É autarca, das poucas a assumir, em Portugal, a presidência de uma junta de freguesia. Natural de Cascais, mas assumidamente tripeira. Cármen Navarro é o exemplo declarado da mulher lutadora, depois de muita experiência política e de “muitos anos” de vida (não revelou-nos a idade). É em S. Nicolau, freguesia do centro histórico da cidade do Porto, que desenvolve a sua “apaixonante atividade”, tão apaixonante quanto exigente e, às vezes, frustrante, quando, em tempos de grave crise, não consegue resolver os mais graves problemas da população.
Seja como for, Cármen Navarro tem obra feita, e as pessoas agradecem. Em tempos de despedida, até porque a autarquia será agregada (extinta), a presidente eleita pelo PS promete não desistir da luta, acreditando que o futuro será mais risonho para cidade. Senhora do seu nariz; amante de atividades socioculturais, a personalidade da nossa entrevistada pode traduzir-se naquela que é a imagem da cidade que ama: “serena” como a luz do Porto e, de quando em vez “revolta”, tal como o Douro que lhe faz diária companhia …
Quem é Cármen Navarro?
“Não sou aquilo que pareço, mas também não sou tudo o que pensam que sou! Sou um pouco mais do que aquilo que pensam.
E o que é o “mais do que aquilo que pensam”?
“Gosto muito do “social”. Para mim é fundamental o sociocultural! Não sou uma pessoa vingativa, mas muito orgulhosa. Com orgulho próprio e com muita boa memória.
De onde é natural?
“De Cascais.”
Essa é para mim uma novidade (risos). E como é que chega à cidade do Porto?
“O meu pai fez uma expedição a África com a Universidade do Porto, isto há sessenta anos. Nós acompanhamos o pai aqui ao Porto para vir tratar de certas coisas. Ele gostou tanto do Porto que ficou por cá, e com ele nós também. Embora eu seja de Cascais, e vá lá muitas vezes, eu considero-me tripeira. Foi aqui, no Porto, que fui criada; foi aqui que me educaram; foi aqui que criei raízes; e é aqui que tenho os meus valores…
Mas, o que é que, no fundo, a levou a apaixonar-se pela cidade do Porto?
“Uma das coisas que muito gosto no Porto é da luz. Gosto muito da luz da cidade… transmite uma certa serenidade. Gosto também muito das pessoas: são maravilhosas! Coisa que já não acho em Lisboa. Lá são pessoas interessantes, e tudo mais, simplesmente são mais distantes, mais frias, e o Porto tem pessoas mais calorosas.”
“É muito complicado a uma mulher ser autarca!”
Muito bem. Há quanto tempo está ligada à Junta de Freguesia de S. Nicolau, eleita pelo PS, tanto como vice-presidente como presidente, cargo que exerce atualmente?
“Não fui vice-presidente. Antes de exercer o atual cargo, fui sempre tesoureira. Acabei por assumir a presidência porque como estávamos – como estamos – em coligação com o PSD e o vice-presidente era desse partido, fui, assim, indicada para a presidência, acontecendo isto após a morte do então presidente eleito, Jerónimo Ponciano.”
É, então, após a morte de Jerónimo Ponciano que assume, oficialmente, a presidência?
“Oficialmente, sim. Mas, já antes, desempenhava muitas funções inerentes à presencia do executivo, desde a altura em que o senhor Ponciano começou a adoecer. Já não tenho férias há três anos! Ele teve uma doença “calada” porque só se queixava de cansaço. Ele sofria muito do coração e como tal prescindi do tempo das minhas férias para ele poder estar mais com a família, numa aldeia de Almeida, de onde era natural.”
Como é ser mulher e autarca no nosso país, e logo numa autarquia de proximidade junto da população?
“É complicado! E é complicado porque as pessoas vêm mais depressa um homem a autarca, mesmo que o mesmo não grande valor e não faça grandes coisas, do que a uma mulher. Ainda há – embora um pouco diluído – esse estigma.”.
“Nas autarquias devem estar pessoas de referência”
Concorda com as exigências de paridade, ou cotas, de modo a reforçarem a presença das mulheres na política?
