Serão mais de duzentos os eventos que, até 29 de junho, vão animar a cidade do Porto num programa recheado de novidades integrados nos tradicionais festejos sanjoaninos.
Com um orçamento de 250 mil euros, o “S. João do Porto 2014” enquadra-se numa reforçada estratégia de promoção turística da Invicta a nível internacional, relevando-se, assim, a “Cidade Património da Humanidade”, “Cidade do Vinho do Porto” e “Melhor Destino Europeu 2014”, numa parceria entre a autarquia tripeira e a Associação de Turismo do Porto (ATP).
Destaques
Reforçando a “aposta na preservação das tradições, “na criatividade e nos eventos que ao longo do tempo têm marcado a diferença e fidelizado públicos essenciais à cidade”, o programa apresentado além de relevar a continuidade de diversas iniciativas, realça também outras atividades pelo facto de se estrearem nas festas do S. João deste ano.
A música terá um papel central nas iniciativas a desenvolver, destacando-se a 3.ª edição do “Festival Optimus Primavera Sound”, que levará ao Parque da Cidade( 05 a 07 de junho), nomes como Caetano Veloso, St. Vincent, The National, Pixies, entre outros, assim como a presença do DJ, Bob Sinclair, um dos mais conhecidos do panorama internacional.
Outro dos grandes destaques, por certo o maior em termos de interesse nacional, centra-se nos “Concertos Aliados” que, durante três noites (20 a 22 de Junho), em palco instalado na Avenida dos… Aliados, referências da música nacional como “Os Azeitonas” (20jun14), o “GNR” (21) e a fadista Ana Moura(22), antecedendo estes espetáculos o “Concerto de S. João”, que se realizará também no mesmo recinto.
Atletismo, e fogo… muito “fogo”
Mas há mais! No que concerne ao desporto destaque para mais uma “Corrida de S. João” (quarta semana). E depois, vem a noite de todas as noites, com o tradicional Fogo-de-Artifício sobre o Rio Douro, que unirá as duas margens do Douro (23 para 24 jun14), sendo que, nessa semana (a quinta) haverá ainda “Ranchos em Arruada”, a “Festa da Caricatura/Porto Cartoon”, a “Regata de S. João” (barcos Rabelos) e as “Inaugurações do Quarteirão de Bombarda!”
Já na sexta e última semana dos festejos, realce para as “Rusgas de S. João” e ainda para a “Corrida Porto a Subir”, sendo também inaugurado, no edifício AXA, à Avenida dos Aliados, uma exposição de fotografia de Henri Cartier Bresson-Magnun. “Imaginaire D’Ápres Nature”.
ExPoSiÇõEs
TEATRO NACIONAL D.MARIA II APRESENTA: LUCIENT DONNAT – UM CRIADOR RIGOROSO”
O Teatro Nacional D. Maria II apresenta, numa parceria com o Museu Nacional do Teatro, a exposição Lucien Donnat – um criador rigoroso, com curadoria de Vítor Pavão dos Santos (Teatro) e Rui Afonso Santos(Decoração).
A exposição, que evoca a vida e obra de um dos mais importantes desenhadores do teatro português, ocupa dois espaços distintos. No TNDM II, destaca-se a análise da peça Antígona, espetáculo de estreia da atriz Mariana Rey Monteiro, em abril de 1946, e referencia-se o trabalho de Lucien Donnat como decorador em espaços públicos. No Museu Nacional do Teatro*, apresenta-se um percurso cronológico do trabalho de Lucien Donnat para o teatro em Portugal.
Cenógrafo, figurinista, decorador, músico, compositor, designer e poeta, nasceu em Paris,em junho de 1920. Frequentou o curso de Belas-Artes em França e, em 1941, foi convidado por Amélia Rey Colaço para compor a música e desenhar cenário e figurinos para a peça infantil Maria Rita, da autoria da filha, Mariana Rey Monteiro. Este foi o princípio de uma longa colaboração com o TNDM II, que marcaria todo o Teatro português do Século XX.
