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PAULO ROMEIRA (Movimento Revolução Branca): “FILIPE MENEZES está a tentar ser um DINOSSAURO BAILARINO”

Paulo Melo Romeira, 45 anos, gestor, é presidente do Movimento Revolução Branca (MRB), fundado, formalmente, a 19 de junho de 2012, e que, recentemente, se protagonizou por diversas formas de luta contra o desrespeito pela Constituição da República, sendo mais visível, as Providências Cautelares às candidaturas autárquicas de Luís Filipe Menezes, no Porto, e Fernando Seara, em Lisboa, ao abrigo da Lei de Limitação de Mandatos, as quais foram aceites pelos tribunais, e que levaram os candidatos a recorrer das decisões.

Paulo Romeira dá a conhecer os propósitos de um movimento cívico, sediado em Gondomar, com características muito especiais, ou seja, tão “especiais” quanto pertinentes são as ideias que defendem para o futuro do Portugal democrático. Para ler com atenção…

 

 

Antes de consigo me encontrar consultei o vosso sítio na Net, e pareceu-me que o movimento que dirige é, um tanto ou quanto, secreto, pelo que, entre outros pormenores, não se sabe se quer a data em que o MRB foi fundado.

“É um site amador. Não somos profissionais da política, somos um grupo de cidadãos. Respondendo à sua pergunta, o movimento surgiu, formalmente, a 19 de junho de 2012. Nascemos como um movimento cívico normal, depois resolvemos criar um movimento que tivesse personalidade jurídica, e quando falo da data de 19 de junho de 2012, falo da data em que, oficialmente, nos constituímos como associação cívica, com escritura notarial e por aí fora…”

 

O que é que o levou a aceitar o cargo de presidente do MRB?

“Já há longos anos que estudava o desenvolvimento económico e financeiro do país, porque a minha área base de formação é gestão. Desenvolvo, há alguns anos, um projeto de investigação para melhorar a produtividade e competitividade das organizações, e achei muito estranho porque, estudando eu com os mesmos livros dos outros, para mim o que era branco, para os outros era preto?! Então, resolvi conversar com o meu advogado, que hoje é vice-presidente da associação (Pedro Pereira Pinto), e disse-lhe que estava a pensar escrever um livro sobre o tema que me encontrava a estudar, com o título “A Revolta dos Escravos”, e perguntei-lhe se caso eu, eventualmente, resolvesse por o Estado português em tribunal, se ele aceitaria acompanhar-me?! E ele disse que sim.”

 

Esse foi o propósito inicial…

“…sim. Esse foi o propósito que me levou ao aprofundar do conhecimento. A partir da decisão que foi tomada, em agosto de 2010, quando na realidade isto começou a ganhar corpo, consultei obras de conhecidos autores portugueses e chegando ao final do trabalho, simplesmente lhe disse isto: vamos ter de alterar o nome do livro, passando para “Acordem! Fomos e Continuamos a Ser Enganados, Roubados e Escravizados!”. O livro foi registado e, em lugar de o enviar para uma gráfica e iniciar o processo para o colocar nas livrarias e ele morrer ali, resolvi que o mesmo poderia ser um instrumento de troca de conhecimento entre as pessoas, de modo a conseguirmos criar um movimento cívico capaz de alterar as condições sociopolíticas em Portugal.”

paulo romeira 00 - 01mai13

“É A CLASSE POLÍTICA QUE NOS TEM DADO RAZÃO E NOS TEM EMPURRADO PARA ISTO…”

 

Onde é que o movimento está sediado?

“Esta sediado em Gondomar. Temos lá uma pequena habitação, na qual se encontra a nossa sede oficial.”

 

A adesão ao movimento tem sido significativa, ou nem por isso?

“É assim: nós não somos um movimento de rua! Somos um movimento de estratégia. Os onze membros da associação Movimento Revolução Branca têm a responsabilidade de definir toda a estratégia e de desenvolver determinadas atividades jurídicas.”

 

Só atividades jurídicas? Sabemos que protagonizou uma greve de fome em frente à Assembleia da República.

“Exatamente. Tudo tem uma sequência, porque nós somos um movimento que tem determinadas ações que define os seus objetivos, suportadas numa estratégia muito bem delineada. Ou seja, nós podemos dizer que é a classe política que nos tem dado razão, porque são eles que nos tem empurrado para isto! A greve de fome nasceu do seguinte: fizemos uma caminhada, que começou no dia cinco de outubro, no Porto, e acabou no dia 15 do mesmo mês de 2012, em Lisboa, entregamos um Manifesto quer ao Presidente da República, quer ao primeiro-ministro, quer à Residente da Assembleia da República e aos grupos parlamentares…

revolucao branca - 01mai13

MRB DEFENDE CRIAÇÃO DE GOVERNO INDEPENDENTE DE SALVAÇÃO NACIONAL

 

Manifesto apelando a…?

