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Avenida de Fernão de Magalhães

 

Esta rubrica dá a conhecer a toponímia portuense, através de interessantes artigos publicados em “O Primeiro de Janeiro”, na década de setenta do século passado. Assina…

 

Cunha e Freitas (*)

  

“As actuais Avenida e suas confluentes hoje denominadas de Fernão de Magalhães, chamavam-se antigamente de Montebelo. Do Montebelo porquê? Talvez porque, antes da sementeira de ruas e edifícios, nele se gozava um extenso e magnífico panorama.

Dizia Dr. Pedro Vitorino que do miradouro da sua casa, ali perto, na Rua das Cavadas (…) via toda a província.

Foto: António Amen
Foto: António Amen

Sob o leito da avenida, corre um dos grandes mananciais de água que, outrora, alimentava o lado oriental da cidade, depois de transformar num charco os campos do Poço das Patas, de Mijavelhas, do Reimão.

Lembramo-nos, perfeitamente, e sem dúvida muitos se lembram ainda, dos curiosos respiradouros, barrocos com as armas do faustoso bispo D. Frei José Maria da Fonseca e Évora, que se encontravam ao longo da avenida antes da sua regularização.

Naturalmente – assim o esperamos – estes interessantes numentosinhos estarão devidamente recolhidos, como tantos outros, nos serviços de águas e saneamento da Câmara Municipal.

A título de curiosidade, e para terminar, recordaremos que aquele prelado, vindo de Itália onde fundara o Mosteiro de Pallazzola, entrou solenissimamente na sua diocese, com grandes festas que Camilo (Castelo Branco) risonhamente comenta em um dos seus capítulos do “Cavar em Ruinas”, para pouco depois se indispor a pleitear com os seus diocesanos, designadamente com a Mesa da Misericórdia, numa ridícula questão parecida com a do Hissope, cantada por António Dinis da Cruz e Silva, alguns anos mais tarde.

O nome de Fernão de Magalhães recorda um dos grandes feitos da era dos descobrimentos. Não esquecemos, porém, que praticado pelo navegador ao serviço de nação estrangeira e em oposição à sua própria pátria”.

 

(*) Artigo publicado em “O Primeiro de Janeiro”, na rubrica “Toponímia Portuense”, de 04.09.1972

 

 

 

Na próxima edição de “RUAS” DO PORTO destaque para a “Avenida de Rodrigues de Freitas”.

 

 

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