“Concordo e não concordo! Concordo porque, se não fossem as cotas, os homens não deixavam as mulheres entrar para a política. Não concordo, porque acho que as pessoas têm de estar nos lugares pelo mérito que têm e pela missão que têm de desempenhar junto das populações. É isso que nos move! A população é que nos elege! Assim, sendo, quem tem de estar nas autarquias são as pessoas de referência e não somente as pessoas que lá chegam por intermédio das tais cotas. Mas, também se assim não for, não conseguiremos dar a volta ao problema, de modo a mostrarmos que, efetivamente, – nós, mulheres – temos valor, principalmente, no aspeto sociocultural. As mulheres, aí, têm maior disponibilidade que os homens.”
Ainda é difícil ser-se mulher em Portugal?
“Depende da mentalidade do meio em que se está. Na generalidade: é! Quando estamos num meio um pouco mais aberto, um pouco mais desenvolvido: não tanto! Aí até é um prazer muito grande o facto de se ser mulher.”
“A aposta camarária no Turismo tem prejudicado a população residente”
Por cá – na ribeirinha e portuense histórica freguesia de S. Nicolau – deve, por certo, conhecer todos os habitantes e, consequentemente, os seus problemas, uma vez que estamos a falar em cerca, e de somente, dois mil residentes?
“Sim. Mas, já tivemos muitos mais habitantes. Nestes últimos dez anos temos perdido muita população. Uma, porque atingiu o fim da sua vida; outra, porque atingindo a idade de formar família acaba por enfrentar o problema de não ter habitação dentro da freguesia…
…mas em S. Nicolau há muitos espaços devolutos, aliás como acontece em muitas freguesias da cidade!
“Pois. A verdade é que não há uma política da nossa Câmara no que concerne à requalificação do edificado e, igualmente, quanto à obrigatoriedade dos particulares terem de fazer as exigentes obras nos seus edifícios. Acontece também que a política da Câmara está virada para o turismo, e, como tal, os jovens que querem formar famílias e que querem continuar a viver na nossa freguesia, porque aqui têm as suas raízes, não conseguem cá morar porque as rendas, pelo facto de ser uma zona turística, são extremamente elevadas”.
Não há casas com renda social?
“Não, porque as casas de renda social são cada vez menos, precisamente devido à política camarária que protege, essencialmente, o turismo, e isso é uma pena, porque nós temos, em S. Nicolau, muitas habitações que estão encerradas , que já foram, requalificadas pela “Fundação”, que pertencem ao património e à “Domus”, e que não estão a ser arrendadas. Não se sabe o porque desta situação! Presume-se que seja por uma política de tentar que as populações locais não sejam os únicos habitantes da freguesia na “zona baixa”, porque na “zona alta” isto não se verifica.
A nossa freguesia é muito pequenina – tem 21 quilómetros quadrados – ; é, contudo, a freguesia do Porto mais procurada pelo Turismo; mas, à parte disso, S. Nicolau divide-se em duas áreas específicas. Tem a parte alta que tem umas certas necessidades e uma certa qualificação, e tem a parte “baixa” que outra área completamente diferente. Portanto, sendo S. Nicolau uma freguesia tão pequenina, ainda a se consegue subdividir, e isto porque as casas na parte “baixa” dificilmente se faz arrendamento; na parte “alta”, embora sendo difícil, é mais fácil arrendar, ainda que as rendas também sejam altas.”
“As nossas obras são pontuais, mas valorizam as pessoas deixando-as a viver com mais dignidade”
S. Nicolau, é, por certo, uma das freguesias – ainda que a mais pequena – uma das maiores em termos de população flutuante?!
“É!”
A Câmara está, por certo, atenta a esse facto, até porque é conhecida – e como há pouco abordamos – a sua aposta no Turismo…
“… sim, mas isso tem prejudicado imenso a população. Para que se façam hotéis, as pessoas são convidadas a sair das casas e depois enviadas para os bairros periféricos. Elas ficam desenraizadas! Há quem vá dormir ao tal bairro periférico, mas é em S. Nicolau que passa o dia. É aqui que elas têm a sua família, os seus amigos. É aqui que convivem. E este o seu sítio!”
Sítio, ou, neste caso, uma freguesia com uma população extremamente envelhecida, pelo que o apoio social é fundamental?!