“Manifesto apelando a três coisas. Em primeiro lugar, ajudar a reabrir a participação-crime que apresentamos contra titulares de cargos políticos pelo crime de traição à Pátria. Nós apresentamos uma queixa a 11-07-12, sendo a mesma arquivada 45 dias depois, sem sequer ser aberto um inquérito. Face a esse arquivamento, organizamos, então, a “caminhada” para publicitar o referido arquivamento; a participação-crime, e apelar aos órgãos de soberania para nos ajudarem. Portanto, quisemos alertas os órgãos de soberania para o facto da Constituição Portuguesa estar, permanentemente, a ser violada, solicitando, assim, uma investigação profunda pelo crime de atentado contra a Constituição da República, e, ao mesmo tempo, apelávamos para a necessidade de existir paz social no País, sendo, para tal, necessário exonerar o Governo e criar um executivo independente de Salvação Nacional.”

 

O MRB coloca, então, algumas reservas quanto ao funcionamento do Tribunal Constitucional?

“Não! Não colocamos quaisquer reservas ao funcionamento do Tribunal Constitucional…

 

“A CLASSE POLÍTICA, NOS ÚLTIMOS QUINZE ANOS, TEM, DE FORMA PERMANENTE, TOMADO ATITUDES QUE VIOLAM A CONSTITUIÇÃO”

 

Mas se dizem que há atentados à Constituição e o Tribunal não os conhece ou reconhece…?!

“Não. O Tribunal Constitucional nada tem que reconhecer. Aquilo que acontece, é que a classe política, ao longo pelo menos dos últimos quinze anos, tem, de uma forma permanente, tomado atitudes que violam a Constituição. Como isso são atitudes que envolvem todos e o interesse de toda a classe política, não há, por parte deles,  a intenção de patrocinar uma ação como a nossa”.

 

Mas, o Tribunal Constitucional deveria ter uma palavra a dizer sobre o grave problema que vocês apontam?!

“Deveria ter se fosse consultado para esse efeito. Coisa que nunca foi!”

 

Ao fim e ao cabo, a verdade é que o MRB alertou responsáveis políticos…

“…alertou! Mas, isto tem um encadeamento com a greve de fome de que fui protagonista. É que, depois de entregarmos o Manifesto no dia 15 de outubro de 2012, tivemos três meses e tal à espera da resposta, e ninguém nos ligou nenhuma! Foi quando escrevi uma carta aos órgãos de soberania e disse-lhes: se vocês não me responderem às nossas questões até 18 de dezembro de 2012, às nove horas da manhã, eu apresentar-me-ei à frente da Assembleia da República em Greve de Fome. Como ninguém me respondeu, e como sou homem de palavra, cumpri com a minha obrigação. Estive três dias e meio a dormir dentro do carro, com uma t-shirt a dizer “Exijo Respeito!” porque uma resposta, como diz a sabedoria popular, até a um cão se dá e, assim sendo, estive lá três dias e meio à porta da Assembleia da República”.

 

“NÃO ESTAMOS LIGADOS A PARTIDO SOCIALISTA NENHUM. O NOSSO MOVIMENTO É APARTIDÁRIO!”

 

Há pessoas que se questionam em relação à área ideológica do Movimento Revolução Branca. As pessoas não sabem se é de direita, e, se de esquerda, está ligado, de certa forma, ao PS?

“O MRB não está ligado a Partido Socialista nenhum! Somos um movimento cívico apartidário!”

 

Pergunto se o MRB está liado, direta ou indiretamente, ao PS porque o vosso vice-presidente, Pedro Pereira Pinto, foi mandatário da candidatura de Narciso Miranda, às últimas eleições autárquicas em Matosinhos, ainda que para as mesmas concorresse como independente, e, ao contrário do que vocês defendem, seria tudo menos uma candidatura de acordo ético com a atual limitação de mandatos?

“O dr. Pedro Pereira Pinto foi mandatário da candidatura de uma pessoa que se candidatou como independente. O dr. Pereira Pinto pertenceu à Juventude Socialista há mais de trinta anos. Ele saiu da JS por estar revoltado com certas situações, e nunca mais pertenceu a tal partido, nem a outro qualquer. No meu caso, nunca fui filiado em qualquer partido político. Nós somos um movimento apartidário, acreditando que é possível um intercâmbio perfeito entre esquerda e direita.”

 

Acha mesmo que isso é possível?

“Se olharmos para os partidos políticos… não! E “não” porque as pessoas estão habituadas a olhar para os partidos políticos como quem olha para os clubes de futebol. E, é obvio, que os partidos políticos estão interessados em que o povo mantenha essa mesma atitude.”

paulo romeira 01 - 01mai13

“NÃO SOMOS UM MOVIMENTO CONTRA OS PARTIDOS POLÍTICOS, SOMOS É CONTRA ESTA CLASSE POLÍTICA!”

