um árduo, mas depois, sempre aliciante trabalho…
Assembleia Geral
Presidente: José Manuel Tavares Rebelo; secretário: Rui Manuel de Medeiros Melo Silva; secretária: Maria da Conceição Fernandes.
Conselho Fiscal
Presidente: Luís Emídio de Quadros Toste; secretário: Manuel Maria Bessa Crames; relator: Paulo Jorge Morais Morgado.
Direção
Presidente: Ponciano Manuel Castanheira de Oliveira; vice-presidente: Miguel Ornelas Pires Mota de Azevedo; tesoureiro: Rui de Castro e Silva; secretária: Maria Castanheira de Oliveira; vogais: Andrea Paula Amaral Gouveia, Luís André Xavier Pinto de Azevedo e Ana Margarida Tavares da Silva Oliveira Martins.
01out20