“Esta freguesia e todas as outras que compõem a zona histórica da cidade do Porto. Falo, assim, não só daqui, S. Nicolau, mas também da Sé, da Vitória, de Miragaia…
Por isso, como presidente da Junta, deduzo que tem desenvolvido algum trabalho social na freguesia…
“Sim, muito! Não são grandes obras. As obras são pequenas e pontuais, mas valorizam as pessoas e deixam-nas a viver com um pouco mais de dignidade. Não são aquelas obras visíveis, mas são as obras extremamente importantes para que as pessoas não sobrevivam, muitas delas na miséria, a esta conjuntura de crise a nível nacional. Acontece que as pessoas não têm dinheiro para pagar as coisas mais elementares. Tivemos aqui nobre gente que não ligavam o aquecedor, naqueles dias terríveis de frio do último inverno, porque não tinham dinheiro para pagar a eletricidade!
É importante que se diga que a minha gestão tem sido assente nas parcerias e nos protocolos. Eu dou qualquer coisa, e a “mim” também me dão qualquer coisa. Com o reduzido orçamento que a junta tem, se não fosse assim, não podíamos fazer um terço do trabalho que temos desenvolvido”.
“Nunca me passou pela cabeça andar a pedir alimentos para famílias da freguesia”
O apoio social é a base da sua atividade?
“Sim. O apoio social e a Cultura.
Ainda sobre a questão social. São muitas as pessoas que recorrem à Junta para pedir ajuda?
“Sim. Para pedir, essencialmente, alimentos. Nunca me passou pela cabeça andar a pedir alimentos para fornecer estas famílias que, por sua vez, nunca pensaram chegar a tal situação. É chocante! Aliás, eu faço por ser o mais discreta possível…
…há pessoas que têm vergonha!
“É verdade! É uma situação degradante. Por isso, faço por ser – tanto eu como os funcionários – o mais discreta possível nessa ajuda”.
E quais são os apoios mais solicitados, para além dos alimentos?
“Roupas. Farmácia. Neste caso não pagamos diretamente – porque o não podemos fazer como Junta – mas servimo-nos dos tais parceiros para que paguem medicamentos a pessoas que não têm dinheiro para os adquirir”.
Com estes problemas todos, deve chegar ao final do dia exausta?!
“É extremamente cansativo! Às vezes chego a casa e digo para mim: “eu fiz quase nada e estou tão cansada!” Mas, depois de refletir, sabe-se qual a origem do cansaço. São estas coisas todas juntas e nós a tentarmos encontrar forma de solucionar estes problemas, pelo menos pontualmente, que provocam o tal cansaço.”
E, por cima ainda, as juntas de freguesia têm os seus poderes muito limitados.
“Temos muitas valências mas pouca atribuição de poderes. Às vezes queremos pagar isto ou aquilo, e não podemos. Mas podemos nos servir dos tais parceiros para o fazer.
“A extinção da estação de Correios de S. Nicolau foi uma coisa terrível!”
Ainda relativamente às questões sociais – e porque essa é, quer queiramos quer não, uma questão social -, foi visível, mesmo a nível nacional, a vossa luta contra a extinção de uma estação de Correios sediada na freguesia…
“Não me fale! Isso foi uma coisa terrível! Essa é, como diz, uma questão social… e de que maneira! Eu fiz uma proposta, aos diretores dos Correios (CTT), que estiveram aqui em conversações comigo; fiz uma carta; fiz uma manifestação; fiz aquilo e aqueloutro, para que os Correios não saíssem daqui. A resposta que sempre obtive foi é que as próximas estações ficavam a quilómetro e meio e a 1,6 Km e portanto a distância não era considerável. Acontece, porém, que para percorrer essa distâncias as pessoas têm de subir ruas íngremes, elas têm mobilidade muito reduzida, têm muita idade e só com muitas dificuldades conseguem fazer esse percurso. Aliás, este mês (julho) aconteceu uma coisa que me deixou completamente doente: algumas pessoas foram ao posto de Correios na praça da Batalha para receber as suas pensões; estiveram uma hora e tal à espera sem terem um local para se sentarem, e, quando chegou a vez, não havia dinheiro. E as pessoas, como estão à espera ansiosamente da pensão para sobreviverem, foram para a estação de Correios junto ao Município. Lá estiveram mais uma hora e tal à espera para serem atendidas e quando chegou a vez delas não havia, outra vez, dinheiro! Isto não cabe na cabeça de ninguém!