 

Mas, o MRB é só um movimento “apelativo”, ou pretende ir a sufrágio? O que é o MRB quer para futuro? Onde quer chegar?

“Como lhe disse de início, tem sido a classe política com a sua atitude irresponsável e incompetente que nos tem empurrado para esta situação. O Movimento Revolução Branca nasceu para consciencializar o povo português para os reais motivos pelos quais nos encontramos nesta situação. Não é à toa que este país, em cerca de 40 anos de democracia, já faliu três vezes, o que não é normal. Também não é normal, pelo menos desde 1998, a nossa classe política sabia que isto que está a acontecer, lhes podia acontecer no dia a seguir, e nada fez! Assim, o nosso movimento, o que faz é consciencializar as pessoas para os reais motivos.

Depois temos outro objetivo: alterar a Constituição da República de maneira a permitir que movimentos cívicos independentes, ou personalidades independentes, se possam candidatar à Assembleia da República em iguais circunstâncias com os partidos políticos. Ou seja. Nós não somos um movimento contra os partidos políticos, somos é contra esta classe política”.

 

Poderão ficar sujeitos a sufrágio?

“Vamos ver. Já chegarei lá. Depois temos um outro objetivo: impedir a escravatura! Consideramos que a classe política organizou o país para viver à custa dos cidadãos e não para os cidadãos! E, por último, visamos aumentar e devolver a dignidade ao Estado. Aquilo que começamos a verificar há pouco tempo foi que os partidos políticos, face às ameaças de determinados movimentos cívicos, começaram a criar aquilo que nós chamamos de “movimentos cívicos colones” , patrocinando esses movimentos para confundir a opinião pública, e isso obrigou-nos a ter uma resposta à altura…

 

Isso é grave!

“Muito grave! E o que é que nós fizemos? Assumimos, perante a sociedade portuguesa, que vamos coordenar uma plataforma de movimentos cívicos capaz de servir de convergência de movimentos cívicos verdadeiros…

 

“HÁ QUE LEVAR À JUSTIÇA OS CULPADOS PELA ATUAL SITUAÇÃO DO PAÍS E AFASTAR OS INCOMPETENTES QUE NOS CONTINUAM A GOVERNAR!

 

…tipo federação?

“Exatamente. Movimentos cívicos verdadeiros, esses sim, capazes de, através da referida plataforma, criar um plano alternativo de governo. Terá que, no fundo, levar à Justiça os culpados por esta situação do país; afastar os que são incompetentes e que nos continuam a governar, e conseguir ainda reconstruir Portugal”.

 

Isso ainda será para o nosso tempo?

“Com certeza que sim e vou-lhe dizer porquê. Nós temos nove meses de vida, e no seio do movimento havia, e há ainda, pessoas na direção que quando abordamos estes temas falam exatamente como o senhor está a falar. Isto é uma caminhada, não é uma marcha! Vão ser precisos cinco anos, oito… por aí fora. Não se esqueça que, por dia, caem cinquenta famílias na miséria. Não se esqueça que o nosso país tem mais mortos por suicídios do que mortos em acidentes na estrada. Continue a pensar nos oito anos! E como a classe política só nos tem dado motivos para nós agirmos todos os dias, eu tenho a firme certeza que isto, mais dia menos dias, mais meio ano mais um ano, isto, na realidade, tudo será alterado.”

 

“OS PARTIDOS POLÍTICOS TÊM ATÉ 31 DE DEZEMBRO DE 2013 QUE ALTERAR A CONSTITUIÇÃO”

 

O poder instalado foi ganhando “crosta”?

“Naturalmente que sim! Por isso é que apresentamos um ultimato no passado dia dois de março, na Assembleia da República – aquando daquelas manifestações que se dizem apartidárias, mas são tudo menos apartidárias-, estando numa iniciativa, de certa forma apoiada por nós – cerco ao Parlamento -, em que houve um assessor da presidente da Assembleia da República que recebeu o documento, com destinatários todos os grupos parlamentares e à presidente da Assembleia, em que definimos, aos partidos políticos, que têm até 31 de dezembro de 2013 para alterarem a Constituição para que os movimentos cívicos se possam candidatar às eleições legislativas”.

 

Mas, foram recebidos?

“Não pedimos audiência! Recentemente, é que recebemos uma carta da Comissão que tem a responsabilidade da Revisão Constitucional a confirmar a receção do nosso ultimato e, face a isso, enviamos há cerca de três semanas, uma carta a pedir uma audiência para podermos expor a nossa posição”.

paulo romeira 02 - 01mai13

“NÃO SOMOS CONTRA OS AUTARCAS CHAMADOS “DINOSSAUROS” . SÓ QUE A LEI EXISTE E DEVE SER CUMPRIDA!”