Encontra-se disponível, na Livraria do Teatro, a edição Lucien Donnat – um criador rigoroso, uma edição TNDM II em parceria com a Imprensa Nacional-Casa da Moeda. Saiba mais.
Local: Teatro Nacional D. Maria II (Lisboa)
Data: Até 27jul14
Horário: terça a sáb. das 15h00 às 18h00. Quarta a dom. 30 min. antes do início dos espetáculos da Sala Garrett.1.ª ordem | ENTRADA LIVRE
Horário de funcionamento da exposição no Museu Nacional do Teatro: 3.ª a dom – das 10h às 18h
OBRAS DE MIRA SCHENDEL EM “SERRALVES”
Esta será a primeira grande exposição em Portugal de Mira Schendel. Pouco conhecida no nosso país – apesar de aqui ter apresentado trabalhos desde o ano de 1966, quando expôs na Livraria Bucholz, em Lisboa –, ela é uma das artistas latino-americanas mais prolíficas e significativas, tendo abordado de uma forma muito singular, ao longo da sua notável carreira artística, temas relacionados com a linguagem e com o significado. Contemporânea de Lygia Clark e de Helio Oiticica, com eles contribuiu para redefinir a linguagem do modernismo europeu no Brasil. A presente exposição, ao agrupar mais de 200 pinturas, desenhos e esculturas da artista, alguns apresentados pela primeira vez, constitui uma inédita oportunidade para avaliar a extensão e a importância da multifacetada carreira de Schendel.
Nascida em Zurique (Suiça) em 1919, Schendel viveu em Milão e em Roma antes de emigrar para o Brasil em 1949. Em 1953, estabeleceu-se em São Paulo, cidade onde viveu e trabalhou até à sua morte em 1988. A experiência precoce de deslocações culturais, geográficas e linguísticas é evidente no seu trabalho, bem como o seu interesse pela história da religião e pela filosofia. Além de ajudar a criar um círculo de intelectuais oriundos de áreas do conhecimento tão diversas quanto a psicanálise, a literatura e a filosofia – muitos deles, como Vilém Flusser, judeus emigrados, tal como ela – Schendel correspondeu-se com diversos intelectuais europeus, casos de Max Bense e Umberto Eco.
Em Serralves, podem ver-se as primeiras pinturas da artista, produzidas entre 1955 e 1965, exibidas muito raramente e que ajudam a perceber a importância, ao longo da sua carreira, do confronto entre impulsos figurativos e complexidades geométricas. Outra característica comum a todo o trabalho de Schendel, e que esta exposição ilustra exemplarmente, é a tensão entre a fragilidade dos materiais empregues e a força com que são transmutados em esculturas. Paradigmática desta dialética é a conhecida série Droguinhas (1965-66), composta por esculturas feitas de papel de arroz, expostas originalmente na Signals Gallery, Londres, em 1966. A importância da linguagem escrita, outro dos recursos amplamente explorados pela artista, está bem patente nos seus Objetos Gráficos, apresentados pela primeira vez na Bienal de Veneza de 1968, e que têm na linguagem e na poesia os seus elementos primários. A exposição também apresenta trabalhos muito importantes pela relação que estabelecem entre corpo e espaço, como emblemáticas instalações – Ondas Paradas de Probabilidade (1969) e Variantes (1977) são dois exemplos maiores – e a sua última série de pinturas abstratas.
Comissariado: Tanya Barson e Taisa Palhares
Exposição organizada por Tate Modern e Pinacoteca do Estado de São Paulo em associação com a Fundação de Serralves – Museu de Arte Contemporânea, Porto.
Imagem: Mira Schendel, Objeto gráfico, c. 1968. Óleo e decalque sobre papel de arroz e acrílico. 100 x 100 cm. Daros Latinamerica Collection, Zürich. Fotografia: Peter Schälchli, Zürich, cortesia Daros Latinamerica.
Local: Museu de Arte Contemporânea de Serralves (Porto)
Data: Até 24jun14