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Avenida de Rodrigues de Freitas

 

Esta rubrica dá a conhecer a toponímia portuense, através de interessantes artigos publicados em “O Primeiro de Janeiro”, na década de setenta do século passado. Assina…

 

Cunha e Freitas (*)

 

 “Depois de 1910, uma edilidade portuense deu o nome do honrado e notável prof. José Joaquim Rodrigues de Freitas, um dos percursores da República em Portugal (1840-1896), a uma extensa artéria que antes compreendia duas – a Rua de S. Lázaro, de Entreparedes, ao Jardim, e a Rua do Reimão, daí ao Prado do Bispo -, qualquer delas ruas antigas que eram e são estradas para Campanhã. Da Rua de S. Lázaro falaremos noutra ocasião. Hoje só diremos da Rua do Reimão.

 

Foto: António Amen
Foto: António Amen

Em fins do século XV a Câmara emprazou um vasto campo que se chamava de Vale Formoso a Pedro Anes de Santa Cruz e a seu filho Gonçalo Reimão, e aí fizeram uma quinta, que deste último tirou o nome.

Catarina Reimoa e seu marido Diogo de Azevedo, filho e genro desse Gonçalo Reimão, venderam a quinta a António de Madureira, a quem o Senado renovou o emprazamento em 1548.

Ficava, como ficou dito, no caminho para Campanhã, além da Gafaria dos Lázaros, limitada pelo Campo de Mijavelhas, o Prado do Bispo e a Quinta da Fraga, quer dizer, o Campo 24 de Agosto, o Prado do Repouso e as ruas de S. Vítor e Fontainhas.

 

A quinta veio por herança aos Cirnes, donde chamarem-lhe Campo do Cirne, e deve ter começado a urbanização já no século XVII, pois encontramos a designação de Rua do Reimão em registos paroquiais de Santo Ildefonso depois de 1640, conservando o nome até à 2.ª década do nosso século (séc. XX). Plantas camarárias do fim do séc. XVIII, desenhadas por Teodoro Maldonado em 1795, mostram projectos de urbanização local.

Aqui se situavam as tão celebradas Hortas  do Reimão, onde os bons burgueses portuenses de há cem anos iam com as famílias merendar aos domingos. O fim-de-semana desses pacatos tempos, aqui no Reimão – e havia o Reimão de baixo e o Reimão de Cima.”

 

(*) Artigo publicado em “O Primeiro de Janeiro”, na rubrica “Toponímia Portuense”, de 05.11.1971

 

 

 

Na próxima edição de “RUAS” DO PORTO destaque para a “Avenida de Vímara Peres”.

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