Carla Ribeiro
(Relato II: 2013.10.05)
Para esta noite preparei com muito Amor, um miminho especial para partilhar com os nossos “Amigos de Rua” e com toda a equipa. Durante algumas noites fiz bombons e mais bombons, uns de xila, outros com pepitas, com coco, com compota… e, todas as noites, com muito Amor, ia preparando todos estes bombons que seriam para colocar em saquinhos para oferecermos a cada um dos nossos “Amigos de Rua” que, nesta noite, iriamos encontrar…
Preparei também para esta noite, uma cestinha cheia de bombons para partilhar com todos os elementos que nesta noite nos acompanharam.
Queria deixar, desde já, um especial obrigado ao Grupo de Escuteiros e seus coordenadores por terem aceitado mais este desafio que coincidiu com o arranque das vossas atividades. Aos coordenadores Nelson, Leitão e Raquel um especial obrigado pelo grupo que vos acompanhou e pelos jovens fantásticos que vocês ajudam e ensinam também a caminhar. Recordo vários olhares e algumas expressões nesta noite.
A alegria estava estampada em cada rosto de cada amigo que nos acompanhava nesta noite. Saímos para os nossos encontros com os nossos “Amigos de Rua” que já nos esperavam. Rapidamente, ficamos rodeados por cerca de oito amigos, algumas caras já conhecidas, outras novas.
Rostos de felicidade
Rostos de tristeza,
Olhares brilhavam…
Olhares sombrios,
Cinzentos como o céu,
Fechados pela dor e pela tristeza…
Olhares que se iluminaram de Luz,
Olhares que se contagiaram com alegria…
(Carla Ribeiro)
A vénia da praxe com o meu amigo Fernando S.P., que tão gentilmente me dá um aperto de mão e um beijo na mesma, uma cortesia, uma vénia e um carinho enorme. Lá diz ele “Stôra”, a vossa equipa cada vez vem maior… vocês são um espetáculo…” e são estas palavras que me aquecem o coração a cada noite, pelo enorme carinho e Amor que me dão com as suas palavras e pelos seus gestos. A alegria e a boa disposição transbordavam. Mota, Rui, Sérgio, José, Joaquim, Lima, José S…
Foi um momento cheio de alegria, muito amor e partilha com o Grupo de Escuteiros a cantar e todos de alguma forma foram acompanhando a cantoria. Rapidamente, a viola passou para a mão do José, que sabia tocar, e cantava acompanhado por todo o grupo e pelo seu amigo Sérgio, que, rapidamente, trocou uma lágrima que outrora rolou no seu rosto por um enorme sorriso e uma alegria contagiante. Joaquim rodeou-se pela equipa e, pelo meio, ia cantando e acompanhando os movimentos dos Escuteiros, sempre divertido e cheio de alegria.
Todos estes rostos se iluminavam com alegria e com sorrisos enquanto iam comendo, cantando e até dançando… O nosso amigo Mota, em determinado momento diz-me: “Então?! Não faz hoje aniversário?” Ao que rapidamente respondo: “Não faço eu, mas sim todos os amigos que aqui estamos, pois hoje partilhamos convosco o nosso primeiro aniversário”.
Maravilhoso verificar que os carros e as pessoas que passavam na rua paravam e ficavam a observar-nos. Alguns juntavam-se a nós por alguns instantes, sorrindo e partilhando palavras de conforto e de agradecimento pela alegria com que compartilhávamos estes momentos com estas pessoas, sim, porque são pessoas maravilhosas, e cada um com sua história para contar…
De repente acende-se a vela e com ela na mão, no meio aos olhos de todos, para que, em conjunto, cantássemos e a apagássemos, e ouvia-se “agora sou eu… eu também quero apagar”, e, uma e outra vez, acendi a vela para que cada um dos nossos “Amigos de Rua” a pudesse apagar…
Foi um momento mágico em que todos os olhares brilhavam, mesmo quando uma lágrima se solta de alegria e rola no meu rosto.
Faltava trincar a vela para dar sorte,… um desejo!
Desejo-vos um Feliz aniversário
Para convosco partilhar
Muitas e muitas noites
Lágrimas, Sorrisos, Amor, Alegria, Tristeza…,
Mas sempre uma palavra, vos vou levar,
Para vos poder confortar,
Sempre uma vénia,
Um Olá cheio de Vida
Um sorriso que os deixe contagiar,
Convosco vou eu partilhar…
(Carla Ribeiro)
E este foi o meu desejo, enquanto olhava cada um e simbolicamente trinquei a vela. Tínhamos de nos despedir destes nossos amigos e ir ao encontro de novos rostos e no meu pensamento já sobrevoava o rosto do nosso amigo Resende.
Mas, um miminho tinha para lhes oferecer, os saquinhos com bombons, e, lentamente, fui-me despedindo, deixando este simbólico docinho… um miminho feito com todo o Amor que eles merecem, pois apesar de lhes darmos… eu recebo tanto…
Não há palavras que descrevam o quanto eles enchem o meu coração…
Saio para a rua
Levo nas mãos…
Sorrisos, alegria, amor…
A outra vazia…
Cheia de nada…
E esse nada,
Rapidamente se enche de tudo…
Tudo o que eles me dão
Em cada olhar,
Cada sorriso…
Cada Vénia…
Cada “Stôra”…
Cada Doutora…
Cada gesto…
Em todo o que de tão bom
Eles me dão em cada momento partilhado.
(Carla Ribeiro)
Uma despedida difícil, uma lágrima que teima em correr…
O sr. Resende espera-nos.
Continua no próximo mês…
Obrigado <3 <3 J
Fotos: Pesquisa Google
01-jan-14
Obrigada Manuel
bjnhs
Quando se sente o que se escreve… dá neste belo texto/poema. Parabéns Carla.
…Podemos certamente obtêr êxitos momentâneos através da força ; contudo,SEM AMOR,tudo o que foi acumulado em breve se desmoronará.