Esta rubrica dá a conhecer a toponímia portuense, através de interessantes artigos publicados em “O Primeiro de Janeiro”, na década de setenta do século passado. Assina…
Cunha e Freitas (*)
“Não temos a certeza se se refere ao antigo Largo da Póvoa, hoje Praça da Rainha D. Amélia, esta verba do “Consensual da Mitra”, de 1542: “item o mosteiro de Santa Clara do Porto traz por prazo perpétuo a povoa dos lobos de cima que são três casais…”
Havia a Póvoa de Baixo e a Póvoa de Cima já em 1638, dizem-nos os registos paroquiais de Santo Ildefonso. Póvoa significava pequeno agregado populacional, vem do latim popula.

A Quinta da Póvoa de Baixo pertencia, em 1694, a Francisco Manso da Costa, e, em 1748, a Jerónimo António Bernardo da Costa e Sousa, que não sabemos exactamente quem fosse, só que faleceu em 1772, e foi sepultado na capela da quinta.
(…) Chamou-se em tempo Largo de S. Crispim porque para ali foi transferida a Capela dos SS. Crispim e Crispiniano, pertença da Confraria dos Sapateiros, que estava junto a S. Domingos e foi demolida quando se abriu a Rua de Mouzinho da Silveira. Esta capela era cabeça do Hospital dos Palmeiros, instituído em 1307 pelo cidadão Martim Vicente Barros.

O topónimo subsiste na Rua Nova de S. Crispim, e a propósito desta daremos, oportunamente, mais alguns pormenores relativos à história daquele velho hospital.
Ao Largo de S. Crispim foi dado (…) o nome da Rainha D. Amélia de Orleães, mulher de el-rei D. Carlos I. O topónimo de Póvoa subsiste numa Rua e Travessa da Póvoa. A Rua da Póvoa de Baixo já existia em 1757; junto dela menciona um registo, de 1768, a Rua das Oliveiras”.
(*) Artigo publicado em “O Primeiro de Janeiro”, na rubrica “Toponímia Portuense”, em 23-11-73 .
Na próxima edição de “RUAS” DO PORTO destaque para a “RUA DE ÁLVARO DE CASTELÕES”.
01jul14