Nós fizemos uma proposta aos Correios para que na sede da nossa Junta fosse feito o pagamento das pensões, disponibilizando ainda um segurança ou um agente da PSP para garantir a segurança do local, mas os diretores dos CTT com quem falamos recusaram a nossa proposta. Disseram-nos logo que não! A única coisa que disseram que poderíamos fazer era vender selos, subscritos selados e a panóplia de coisas que eles vendem. Concordei. Assinei contrato com eles, pedindo que me pusessem aqui uma caixa recetora de Correio porque toda a zona histórica não tem um marco de Correio, o que é mau para os turistas que gostam de enviar os seus postais não têm onde os depositar. Pedi-lhes ainda para colocarem uma placa dos CTT a chamar à atenção dos serviços que aqui prestávamos, mas disseram-nos para fazermos isso no computador e que colocássemos no vidro. Senti-me defraudada!”
“As pessoas da freguesia não aderem às nossas atividades culturais”
Além destas questões sociais, há também a questão da cultura, a qual tem vindo a dinamizar de forma entusiasta.
“Sim. Realizamos muitos eventos culturais, mas são poucas as pessoas de S. Nicolau que a eles aderem. Faço “Noites de Poesia” há já uns oito anos aqui na Junta, e nelas estão presentes pessoas da Póvoa de Varzim, S. João da Madeira, enfim, de imensos pontos de fora da cidade, e da nossa freguesia vêm, única e simplesmente, três pessoas que são do Clube de Avós e Poetas. A população nunca veio. Já fizemos, por exemplo, um lançamento de um livro, com fados – que é do gosto das pessoas da freguesia – , mas as pessoas não aderiram.”
Por falar em idosos, sei que a Junta tem um Centro de Convívio.
“Temos, mas com poucos idosos, uns seis ou sete. O Centro é um prolongamento da sua casa, funcionam como uma família. Não tem nada a ver com um Centro de Dia, é um Clube que as pessoas vão quando podem ou quando lhes apetece. Quando posso ensino-as a fazer artes decorativas. Já fizemos teatro. Temos um grande concurso que movimenta os idosos da cidade de diferentes Instituições Particulares de Segurança Social (IPSS), que é o “Quero Ver o Que Sabes Fazer!”, à volta de 30 modalidades diferentes, que é muito concorrido, encerrando depois com uma gala que realizada no Rivoli ou na Biblioteca Almeida Garrett.”
Tem apoio camarário?
“Tem no aspeto de cedência do espaço. Também o Museu Nacional Soares dos Reis cede, por vezes, o seu auditório para fazer o encerramento deste concurso.”
É notória a aproximação entre a autarquia – leia-se Junta de Freguesia de S. Nicolau – e a população…
“… é fundamental!”
“As nossas valências vão continuar. O executivo estar, ou não estar aqui… não é importante!”
Mas, S. Nicolau vai acabar como autarquia, tendo em conta o novo mapa administrativo territorial do concelho do Porto, que passa de 15 para sete freguesias. A que, atualmente, dirige vai ser inserida na mega freguesia do Centro Histórico, uma das maiores do país. Está de acordo com este processo?
“Recentemente estive, a esse propósito, numa reunião e acho que se vai conseguir manter a autarquia, tudo depende de quem for eleito. E isto porque a Lei diz que o executivo camarário que sair das próximas eleições autárquicas é que vai decidir o que se vai passar com as diferentes freguesias. Acontece que, em S. Nicolau, nós temos bastantes valências: temos uma lavandaria – mecânica e manual -, sanitários, ludoteca com crianças dos quatro aos 12 anos, posto médico onde se faz consultas de clínica geral e de pediatria; gabinete de psicologia, Clube de Avós e o Serviço Social. Portanto, estas valências todas, creio, que vão continuar a funcionar! O executivo estar aqui ou não estar, acho que não é importante. Precisamos, isso sim, é de termos uma pessoa que aqui consiga coordenar todas estas atividades, mas o executivo estar ou não estar penso que não é importante”.
Mas, numa freguesia composta por Cedofeita, Santo Ildefonso, Miragaia, Sé, Vitória e S. Nicolau convenhamos que é uma mega freguesia (sessenta e tal habitantes) e a proximidade das juntas para com os seus eleitores será mais distante, isso se não se mantiverem essas valências e, quanto mais não seja, o espaço identificativo da área?
“Esses espaços têm de funcionar, porque as freguesias têm uma elevada percentagem de pessoas carenciadas e, assim, é importantíssimo que estas valências continuem a funcionar. Caso isso não acontecer, as pessoas sofrerão um duro golpe nas suas vidas.”