 

Entretanto, com estes pedidos de Providência Cautelar por vós apresentados aos tribunais de Lisboa e Porto para impedir, á luz da Lei de Limitação de Mandatos, às candidatura, respetivamente, de Fernando Seara, pelo PSD/CDS, à Câmara Municipal de Lisboa, e de Luís Filipe Menezes, pelo PSD, à do Porto, aos quais deram provimento, o MRB ganhou uma maior visibilidade e, consequentemente, maior responsabilidade?

“…permita-me relevar uma situação que, no decorrer desta entrevista, ficou por esclarecer: nós não somos os autarcas chamados “dinossauros”, somo contra aqueles que querem chegar ao limite dos três mandatos e continuarem no exercício de funções. A Lei existe e deve ser cumprida!…

 

Isso não é retirar o direito a um cidadão de, em democracia, poder candidatar-se a qualquer autarquia ou outro cargo político?

“Não. Tudo isso é muito lindo, só que há uma Lei de Limitação Geográfica de Mandatos! A Lei existe! Se vir os acórdãos dos tribunais não foi só por aí! A nossa interpretação da Lei é esta: um autarca atinge três mandatos seguidos, interrompe o mandato, e depois candidata-se onde quiser e como entender!”

 

“PARA JÁ APRESENTAMOS OITO PROVIDÊNCIAS CAUTELARES: SETE AO PSD E UMA AO PCP”

 

A Lei foi aprovada na Assembleia da República, mas depois o Presidente da República veio descobrir o polémico erro do “de” e do “da” – uma trapalhada! – não sei quantos anos depois…

“A Lei foi aprovada! Não sei por quem, nem me interessa, porque o que tenho é uma Lei: a Lei de Limitação de Mandatos…”

 

Está bem, mas, para já, e segundo sei, as vossas Providências Cautelares destinaram-se, somente, a duas candidaturas apoiadas por partidos de direita (PSD e CDS), e de mais nenhum candidato de outro partido, embora na vossa lista se encontra mais autarcas, alguns dos quais do PCP, mas nenhum do PS…

“Não foi para duas candidaturas! Nós apresentamos, para já, sete Providências Cautelares ao PSD e uma ao PCP. Portanto, até agora, estão oito Providências Cautelares.”.

 

“HÁ TAMBÉM UM CANDIDATO DO PS POR NÓS REFERENCIADO”

 

Para o PS não há nenhuma Providência Cautelar, se calhar nem tem de haver caso os seus candidatos cumprirem com a Lei, mas que há rumores que o vosso movimento está indiretamente ligado ao PS, lá isso há!

“Há, na verdade, rumores que nós somos do PS. É muito simples a causa desses rumores, porque o PSD e o PCP foram, para já, os dois únicos partidos que assumiram a posição perante a Lei …

 

Que eram contra esta Lei. Então, afinal, sabe quem votou a favor e contra a Lei de Limitação de Mandatos?

“Alguns sei. Repare, há também um candidato do PS por nós referenciado, que é o Jorge Pulido Valente, que se apresentou à Câmara de Beja, e o PS diz que a sua posição é contrária à candidatura… mas nós já o temos referenciado!

 

Esta é uma questão política um tanto ou quanto complicada, mas, no fundo há que respeitar a Lei?!

“Porquê que avançamos com as Providências Cautelares contra o PSD? Porque o PSD foi o único partido, até agora, que teve pressa em andar a fazer este folclore todo antes de entregar as listas.”.

 

O PCP já se pronunciou sobre a situação…

“E já recebeu resposta à altura!”

 

“EM LISBOA JÁ AVANÇAMOS COM “AÇÃO PRINCIPAL” CONTRA A CANDIDATURA DE SEARA E, NO PORTO, TEMOS TRINTA DIAS PARA O FAZER EM RELAÇÃO À DE MENEZES”

 

A lista de quantos estão na vossa “mira” – salvo seja -, onde pode ser consultada?

“No nosso site. Se for às “atividades” e depois às “providências cautelares” tem lá todos os documentos nos quais dizemos onde entregamos as ações. Tem é de ter em atenção que há lá um autarca do PSD que face à nossa iniciativa desistiu, foi o de Beja. Um não sei quantas… Sebastião! E esse o que é que fez? Abdicou de Beja e foi apresentar-se numa lista independente, como segundo, em Almodôvar. Nós já o avisamos – assim como todos os autarcas que pensam como ele -, que no dia em que forem eleitos, mesmo que não seja para presidente de câmara, mas que, por desistência do presidente, assumirem atos executivos, nós interviremos imediatamente”.

 

Já agora, ainda há o caso de um presidente de Câmara, neste caso de Gouveia, e, por acaso também do PSD, que deixará a autarquia rumo à Guarda, onde se apresentará como cabeça-de-lista.

