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Rua do Amparo

Esta rubrica dá a conhecer a toponímia portuense, através de interessantes artigos publicados em “O Primeiro de Janeiro”, na década de setenta do século passado. Assina…

Cunha e Freitas (*)

“Dizem os (…) roteiros da cidade que a denominação antiga da actual Rua do Amparo era Viela da Palha. No entanto, já em 1843 os registos paroquiais do Bonfim registam a existência da Rua do Amparo.

Donde provém o topónimo? Certamente, como aconteceu em Lisboa, do culto de Nossa Senhora do Amparo, que por ali seria venerada em capela ou oratório de que não temos notícias hoje.

(Foto: António Amen)
(Foto: António Amen)

De Nossa Senhora do Amparo era a evocação do Hospital dos Entrevados, em Cimo de Vila, junto ao Hospital do Terço, dali mudado para a Rua de Trás da Sé, em 1891, e posteriormente, em 1901, para o Estabelecimento do Barão de Nova Sintra. A Misericórdia administrava uma antiquíssima Albergaria de Cimo de Vila, anterior ao século XIV, de que se desconhece o instituidor.

No local dela decidiu a Santa Casa, em sessão de 25 de Setembro de 1639, mandar edificar um hospital para entrevados, não longe do que já existia de há muito para entrevados, fora de portas, em Santo Ildefonso: “Como esta Casa tinha Hospital de Entrevadas e não havia de Entrevados e homens incuráveis, por cujo respeito muitos faleceram ao desamparo por não haver hospital em que se reconhecem (…) seria grande serviço de Deus tratar de se fazer no sítio do Hospital de Cimo de Vila da banda de dentro, da mesma traça e modelo do de fora das Entrevadas, onde havia lugar bastante para se fazer (…) foi por eles assentado que se fizesse pela traça que estava feita”.

Nossa Senhora do Amparo
Nossa Senhora do Amparo

Em 1656, diz Nuno Barreto Fuzeiro no seu livro, havia no hospital missa quotidiana, cantada e solene, com pregação no dia de Nossa Senhora do Amparo, em que o próprio provedor servia um lauto jantar aos entrevados pobres.

Seria este hospital que deu o nome à actual Rua do Amparo? Parece-nos pouco provável dada a distância que os separa.”

 

(*) Artigo publicado em “O Primeiro de Janeiro”, na rubrica “Toponímia Portuense”, de 28-09-76

  

Fotos: António Amen e Pesquisa Google

 

 Na próxima edição de “RUAS” DO PORTO destaque para a RUA DE ANTÓNIO CARNEIRO.

 

 

01out14

 

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