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O Portugal dos Pequenitos e dos Marmanjos

 

José Gonçalves

(Diretor)

 

São muitas. Muitas e muitas também vítimas dos erros, da barbárie, da negligência, do laxismo e do crime executado por marmanjos que são políticos, que são pedófilos, que são “pais”… que são patifes.

É difícil pintar de cores alegres, vivas, simpáticas, o quadro real a oferecer, neste Dia Mundial da Criança, aos inocentes de diversos países espalhados por esse mundo fora.

É difícil!

As atrocidades são tantas que, por vezes, nos escapa o que de bom se vai fazendo por aí, em prol do desenvolvimento harmonioso dos meninos que amanhã serão homens, e que não quererão, com certeza, seguir as lições de vida de certos, e determinados, sujeitos e sujeitas.

 

 

Por cá, por este luso país à beira-mar plantado, os meninos vão aparecendo menos, porque a taxa de natalidade está a baixar significativamente.

Os que já viram a luz do dia, podem correr o risco de fazer parte de uma família desmembrada, de pais desempregados, tendo já – e antes de saberem o que é o vil metal -, uma dívida para pagar durante parte da sua vida, criada pelos erros dos tais marmanjos.

Em 2009, e segundo dados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a pedido da UNICEF, mais de 27 por cento das crianças portuguesas viviam em situação de carências económica. O retrato foi traçado no relatório “Medir a Pobreza Infantil”, que colocou Portugal no 25.º lugar numa lista de 29 países.

Isto foi em 2009, ainda a crise não tinha dado os verdadeiros sinais de si. Qual será a situação atual?

 

Para já, sabe-se que aos meninos abrem-se cantinas, pois, caso contrário, nada, ou pouco, tinham para comer em casa. Que há petizes que chegam à escola desnutridos. Que não podem ficar doentes, porque a Saúde, até para eles é cara.

Sabe-se, que os meninos que tiveram o azar, como teve o “nosso” Filipe (ver destaque deste jornal), de nascerem com uma doença rara são ignorados, desprezados e encostados para canto nesta injusta sociedade de granjolas que se armam em inteligentes, mas que não passam de compulsivos mentirosos e que ainda têm o desplante de dizerem, pavoneando-se, que são os senhores da República e da Democracia.

 

É claro que nem toda a gente é assim.

É claro que há coisas muito positivas no apoio materno-infantil, na infância e no apoio às famílias, mas isso não são notícias, isso são obrigações ordinárias.

Extraordinário é, e por isso é que isso é notícia, o facto de desaparecerem  em média, e por dia, seis crianças neste Portugal de espiões, secretas, troikas e troikanos.

São marmanjos desavergonhados e desavergonhados continuarão a ser porque lhes está no gene… é o seu ADN.

Esperemos, contudo, que daqui a vinte anos, os putos deste povo que nos vão governar, tirem importantes lições e as verdadeiras ilações sobre o passado, que é hoje presente, e façam uma verdadeira “limpeza de balneário”  neste país de “pinóquios” e “bananas”.

 

O meu sobrinho, com oito anos, já os reconhece; já sabe quem eles são, e na sua inocência já diz que não vai votar. Ele não sabe o que é “votar”, mas ouvindo o que ouve, sabe como, mais tarde, saberá que houve gente incompetente que o endividou sem ele ter contraído dívida alguma, a não ser o simples azar de ter nascido neste país, e revoltar-se-á.

Mas, será que revoltar-se-á?

O que é isso de Revolta?

É por isso que nascem menos bebés. São “bebés” inteligentes, para mal dos pecados de muitos que veem o futuro tão negro como os meninos dos bairros negros.

 

O meu sobrinho não teve, mesmo assim, o azar do Filipe, de seis anos, de Avintes (relembro: ler destaque). Mas, ambos são meninos, e como meninos devem ser apoiados, respeitados e educados.

Mas nem sempre o são, e, neste aspeto, a Segurança Social tem uma palavra muito importante a dizer, ou seja uma responsabilidade acrescida que, por vezes, é negligenciada.

Nem todos, contudo, fazem parte da mesma maralha. É verdade! Ser político não é ser criminoso!

Mas ser político é, por vezes, um regresso ao passado; ao passado das brincadeiras nos recreios das escolas, que ainda separavam os meninos das meninas.

Esses, já marmanjões, brincam, hoje, às secretas e aos espiões, ao “Monopólio”, onde, alterando as regras do jogo e viciando os dados, tendo como objetivo, o “quem rouba ganha e não vai para a prisão”, ou à cabra cega, em que a mais cega tem sempre hipóteses de chegar onde outras do género não chegam.

 

 

É este o Portugal dos Pequenitos Granjolas que, muitas vezes, nos fazem corar de vergonha.

Temos que lidar com isto, ou, então, pegar em tudo – até nos meninos-, e partir daqui.

Mas, lá fora não há sol radioso como aqui, não há a nossa verdura, a imponência das nossas serranias, dos riachos e das microculturas, do nosso mar azul com horizonte infinito, das areias suaves e douradas, do nosso cozido e do nosso povo que continua afável e a adorar a “canalha” – termo simpático que, aqui no Porto, identifica os putos ou a miudagem -, os seus filhos, netos ou bisnetos que, daqui a uns anos, vão, com certeza, lutar contra certa, e determinada, canalha.

Mas, por lá, há melhores condições e os meninos precisam de viver com qualidade de vida.

Um dia a “Alice” instalar-se-á em Portugal, transformando-o num país igual ao seu, que ainda hoje desconhecemos.

 

 

 

 

(01-jun-12)

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