“É o de Gouveia que vai para a Guarda, que é o Álvaro Amaro, e é o de Ílhavo que vai para Aveiro, que é o Ribau Esteves.

Agora vamos ser claros! É assim: Neste momento (à altura desta entrevista) temos dois processos adiantados, que é o de Lisboa, e que é o do Porto. Estes processos vão dar jurisprudência…

 

…agora vão levantar uma Ação Principal ?

“Em Lisboa já avançamos, e no Porto temos (à data) trinta dias para o poder fazer e assim que o acharmos conveniente fá-lo-emos.Sei que, em Lisboa, o PSD apelou ao Tribunal da Relação…

 

..no Porto, Filipe Menezes recorreu ao Tribunal Constitucional…

“Não sei se foi. Ele disse que tinha intenções de chegar ao Constitucional!.

 

“ESTAMOS A ATUAR COM ESTRATÉGIA!”

 

Mas, Luis Filipe Menezes, em recente entrevista à TSF e ao “Diário de Notícias” disse que nunca deixará de ser candidato ao Porto e que ganhará as eleições!

“Faz ele bem!”

 

E diz que acredita no Estado de Direito…

“Acho que sim! Ele acredita tanto como nós! Ele não pode esquecer-se que a Constituição tem um artigo – se a memória não me atraiçoa é o 118 – que diz que os lugares não podem ser perpétuos. E um dinossauro bailarino que é aquilo que ele, e o Fernando Seara, estão a tentar ser, se formos a ver bem, à luz da ideia desses autarcas, estão no poder até ao infinito ”.

 

paulo romeira 03 - 01mai13

“NÃO POSSO ESTAR SENTADO A ASSISTIR A PESSOAS QUE DIZEM QUE VÃO COMETER UMA ILEGALIDADE”

 

Já apresentaram alguma Providência Cautelar a algum presidente de uma junta de freguesia?

“Segundo o jornal “Expresso”, só em câmaras municipais, estamos a falar de 185 dinossauros. Ora, não vamos apresentar 185 Providências Cautelares?! Obviamente! Nós estamos a atuar com estratégia…

 

Para a vossa ação ser mais visível?

“É a classe política que nos está a comer! Afinal de contas, quem avançou com as candidaturas? Não fomos nós, foram eles! Quem é que fez o folclore todo de Lisboa? Quem é que fez todo o folclore do Porto? Em vez de estarem concentrados em resolver os problemas do País, só para andarem a distrair-se e a distrair as pessoas? Foram eles! Eu, como cidadão, e responsável pelo movimento que represento, não posso estar sentado a assistir a pessoas que dizem que vão cometer uma ilegalidade. E nós, como cidadãos, estarmos calados, a vê-los fazer e a comer com tudo e mais alguma coisa! Lá pelo facto deles se apresentarem a sufrágio, não quer dizer que eu tenha que aceitar a situação, e que não revele o facto de estar a ser cometida uma ilegalidade! Está a ser cometida uma ilegalidade! Eu, como cidadão, tenho todo o direito de agir. E mais: sabia que, em processo autárquico, está vedado aos cidadãos agirem? “

 

Em processo autárquico está vedado aos cidadãos agirem?!

“Exatamente! Ou seja, eles apresentando as candidaturas e o Tribunal aceitando as mesmas, só um partido político é que as pode contestar! Mas, nós estamos fora do processo autárquico, e eles não contavam com isso. Eles esperavam vir para aí dizer o que queriam dizer… mas não!”

 

“ESTA GENTE DELAPIDOU UM PAÍS POR COMPLETO, COMO TAMBÉM DELAPIDOU O TRABALHO DESTAS GERAÇÕES!”

 

Têm sentido pressões?

“Não temos sentido pressões de lado algum. Nós, desde o momento que decidimos iniciar esta missão, sabíamos, na altura, como sabemos, agora, com aquilo que vamos lidar. “

 

Com o quê ou com quem vão lidar?

“Obviamente que vamos lidar com todos os interesses instalados. Neste momento, somos o único Movimento que está a confrontar a classe política.”.

 

Mas, para isso, é preciso muita força! Há força no movimento?

“Todos nós temos momentos altos e momentos baixos! Todos! Só que nós somos um movimento, extremamente, determinado! Veja a iniciativa da caminhada! Dos cidadãos que foram a pé do Porto a Lisboa, e aquilo que fizeram foi reforçar o seu espírito! Foi conhecer-se melhor! Foi mostrar à classe política a determinação que nós temos para alterar as coisas. A greve de fome foi um ato de determinação! Eu saí de lá muito mais reforçado, do que quando lá cheguei. Vamos ver uma coisa: o que é que nos leva a isto? Eu, por memória dos meus pais, nunca poderei aceitar que os nossos cidadãos sejam, continuamente, enxovalhados!