“As políticas de Esquerda estão mais preocupadas com o bem-estar do Ser humano. Por isso sou de esquerda!”
Nasceu para a política?
“Não. Nasci para o sociocultural e para as artes.”
Antes de ter esta atividade qual era a sua profissão?
“Fiz montes de coisas. Trabalhei em artes decorativas, fui professora, animadora sociocultural… sempre no Porto. E depois destes parâmetros sempre muito diversificados toda a atividade a eles inerentes”.
Uma mulher de esquerda.
“Sou de esquerda pela simples razão de que sou, ou tento ser, uma pessoa humana, e as políticas de esquerda – ainda que nem todas, infelizmente – , estão mais preocupadas com o Ser humano, com o seu bem-estar, com a igualdade. Na minha vido tudo faço para ser igual na diferença…”
Qual foi a sua maior conquista?
“A minha conquista é o dia-a-dia! Chegar ao fim do dia e ter a consciência de que fiz o meu melhor; que ajudei as pessoas a resolverem os seus problemas…
… gosta de viver?!
“Gosto muito! E reitero o que disse: gosto muito de ajudar os outros a viverem e a terem um pensamento positivo da vida para tentarem ser felizes.”
Uma mulher de raça e de fibra?! Há quem a identifique como tal.
“Não sei se sou?! Sou como sou! Mas gostaria de mudar para melhor ainda.”
A política e a paixão pela… natureza
Se calhar vai mudar para melhor se for candidata às próximas eleições autárquicas?
“Não sou candidata como cabeça-de-lista. Não sou! Fui a única pessoa de todos os autarcas do PS da zona histórica, que não queria esse cargo. Independentemente dessa decisão, nunca deixarei de tentar alertas as pessoas para a necessidade que as valências continuem e que se proteja os residentes o mais possível. Agora, já me disseram era importante fazer parte da lista do PS à Zona Histórica porque conheço a população; a população conhece-me, sabe que eu posso ajudar… mas a ideia não era essa. A ideia, agora, era dar o salto… completamente!”
E o que é isso de “dar o salto completamente”?
“Queria dedicar-me, um bocadinho, à agricultura.”
É um sonho antigo?
“Não é, propriamente, um sonho antigo. É o gosto pela natureza! Sou uma apaixonada pela natureza e o meu filho mais novo está a criar uma empresa de ervas medicinais. Ele é formado em Saúde e agora resolveu montar esta empresa. Como ele fez farmacologia e portanto tem conhecimento direto da coisa. Eu acho que é algo de apaixonante!”
Mas, mesmo assim, está na lista, mas sem ser cabeça da mesma?!
“Sim. Eu disse logo que não queria ser cabeça-de-lista, porque me ia absorver muito, isto no caso hipotético do PS vencer…”
Mas também seria um corte na sua vida muito grande, caso não se mantivesse, direta ou indiretamente, ligada à freguesia e às pessoas que conhece.
“Pois! Eu sinto que as pessoas não precisam, propriamente de mim, mas de uma pessoa que as conheça; que esteja com elas e que as possa representar numa mega freguesia como será a que se está a formar”.
“Estou convencida que as coisas vão melhorar!”
Há pouco enalteceu o papel da Mulher na política e, mais concretamente, nas autarquias. Na política em geral tem alguma Mulher de referência?
“Não. Já lhe disse e repito, para mim o importante são as realizações imediatas, ou seja aquelas que se fazem e resolvem os problemas, sejam elas feitas por homens ou mulheres. Uns completam-se aos outros, e como se completam, sejam uns ou sejam outros, o que é preciso é fazer coisas!”
Como é que está o nosso Porto?
“O nosso Porto está um pouco melhor do que estava aqui há dois ou três anos, mas ainda há muita coisa por fazer! Mas, estou convencida que as coisas vão melhorar”.
E as coisas vão melhorar vença qualquer um dos candidatos concorrente à presidência da Câmara Municipal, sejam eles de que partido forem?
Sim… sim. Para mim os partidos não são importantes. O que me interessa são as pessoas!
E eu estou a falar de todos eles, os candidatos…
“Acho que são pessoas interessadas pela cidade. Uns, mais numa vertente, outros, mais noutra, dado a sua filosofia de vida. Ganhe quem ganhar, creio, acima de tudo, que ganhará a cidade. A cidade vai melhorar e a cidade merece! É a cidade mais bonita do mundo que eu conheço”.
