Esta rubrica dá a conhecer a toponímia portuense, através de interessantes artigos publicados em “O Primeiro de Janeiro”, na década de setenta do século passado. Assina…
Cunha e Freitas (*)

Antes de 1860, o então lugar da “Cantareira”, na Foz do Douro, era uma praia onde, desde tempos imemoriais, os pescadores estendiam e conservavam as suas redes. Depois de executadas algumas obras da barra e de construído o paredão, aquela praia transformou-se numa alameda, vasto descampado entre S.Miguel-o-Anjo e o castelo de S. João, que até 1875 se chamou Almada da Foz.
Em 1861, a Câmara projectou a abertura da Rua do Passeio Alegre e de um “jardim-passeio” que, segundo o testemunho de um contemporâneo, ainda em 1873 era “gente e poeira, americanos e árvores raquíticas”.
As obras de melhoramento da barra tiveram grande incremento sob a direção do engenheiro Nogueira Soares, de 1869 a 1892. Foi durante essa administração que se fez o aterro do Passeio Alegre, realizando-se projetos que vinham pelo menos desde 1774, como miudamente refere o sr. Guido Monterey, na sua monografia da Foz do Douro – “O Porto à Beira-Mar”.
Terminadas estas obras de aterro e construído o paredão, ficou, limitando o jardim pelo sul, e junto ao rio, uma nova artéria que se chamou primeiro Avenida das Palmeira e mais recentemente de D. Carlos I. As obras de ajardinamento do Passeio Alegre ficaram concluídas em 1888.
(*) Artigo publicado em “O Primeiro de Janeiro”, na rubrica “Toponímia Portuense”, de 21.06.1974
Na próxima edição de “RUAS” DO PORTO destaque para a “Avenida do Dr. Antunes Guimarães”.