 

Esta gente delapidou um país por completo, e delapidou o trabalho destas gerações! Eu, como cidadão ativo, não me posso permitir levantar todos os dias de manhã para continuar a trabalhar para esta gente! E, agora, ainda vem a parte pior: acha que, alguma vez na vida, possa permitir que os meus filhos tenham estes lideres como exemplo? Uma classe política que organizou o país para viver à custa dos cidadãos e não para eles viver? Que triplicou ou quadruplicou as estruturas do Estado para se alimentar? Que 14 mil entidades comem do Orçamento de Estado e só setecentas e tal é que tinham que prestar contas? Que fomenta e cria cartéis e monopólios para extorquir da sociedade portuguesa o maior lucro no mais curto espaço de tempo?

 

“SE O TRIBUNAL CONSTITUCIONAL DER RAZÃO AO PSD SÓ TEREMOS DE DIZER QUE ESTÁVAMOS ERRADOS!”

 

Repara-se, facilmente, que está extremamente revoltado com a situação…

“…obviamente! E, continuando: Gente que cria a maior parte das Parcerias Público Privadas (PPP) para extorquir a riqueza do país? Acha que tenho de aceitar esta gente a ser os líderes dos meus filhos? Tenham santa paciência! É esta consciencialização da sociedade portuguesa, e esta partilha de conhecimentos que deu origem a este movimento. E, como é um movimento que na sua cúpula é muito fechado, conseguimos tomar atitudes que eram impensáveis.”

 

“Atitudes que eram impensáveis”, disse. E se Fernando Seara conseguir candidatar-se à Câmara de Lisboa, e Luís Filipe Menezes à do Porto? Como reage, a isso, o movimento?

“Se o Tribunal Constitucional, que é onde pelos vistos a situação irá chegar. Aliás, isso foi dito logo no primeiro dia, quando o Fernando Seara foi impedido, pelo presidente do grupo parlamentar do PSD. Ora, se o Tribunal Constitucional der razão aos argumentos do PSD, pois, na realidade, nós só teremos de aceitar e dizer que, perante a Constituição Portuguesa, estávamos errados!”

 

Assumirão isso publicamente?

“Com certeza. Então, se nós respeitamos a Constituição da República Portuguesa, caso o Tribunal Constitucional assumir que essa é a interpretação que dá à Lei, ou seja: que um autarca se pode continuar a candidatar seja onde for e quando quiser. Neste caso, só teremos que aceitar a decisão!”

 

Mas, caso aconteça isso, além de vos poder fragilizar, não condicionará a vossa atividade estratégica para futuro?

“Não, porque a nossa atividade não se limite, nem nunca se limitou, às eleições Autárquicas.  Vamos ver. Tudo depende de muita coisa. Isto foi visível pela força das circunstâncias. Nós não acabamos aqui! Neste momento temos um processo e duas participações-crime que foram arquivadas sem haver inquérito: atentado contra a Constituição da República e Traição à Pátria. A esse propósito, para além do nosso documento apresentado em Tribunal, apresentamos ainda um conjunto de provas documentais, de 13 livros de autores reconhecidos a nível nacional e internacional, em que conseguimos demonstrar que aquilo que nos trouxe aqui não foi a Divina Graça do Espírito Santo. Por irresponsabilidade, por incompetência, ou por corrupção, foi o motivo pelo qual chegamos aqui! ”

paulo romeira 04 - 01mai13

“O CHIPRE ERA UMA “LAVANDARIA” E NÓS SOMOS O QUÊ?”

 

“Irresponsabilidade, incompetência ou corrupção”, disse…

“Sim. As pessoas têm de ter a noção desta realidade, porque a classe política procura lançar um conjunto de bodes expiatórios para as confundir. Não negamos que, externamente, os ventos não estão a nosso favor, mas temos que alertar as pessoas para esta situação. Já faliram cinco países! A Irlanda faliu por causa de maus investimentos no setor financeiro. Setor que foi recuperado e eles já fazem o caminho deles. Quem resta aqui? Resta a Grécia, que todos sabem a corrupção que lá existia; e depois Portugal, exatamente pelo mesmo motivo. O Chipre faliu agora porque esteve sujeito a essas brincadeiras…”

 

O Chipre era uma “lavandaria”!

“Exatamente! E nós somos o quê? Quando se orienta investimentos sem qualquer risco e se investe milhões e milhões de euros em coisas que não têm qualquer interesse para a produtividade do país, e só para beneficiar alguns, o que é que chama a isso?”

 

Aqui, no norte – e porque nós somos, tal como vós, do norte – é  notória a falta de investimento e, fala-se, de muita corrupção à mistura…

“No norte de Portugal já sofremos há mais tempo a crise que a zona metropolitana de Lisboa. Talvez eles tenham dado por ela mais tarde, mas, agora, também estão a sofrer! “

 

“JÁ EM 2000, O MINISTÉRIO DAS FINANÇAS DIZIA QUE A SITUAÇÃO DO PAÍS ERA INSUSTENTÁVEL!”