Texto: José Gonçalves
Fotos: António Amen
A Direção Editorial do “Etc e Tal Jornal” recebeu, nos últimos dias, comentários mais e menos abonatórios relativamente à autarca Carmen Navarro, então presidente da Junta de Freguesia de S. Nicolau. Foram publicados, de acordo com o nosso Estatuto Editorial, todas as reações minimamente aceites tendo em conta a liberdade de expressão responsável, sem que alguma vez fosse melindrado o bom nome da senhora em questão. Se bem que, e refira-se, foram muitos os outros comentários que não foram editados por falta de elevação, malcriadisse e despudor.
Assim sendo, a partir de agora só publicaremos o comentário da senhora Carmen Navarro, de modo a que se possa defender de algumas das acusações de que foi alvo, acabando-.se assim, e por definitivo, com esta novela que já se está a prolongar por demasiado tempo.
O “Etc e Tal Jornal” nunca foi, não é e jamais será uma “máquina de lavar roupa suja”. O “Etc e Tal Jornal” só publicou os comentários que publicou, quando devidamente assinados, assumindo os seus autores aquilo que aqui escreveram.
A partir de agora – repito – fica reservado este espaço, única e simplesmente, à srª Carmen Navarro se entender – e só se entender – tornar pública a sua posição quanto aos comentários aqui publicados.
O diretor
José Gonçalves
Porto, 07 de novembro de 2013
Desde pequeno que ouço dizer, Deus que é Deus não agradou a toda a gente. Ao longo dos séculos que os estudiosos desta religião não conseguem desmentir este facto.
Vem isto a propósito das criticas que aqui são dirigidas à Drª Carmen Navarro. Conheço a Drª Carmen Navarro à relativamente pouco tempo. Conheço pessoas a quem ela fez bem e dela dizem muito bem. É uma mulher culta e solidaria. É amiga dos amigos, respeitadora.
Pelos comentários que aqui leio, acho que estou na presença de familiares do antigo presidente da Junta de Freguesia de S. Nicolau, pelo menos nos três primeiros comentários isso é demonstrativo.
Não sei, nem me interessa saber, se foram escritos pela mesma pessoa. Sei isso sim, que destila ódio e mal dizência.
Não comento se foi bom ou mau o Sr.Ponciano fazer o que fez. Dar plenos poderes à Drª Carmen para gerir os destinos da Junta, ele lá sabe. Sei isso sim que a Drª Carmen é uma senhora Maravilhosa e educada, como tal, merece todo o meu respeito e gratidão por fazer o favor de ser minha amiga, ser a mulher culta que é,por ser grande impulsionadora da cultura e da poesia. Estes são predicados que não estão ao alcance de qualquer ser mortal e pior ainda quando são pessoas mesquinhas. Bem haja Drª Carmen Navarro, pelo que fez e vai continuar a fazer. Tenho a certeza disso.
Aos familiares do senhor JERÓNIMO PONCIANO : penso que não será este o local mais indicado para ataques pessoais ou políticos. Ao quererem transformar este espaço em lavadouro público, perdem autoridade moral e qualquer razão que vos possa assistir.Desculpem mas não vos fica bem esta guerra neste espaço.
Nesta entrevista vejo muita hipocrisia, como pode esta senhora dizer que não tem ferias à três anos? Em 2010 houve eleições, lembro-me muito bem que o meu pai em agosto desse ano só ia ao fim de semana para aldeia ter com as minhas irmãs e com a minha mãe, e porquê? Porque sua excelência foi de férias com o marido e deixou toda a campanha para o meu pai fazer. Doença calada? Desde quando? Só se fosse para ela, pois toda a gente sabia que o meu pai tinha um problema no coração à muitos anos mas exerceu as suas funções sempre até dezembro 2010, em janeiro de 2011 esta senhora ficou á frente da junta a representar o meu pai através de uma declaração por ele passada e para esta senhora poder ir ás Assembleias da Camara Municipal, só assumiu funções de presidente após a morte do meu pai, cargo que ela tanto desejava, era o maior desejo dela ser presidente de junta. Obras feitas? Onde? A única obra que lhe conheço é o Clube de Avós, pois as restantes obras desde a lavandaria – mecânica e manual, sanitários, ludoteca, posto médico foi obra do meu pai muito antes de ela vir para S. Nicolau onde caiu de para-quedas. Gostava de saber de quantos ordenados ela abdicou? O meu abdicou de muitos e não nos pagaram, pois esta mulher sabe muito bem faze-las e levar a todos na cantiga dela. Acho que esta senhora deveria pensar melhor no que diz, é uma vergonha a maneira com ela fala.
