Esta rubrica dá a conhecer a toponímia portuense, através de interessantes artigos publicados em “O Primeiro de Janeiro”, na década de setenta do século passado. Assina…
Cunha e Freitas (*)

“A capela de Nossa senhora da Boa Viagem, em Massarelos, era a matriz desta freguesia, e ficava na calçada que ainda hoje conserva o seu nome, ao fundo da Rua de Gólgota.
Dizem que esta ermida fora edificada, pelos mareantes, à roda de 1571, quando a freguesia se separou de Cedofeita. Seja como for, era templo já antigo e e ameaçando ruína em 1699, quando o bispo D. Fr. José de Santa Maria Saldanha mandou angariar esmolas para a sua reedificação, novamente necessitando de obras em 1804 e 1815.
Em 1868 estava mais uma vez em estado de ruína e o bispo João de França de Castro e Moura mandou que o Santíssimo fosse levado para a capela de S. Pedro Gonçalves (…) e “que a sede da freguesia ali se conservasse, enquanto se reedificasse a velha matriz ou se não construísse outra”.
Logo no ano seguinte, o barão de Massarelos, juiz da confraria do Corpo Santo, alcançou licença do prelado para mandar demolir e vender os restos do velho santuário de tanta devoção dos marinheiros do Douro. Desta igreja da Boa Viagem não há qualquer vestígio hoje!
Resta-nos uma interessante história das vicissitudes por que passou, escrita pelo nosso amigo e distinto investigador das coisas do mar, o senhor comandante Coutinho Lanhoso – e a sua imagem, que se venera ma igreja do Corpo Santo de Massarelos”.
(*) Artigo publicado em “O Primeiro de Janeiro”, na rubrica “Toponímia Portuense”, de 28.08.1973
Na próxima edição de “RUAS” DO PORTO destaque para a “Calçada do Forno Velho”.