 

O Movimento “Revolução Branca” nasceu em 2012. Não surgiu antes porquê? As coisas estavam melhores?

“Não é por estarem melhores! Aqui um pouco de viragem crucial…”

 

Pergunto isso, e voltando à carga de que sois acusados de estarem direta ou indiretamente ligados ao PS, e como nessa altura o governo era socialista, talvez não fosse muito oportuno o vosso aparecimento…

“Não… não! Aqui há alguma coisa que não está a bater certo! As nossas participações-crime por atentado à Constituição da República e por traição à Pátria vêm, pelo menos, desde 1998! Nós balizamos até 1998, e porquê? Porque Vítor Bento, que é um credenciado economista e conselheiro de Estado, nessa altura já dizia o que poderia acontecer em Portugal. Em 2000, o secretário de Estado do Orçamento, António Nogueira Leite, que era do PS e, agora, está ligado ao PSD, dizia o mesmo no ano 2000! Repare: não era preciso ser técnico para quem chegasse, naquela altura, ao Ministério das Finanças que a situação do país era insustentável!”

 

“ANOS A FIO, O QUE OS GOVERNOS FIZERAM FOI ALDRABAR AS CONTAS PÚBLICAS E PEDIR, PERMANENTEMENTE, DINHEIRO EMPRESTADO”

 

E tínhamos entrado, há pouco, no Euro…

“Isso do Euro é outro tipo de discussão. O que estou aqui a chamar à atenção é que, independentemente da cor política, ninguém procurou resolver a situação… antes pelo contrário! Houve uns mais esbanjadores, outros menos esbanjadores! Se, na vossa casa, todos os meses, gastarem mais que o que ganham, o que é que vai acontecer? Das duas, uma: ou vão falir, ou vão adiar a falência! Como é que se adia a falência se não se tomar qualquer atitude? Têm de pedir dinheiro emprestado. Durante anos a fio, o que estes governos fizeram, foi aldrabar as contas públicas e continuar, permanentemente, a pedir dinheiro emprestado. Porquê? Se repararem, todos os anos, o Orçamento de Estado era deficitário. Como é que se cobre isso? Tem de se pedir dinheiro emprestado, se não se pedir mais dinheiro às pessoas.

 

Chega-se, então, a uma altura em que se estoura dinheiro de uma maneira que não se tem governo, porque uma coisa é um indivíduo inconsciente em começar a tomar atitudes, outra é permitir ao longo dos anos que isso se faça assim. Estes indivíduos são autênticos criminosos! Sejam eles PS, PSD, ou CDS… Eu disse isto na cara de um chefe de gabinete do PCP, que foi o único partido que nos recebeu na Assembleia da República, na altura, em que nós fizemos a caminhada. Quem tem culpa direta nisto é o PSD, o PS e o CDS, que partilham aos anos o poder. Pela frente barafustam uns com os outros, mas por trás nós nem sabemos o que se passa!

E disse ao PCP. Se vocês, como oposição  – como o Bloco e o PEV – tivessem cumprido com a vossa obrigação, eu não tinha a necessidade de ter deixado a minha família e estar aqui a falar isto consigo e a olhar para a sua cara. Foi o que lhe disse.”

 

“É PRECISO QUE ABRAM A CONSTITUIÇÃO À PARTICIPAÇÃO DE MOVIMENTOS CÍVICOS E DE INDEPENDENTES”

 

Então, no seu entender a oposição não tem assumido o seu verdadeiro papel?

“Não tem porque não lhe interessa”.

 

Não interessa porquê?
“Porque sabe que não chega a lado algum e é melhor andar por aqui do que andar em lado nenhum!”

 

E os partidos do chamado arco do poder?

“PS, PSD e CDS, que se habituaram a partilhar o voto do povo. Antigamente, quando um governo mudava, parte dos cargos de nomeação política eram alterados. Repare, que, agora, em grande parte dos cargos já nem há substituições.”.

 

Se conseguirem os vossos objetivos – disse há pouco que seria ainda para o nosso tempo -…

“… tem de ser para o nosso tempo!”

 

… como será a composição do Estado democrático português?

“Só as pessoas o poderão definir. Nós não somos contra os partidos políticos, o que queremos é abram a Constituição que, neste momento, está vedada aos movimentos cívicos .”

paulo romeira 05 - 01mai13

“OS PARTIDOS POLÍTICOS FAZEM TUDO POR TUDO PARA IMPEDIR QUE OS CIDADÃOS TENHAM ACESSO À GOVERNAÇÃO”

 

Não haverá o risco de alguns movimentos cívicos defenderem, depois de eleitos, defenderem algo de anticonstitucional, refiro-me por exemplo a movimentos de extrema-direita?