Lamento muito a maneira como esta senhora fala do meu pai. Em primeiro lugar o meu pai não tinha uma doença calada, calada deveria estar pois não tem quais quer escrupulos. O meu pai faleceu em Fevereiro de 2011, e exerceu em plenas faculdades até Dezembro de 2010, em janeiro de 2011 e depois de saber que iria ser operado no inicio de Fevereiro então passou uma procuração que que esta senhora o pode-se representar durante a sua ausencia. Portanto é falso quando diz que não teve ferias durante três anos. O meu pai só ia para a aldeia (tempo mais prelongado) nas ferias de Agosto. O facto de ir lá passar fins de semana não prejudicava em nada o funcionamento do executivo. Muitas coisas nesta entrevista são falsas como por exemplo dizer que abdicou do ordenado para que os funcionarios recebecem. Pois a pessoa que o fez foi o meu pai e não foi pouco o dinheiro que ficou do lado de lá, pois esta senhora teve a grande lata de nos desmentir, e de levar na sua conversa o contabilista da junta. Mas o meu pai já está num plano que pode ver a vibora que colocou dentro da Junta. è de lamentar esta entrevista.
É de lamentar que esta senhora, diga tantas coisas falsas. Bom mas o que me interessa é o que diz em relação ao meu Pai, em primeiro lugar a doença do meu pai não era calada, calada deveria de estar esta senhora que não tem escrupulos nenhuns. É mentira o facto do meu pai se ter ausentado um ano antes da sua morte, pois o meu pai faleceu em Fevereiro de 2011,e até Dezembro de 2010 exerceu as suas funções como Presidente de Junta. Só em janeiro de 2011 é que passou uma procuração para que durante a sua ausencia fossem tomadas todas as decisões e a Junta e os fregueses não sairem prejudicados. Portanto esta senhora só exerceu o cargo de Presidente após a procuração em janeiro de 2011. Á muitas coisas, que não são verdadeiras e se fizerem um inquerito pelos fregueses de S. Nicolau iram ter uma agradevel supresa. Os elogios a esta senhora só podem ser autoelogios.
Conheci a Dra Carmen Navarro em 1966…essa “menininha” de Cascais adoptada pela cidade do Porto, que aprendeu a amar….e a preservar.
Independemente da sua grande tendência para as artes, tem consigo uma qualidade única…é uma Humanista….e foi com ela que aprendi que as pessoas estão sempre primeiro em tudo.
É esta a sua “imagem de marca”, bastante rara nos tempos presentes, pois o egoísmo suplantou a parte humana.
Que a Dra Carmen Navarro continue a sua cruzada de bem-fazer, pois trilhou e trilha um caminho tortuoso mas encantador.
Admiro muito esta Senhora.
Bem Haja por tudo.
J. Eduardo Couto
Admiro a Presidente Dra Carmén Navarro na sua condição de humildade e humanismo… De um coração único… Faço parte(gosto)do Clube dos Avós na parte de Poesia… Parto de Vila do Conde há 8 anos… Regresso a casa com um sorriso no coração dado pela Dra Carmén Navarro e todos os frequentadores destes eventos culturais, quando colocam o pé em S. Nicolau não mais arredam de lá…
Lutadora e dinamizadora pela Cultura e bem estar social… Há sempre algo novo que aprendemos…
Obrigada Dra por fazer parte da Sua Amizade.
P.S. Obrigada pelo Jornal Cultural que é oferecido a quem quer aumentar seu saber…
Uma mulher de raça e de fibra?! Há quem a identifique como tal.
“Não sei se sou?! Sou como sou! Mas gostaria de mudar para melhor ainda.”
É realmente esta a imagem que tenho desta amiga…UMA MULHER DE FIBRA.Lutando e remando contra todas as marés. Há oito anos que a acompanho pelos caminhos da poesia e admiro a forma como contorna os problemas, pequenos/grandes problemas que vão surgindo e o humanismo que os seus gestos e sorrisos transmitem.Estou muito orgulhosa de estar com a DRª CARMEN NAVARRO aqui, no ETCETAL, no CLUBE D’AVÓS E POETAS e sobretudo por tê-la na minha cidade.MUITO OBRIGADA.