“Nesse aspeto somos perentórios. Repito: aquilo que queremos que haja uma alteração à Constituição, de maneira a que movimentos cívicos e independentes possam candidatar-se à Assembleia da República em iguais circunstâncias que os partidos políticos.”

 

Isso já acontece para as assembleias de freguesia.

“As condições obrigatórias para ser constituído um partido político, tem de ser as mesmas para os movimentos cívicos. O que já, como disse, acontece para as assembleias de freguesia.”

 

Ainda que não possam concorrer com símbolos, mas com “letrinhas” a identifica-los…

“Mais: como é que se consegue explicar, por exemplo, que um partido político esteja isento de IVA e um independente tenha de o pagar? Porque os partidos políticos, contrariando aquilo que estão obrigados na Constituição, fazem tudo por tudo para impedir que os cidadãos tenham acesso à governação. “

 

Quer com isso dizer que vivemos numa ditadura disfarçada?

“Naturalmente! Já assumi isso. Portugal foi vítima de um golpe de Estado. Portugal, através dos partidos políticos, foi apoderado por uma rede de interesses, que transformou os portugueses num mero grupo de escravos. Existe uma figura análoga à escravatura que é a servidão por dívidas. O que é que nós, os nossos filhos e aqueles que ainda não nasceram vão fazer?”

 

Já estão condenados?

“Tem aí a resposta”.

 

“QUEM CHEGA ATÉ NÓS TEM DE FAZER UMA CAMINHADA!”

 

A classe política é assim tão má que ninguém dela se aproveita?

“Na realidade, estou convencido que não. Na realidade, há gente que se aproveita. Agora, diga-me onde é que eles estão? Diga-me, onde é que vê, da classe política existente, quem é que iniciou um percurso de revolta dentro ou fora dos seus partidos para alterar as coisas? Diga-me. Existe um ditado popular que é muito bem aplicado nestes casos: diz-me com quem andas, dir-te-ei quem és! O que quer que lhe faça. Não conheço ninguém! Até lhe digo mais: o caso do movimento cívico “Revolução Branca” é paradigmático, porque nós estamos a pagar com os nossos impostos salários a determinados políticos para olharem pelos nossos interesses, e, para além de estarmos a pagar esses salários, ainda estamos a sacrificar o nosso trabalho e o nosso tempo para os combater.”

 

O Movimento Revolução Branca tem ganhado força?

“Sim. Temos cada vez mais apoiantes. Mil e tal seguidores nas redes sociais. Propositadamente não somos um movimento que seja fácil chegar até nós, porque quem chegue tem de fazer uma caminhada, ou seja, tem de demonstrar vontade…

 

…pois por isso o “secretismo” de que há pouco falei.

“É um site muito fechado.”.

 

Para terminar, e porque foi com as Autárquicas que ganharam mais visibilidade, que conselho dá ao Dr. Luís Filipe Menezes depois do ataque que este lhes endereçou?

“Não dou conselho algum. Aquilo que digo é que leia um artigo que existe na Constituição proibindo a perpetuação de mandatos!”

 

E, entretanto, outras atividades houve do MRB dignas de registo?

“No passado dia 24 de abril, fomos entregar uma Declaração ao Presidente da República contra a incompetência, a irresponsabilidade e o propósito e mais 233 cravos brancos: um ao Presidente da República, outro ao primeiro-ministro e os restantes pelos deputados. E agora estamos a estudar, porque, em nosso entendimento, a Lei de Financiamento dos Partidos Políticos é inconstitucional.”

 

 

Texto: José Gonçalves

Fotos: António Amen

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4 Comments

  1. jeje

    “Dou-lhe muita razão sr. Dr. A classe política deste país é miserável, mas precisamos de soluções concretas, as quais nos abram o fundo do túnel, e quais são? Ninguém diz algo de concrecto! Mas, continuem com a vossa luta. Eu apoio-a!”

    Ainda quer solução mais concreta que esta apresentada na entrevista? Acabar com o mal pela raiz? Acabar com a classe politica dominante, e dar espaço a alternativas?

  2. Maria José Tavares (Coimbra)

    Depois de ouvir o primeiro-ministro a anunciar mais medidas de austeridade, e ler esta entrevista, dou razão ao sr. Dr. Paulo Romeira e ao seu Movimento. Avance e confronte estes “animais políticos” predadores de funcionários públicos, reformados e pensionistas.

  3. isabel

    É longo mas significativo para percebermos que os nossos governantes do passado e do presente não prestam. vamos apoiar quem faz alguma coisa pela democracia inexistente deste país.

  4. Maria Silva Teixeira (Lisboa)

    Dou-lhe muita razão sr. Dr. A classe política deste país é miserável, mas precisamos de soluções concretas, as quais nos abram o fundo do túnel, e quais são? Ninguém diz algo de concrecto! Mas, continuem com a vossa luta. Eu apoio-a!

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